por Robin Siteneski
Mesmo ainda ser ter publicação no Diário Oficial, construtoras e imobiliárias caxienses já querem a reavaliação de imóveis para vendê-los dentro do novo teto do Minha Casa Minha Vida em Caxias do Sul, conforme relatam a O CAXIENSE um corretor (que prefere não ser identificado) e a vereadora Denise Pessôa (PT), que se encontrou com superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Renato Scalabrin, na manhã desta sexta (4). O valor máximo do financiamento passará de R$ 100 para R$ 130 mil na cidade.
Na edição 61, O CAXIENSE revelou que empresas na cidade vendem imóveis por valores acima do teto do Minha Casa Minha Vida, recebendo a diferença por fora. A reportagem pode ser encontrada nas bancas até esta sexta-feira (4). Depois de sua publicação, o jornal apurou que prefeitura (leia aqui) e o Procon (leia aqui) não fiscalizam o programa federal nem sua versão municipal, o Caxias Minha Casa. Em resposta às irregularidades, a Caixa Econômica Federal – que conhecia o problema, pelo menos, desde dezembro (leia aqui) – e o Ministério das Cidades prometeram acionar a Polícia Federal para investigar o caso.
O corretor, que telefonou para O CAXIENSE na manhã desta sexta (4), revelou que uma construtora pediu-lhe para vender um imóvel que até a semana passada custava R$ 100 mil já pelo valor do novo teto, R$ 130 mil.
“Subiu 30% do dia para a noite. Mas o imóvel tem a mesma metragem, usa os mesmos materiais e mão de obra. Agora, só porque subiu o teto, vale R$ 130 mil. Se as construtoras aumentarem o preço dos imóveis, as pessoas de baixa renda não poderão comprar”, alerta o corretor.
Assim como outro corretor que contatou O CAXIENSE durante esta semana, ele lembra da responsabilidade das construtoras, que fixam o valor dos imóveis, no processo. A vereadora Denise revela que, segundo o superintende regional da Caixa, imobiliárias já pediram ao banco a reavaliação do valor de moradias.
“Um imóvel que até ontem custava R$ 100 mil hoje querem R$ 130 mil. Mas a Caixa não vai reavaliar”, diz a vereadora.
Denise expôs ao superintendente as provas que obteve, em apuração junto a imobiliárias, da cobrança de valores por fora venda de imóveis do Minha Casa Minha Vida em Caxias do Sul, conforme havia denunciado na sessão plenária de quinta (3).
A vereadora conta que começou a entrar em contato com imobiliárias ainda nos primeiros 15 dias de janeiro, por causa de dúvidas de pessoas que procuraram a Câmara pedindo informações sobre o financiamento. Denise não revela o número de imobiliárias que contatou.
Segundo ela, a Caixa também está preocupada com outra irregularidade que acontece em Caxias: construtoras estariam usando o logotipo do Minha Casa Minha Vida em publicidade sem que os empreendimentos estejam aprovados no banco para integrar o programa.
“As pessoas dão a entrada nos imóveis e depois não podem usar o Minha Casa Minha Vida para financiar.”
Denise relata que a Caixa pretende montar uma força-tarefa na cidade para fiscalizar esta e outras irregularidades do programa. Segundo ela, o banco entrará em contato com entidades representativas do setor da construção civil e imobiliárias em Caxias e pedirá apoio à Câmara.
A petista conta que Scalabrin faz questão de que um representante do banco participe de uma reunião aberta e televisionada da comissão de Desenvolvimento Urbano. A vereadora encaminhará ofício com o pedido assim que o novo presidente da comissão for definido.
14h02 | 4.fev.11
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