Publicado em 20/02/2011
No inesquecível encontro de blogueiros sujos em Fortaleza, o presidente do Instituto Barão de Itararé da Mídia Alternativa, Miro Borges, arrancou da platéia um minuto da vaia retumbante, quando bradou: William Bonner e a Fatima Bernardes não podem mais massacrar um candidato e pedir perdão a outro.
E tome vaia.
A caminho da saída, um blogueiro sujo perguntou a este ansioso blogueiro que cadeira sugerir para um Curso de Jornalismo para Blogueiros Sujos em Pernambuco.
Este ansioso blogueiro sugeriu um Curso de nome “Os cinco crimes capitais da Globo”.
E reproduziu o breve relato que tinha acabado de fazer a mil e tantas pessoas da platéia.
Primeiro crime capital.
A Globo começou como uma infratora.
Ela não era a Globo quando nasceu, nas uma extensão do grupo americano Time-Life.
O presidente Costa e Silva mandou o Roberto Marinho expulsar os americanos do Brasil.
Delfim Netto, o ministro da Fazenda, chamou o Dr Roberto para conversar.
Dr Roberto disse que não tinha dinheiro para continuar.
E, ou vendia a Globo, inteira, ao Time-Life, ou comprava a parte do Time-Life se o Governo enchesse a programação da Globo de anúncios do Governo, comprados pela tabela “cheia” de publicidade.
Tabela sem desconto.
E ninguém no mundo vende publicidade na tevê pela tabela “cheia”.
E Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa, a Eletrobrás – o Governo militar encheu o Roberto Marinho de tabela cheia e ele comprou a parte dos americanos.
Foi assim que a Globo se tornou “brasileira”.
Segundo crime capital.
Em 1982, a Globo coonestou numa patranha montada pelo Governo Figueiredo para derrotar Leonel Brizola e dar a vitória a Wellington Moreira Franco, na campanha para governador do Rio.
Clique aqui para ver que Wellington faz qualquer papel.
Foi a primeira eleição a usar computador no Brasil e o SNI operou uma empresa de “tecnologia” chamada Proconsult, que introduziu um “coeficiente Delta” no programa de apuração.
O “coeficiente Delta” tirava votos do Brizola e jogava na coluna dos “brancos” e “nulos”.
O papel da Globo foi dar destaque às primeiras apurações da Proconsult, e anunciar na tevê, no rádio e no jornal que Wellington saía na frente e ia ganhar a eleição.
O papel da Globo era criar o fato consumado.
Melar a apuração e levar para a Justiça Eleitoral.
A Globo foi a precursora da Fox, que “elegeu” George Bush, antes de concluída a apuração, a vitória na eleição fraudada na Florida.
Depois, a Suprema Corte confirmou a notícia da Fox.
A partir dessa tentativa de Golpe da Globo, Brizola passou a lutar pelo “papelzinho” da urna eletrônica.
“Papelzinho” que já é lei, mas que a dra. Cureau, sempre imparcial, quer rasgar.
Sobre esse tema, o ansioso blogueiro escreveu, com Maria Helena Passos o livro “Plim-Plim – a peleja do Brizola contra a fraude eleitoral”.
Terceiro crime capital.
No dia 25 de janeiro de 1984, no primeiro comício das diretas, o jornal nacional entrou ao vivo da Praça da Sé, em São Paulo, para dizer que aquela multidão estava ali para comemorar o aniversário da cidade.
Quarto crime capital.
A edição do jornal nacional na véspera da eleição de 1989.
O jornal nacional editou o debate entre Collor e Lula com instruções expressas de Roberto Marinho: tudo de bom do Collor e tudo de mau do Lula.
Os autores da obra marinha foram o diretor de jornalismo Alberico de Souza Cruz e o editor de política, Ronald Carvalho.
E editor que seguiu as instruções de Cruz e Carvalho, na ilha de edição, Octavio Tostes, deu histórico depoimento ao Sindicato dos Jornalistas do Rio, convidado pelo então diretor, Oswaldo Maneschy.
E Tostes contou, ali, como foi a patranha.
Cruz e Carvalho preferiram não aceitar o convite do Maneschy.
Nesta mesa edição do jn, foi feita uma pesquisa por telefone – naquela altura, 1989, só quem tinha telefone era branco de olhos azuis – que atestava que Collor tinha vencido o debate.
Por fim, o jn se encerrava com um editorial de Alexandre Maluf Garcia – que continua a desempenhar o mesmo papel até hoje - para enaltecer a democracia: aquela democracia, que, logo antes, considerava que Collor vencera o debate.
Quinto crime capital.
Ali Kamel levou a eleição de 2006 para o segundo turno.
Kamel, diretor de jornalismo ainda mais poderoso que Souza Cruz, omitiu o desastre da Gol em que morreram 154 brasileiros.
(Porque dois pilotos americanos de um jato Legacy não ligaram o transponder.)
Kamel omitiu a tragédia para não desmontar a paginação do jornal nacional, ali, na véspera da eleição do primeiro turno – Lula, x Alckmin.
O jn estava montado para tratar, quase que exclusivamente, da foto do dinheiro dos “aloprados”.
Como se sabe, um delegado da policia federal de São Paulo (sempre São Paulo!), o famoso delegado Bruno (onde anda o delegado Bruno ?) esqueceu as pilhas de dinheiro dos aloprados em cima da mesa.
E, sem que ele percebesse, ou por mera coincidência, o Rodrigo Bocardi, da Globo e a Lílian Christofoletti, da Folha (*), passavam ali, na hora, e fotografaram tudo.
Uma coincidência impressionante !
Essa histórica edição do jn – talvez mereça capítulo dourado no próximo livro – sempre um best-seller – do Kamel -, mostrou também a cadeira vazia do Lula, que não foi ao debate da véspera, na Globo.
Um trabalho Golpista irretocável.
O Conversa Afiada tratou deste momento inesquecível da carreira fulminante de Kamel no post “O primeiro Golpe já houve. Falta o segundo”.
Este ansioso blogueiro se ofereceu ao blogueiro sujo de Pernambuco para dar seu testemunho pessoal a dois segmentos do curso.
O do “crime da Proconsult” e o do “crime do debate do Collor”.
Este ansioso blogueiro sugeriu também que o paraninfo da turma seja o Mino Carta.
E que a turma tenha o nome de “Turma Ali Kamel – 2010.”
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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