30/05/2011 - 20:16 | Thaís Romanelli | Redação
Vinte militares e ex-militares salvadorenhos serão processados na Espanha pelo assassinato de
seis padres jesuítas – cinco espanhóis e um salvadorenho – e duas mulheres durante a guerra civil do país (1980-1992) de El Salvador, conforme determinou a justiça nesta segunda-feira (30/05).
A medida, que foi determinada pelo juiz Eloy Velasco após o interrogatório de uma das testemunhas do caso, inclui ainda a busca e captura internacional de todos os processados.
Além dos oito assassinatos, os militares são acusados de cometer crimes de lesa-humanindade. Eles teriam sido cometidos quando forças do exército de El Salvador entraram nas UCA (Universidade Centro-Americana) e assassinaram o reitor Ignacio Ellacuría, os sacerdotes Amando López, Juan Ramón Moreno, Segundo Montes e Ignacio Martín Baró e Joaquín López y López, a cozinheira da universidade, Elba Julia Ramos e sua filha Celina, de 16 anos.
Entre os envolvidos no caso, estão os generais Rafael Humberto Larios e Juan Rafael Bustillo; os coronéis Juan Orlando Zepeda, Inocente Orlando Montano, Francisco Elena Fuentes, Guillermo Alfredo Benavides, Joaquín Arnoldo Cerna, Carlos Mauricio Guzmán e Óscar Alberto León Linares.
Também serão processados o comandante Carlos Camilo Hernández Barahona, os tenentes José Ricardo Espinoza Guerra, Gonzalo Guevara Cerritos, Héctor Ulises Cuenca e René Yusshy Mendoza; os sargentos Antonio Ramiro Ávalos Vargas e Tomás Zárpate Castillo; os cabos Ángel Pérez Vasquez e Oscar Mariano Amaya e o soldado José Alberto Sierra Ascensio.
O ex-ministro da Defesa de El Salvador durante o período do ex-presidente Alfredo Cristiani (1989-1994), general René Emilio Ponce, também está entre os processados e é o principal acusado de ordenar as execuções. Entretanto, em maio deste ano, Ponce morreu por problemas cardíacos, após oito dias de tratamento médico.
Após o anúncio da determinação da justiça espanhola, grupos de direitos humanos de El Salvador comemoraram a decisão. “A resolução do juiz de ordenar a detenção internacional dos militares é importante. A celebramos, a aplaudimos, a apoiamos e mostramos que decisões como esta nos dá força para seguir lutando contra a impunidade”, disse o coordenador da CDHES (Comissão de Direitos Humanos), Miguel Montenegro, em entrevista à agência France Presse.
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