01/10/2010 - 07:53
A difícil arte do diálogo
O Sul21 publicou, nesta quarta-feira, 28, as últimas três entrevistas com os candidatos ao governo do Estado. Dos nove postulantes ao Piratini, apenas dois não enviaram suas respostas: o peemedebista José Fogaça e a tucana Yeda Crusius.
Os candidatos têm o direito de não dar entrevistas, apesar de suas assessorias terem solicitado que as perguntas fossem encaminhadas por e-mail, o que fizemos. E a imprensa deve respeitar esta decisão, sem reclamar. No entanto, no caso do Sul21, é preciso fazer uma reflexão, baseada na justificativa dada pelas assessorias: os candidatos não falariam ao Sul21, por considerarem que o jornal está ligado a um dos adversários.
Não é novidade para ninguém – jornalistas, políticos, internautas – que o Sul21 é um jornal político de esquerda, publicado apenas na internet. Sua linha é defendida, diariamente, no editorial, mantendo uma postura crítica à direita, ao centro e à esquerda. Nos espaços dedicados ao noticiário estão presentes todas as linhas de pensamento, como prova a cobertura que vem sendo feita, desde o início da campanha, das atividades dos candidatos, inclusive de Fogaça e Yeda, apesar de que, para cumprir esta tarefa, é bom lembrar que as equipes do Sul21 já enfrentaram alguns constrangimentos.
A pergunta que fica é: se os candidatos se recusam a falar a meios de comunicação não atrelados a suas candidaturas, para quem vão governar, se eleitos? Apenas para os seus partidários? O correto não seria governar para todos os gaúchos, sem levar em conta a sua ideologia? É difícil acreditar que, depois de 25 anos de redemocratização, alguns políticos ainda não tenham aprendido a dialogar com os contrários, a respeitar os adversários, a falar para todos aqueles que pretendem governar.
Apesar de defender que o habitat das ideias seja o diálogo, o Sul21 respeita a postura de Fogaça e Yeda e aceita a decisão dos candidatos. Só não aceita a justificativa dada por suas assessorias, por ser uma inverdade.
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