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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

3.2.11

Dilma e Cristina

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01/02/2011

Dilma e Cristina

Os EUA herdaram da Inglaterra a arte perversa de dividir para reinar. Talvez nunca como nas renegociações da dívidas dos países latino-americanos, quando da chamada “crise da dívida”, essa arte foi exercida com tanta maestria.

O Brasil, a Argentina e o México quebraram, uma vez mais, graças a endividamentos irresponsáveis de seus governantes – nem sequer eleitos, nos dois primeiros casos, mas ditadores militares. Os EUA e a banca internacional se aproveitaram para impor-nos os empréstimos e as respectivas caratas de intenções (deles), valendo-se, entre outros instrumentos, da negociação por separado para cada país, enquanto os credores se sentavam todos do outro lado da mesa, ameaçadores.

Quando a crise se tornava mais aguda no México, os EUA, o FMI e os bancos internacionais corriam a fazer algum tipo de concessão menor à Argentina e ao Brasil, para que as crises não se dessem simultaneamente ou, pior para eles, os três governos se articulassem para resistir conjuntamente. A arte funcionou perfeitamente e fomos todos vitimas do cerco da dívida que, com os empréstimos e as cartas do FMI, nos levaram a mais dívidas (das quais só saímos, Brasil e Argentina, porque mudamos a trilha das nossas politica internacional, recentemente, enquanto o México seguiu a mesma triste sina).

Só quem se lembra dessas manipulações imperiais e dos danos que causaram a nossos países pode valorizar na devida medida a atual relação de irmandade e solidariedade entre os governoss e o povos do Brasil e da Argentina. Ver Dilma e Cristina (junto com Hebe de Bonafini pelas Mães da Praça de Maio) acenando da sacada histórica da Casa Rosada (de onde falava Perón, mas também Evita), dá a medida exata do cruzamento da historia dos nossos dois países, tão incentivados a competir, a ter no vizinho o inimigo principal, a buscar apoios no norte para enfraquecer um ao outro.

Nestor Kirchner e Lula começaram a construir a melhor década de relações entre o Brasil e a Argentina. Dilma e Cristina deram agora passos decisivos para passar de colaborações comerciais para parcerias nos campos da produção, da infra estrutura, da internet, entre tantos outros campos.

Mulheres, militantes politicas contra as ditaduras dos dois países na sua juventude, com boa formação teórica e enorme sensibilidade política, Dilma e Cristina representam as novas gerações de dirigentes que precisamos, saindo das elites tradicionais, que representaram a exclusão social, a subordinação aos interesses externos, a competição e não a solidariedade entre nossos países e povos.

A integração está em boas mãos, avançará, para superar mecanismos apenas de prioridades comerciais. Precisa a integração plena da Venezuela, da Bolívia, do Equador e da adesão de novos membros, como a Colômbia.

O encontro de Buenos Aires foi emocionante. Sabíamos que aquela cena ia se dar. Mas ver a Dilma e a Cristina representando nossos dois países, foi emocionante, além de toda a significação politica que têm.

Postado por Emir Sader às 06:13

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz