escolas itinerantes do MST

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20/02/2009 - 12:04

"Fechar escolas itinerantes do MST é atitude medieval", diz Pedro Wilson

O deputado federal Pedro Wilson (PT-GO) qualificou nesta sexta-feira (20) como uma atitude "medieval" a decisão do governo tucano do Rio Grande do Sul, com base em acordo com o Ministério Público Estadual, de fechar as escolas itinerantes criadas pelo MST há 13 anos. "É inconcebível esse caças às bruxas em pleno século 21, num regime democrático. A decisão lembra o período negro da ditadura brasileira (1964-85), quando movimentos sociais e intelectuais de esquerda eram perseguidos", disse Pedro Wilson. Ele informou que no começo de março proporá uma audiência conjunta das Comissões de Educação e de Direitos Humanos da Câmara, para tratar do assunto. E vai encaminhar também um pedido de informações ao MP do Rio Grande do Sul e à governadora Yeda Crusius (PSDB). " No Rio Grande do Sul, além da perseguição a movimentos sociais, o governo estadual e o MP do estado estão querendo colocar no índex até obras de intelectuais consagrados mundialmente, como Paulo Freire". Cruzada da direita O principal articulador dessa cruzada contra os movimentos sociais é o procurador de Justiça do Ministério Pública Estadual, Gilberto Thums. Ele tem trabalhado para criminalizar e tornar ilegal o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e já fez até um dossiê para conseguir atingir tal objetivo, mas não logrou sucesso. Agora, o mesmo procurador conseguiu que o Ministério Público do Rio Grande do Sul determinasse o fechamento das escolas itinerantes que o MST criou há 13 anos. Thums diz que o MST quer, com isso, implantar uma sociedade socialista. Pedro Wilson acha obtusa postura de Thums e do governo tucano de Yeda Crusius. "Essa posição está na contramão da história. Quem disse que educação tem que ser ministrada pelas classes dominantes?", indagou o petista. Ele observou que há, no país, inúmeras escolas que ministram aulas aos alunos com base em sua visão do mundo. "Há escolas católicas, protestantes, laicas, por que não pode haver escolas pertencentes a movimentos sociais?". Revolta Perplexidade e revolta. Foi assim que o procurador Jacques Alfonsin definiu o significado da determinação do Ministério Público de fechar as escolas itinerantes criadas pelo MST para educar os filhos e filhas dos acampados, os quais deverão ser matriculadas em escolas regulares das cidades onde estão acampadas. "O fato de se cancelar o funcionamento de tais escolas atesta, mais uma vez, em que medida o preconceito ideológico da suspeita infundada pesa sobre os trabalhadores e as trabalhadoras pobres do nosso país, não pelo que elas fazem ou dizem, mas sim pelo que são", enfatizou Jacques Távora Alfonsin, que é procurador aposentado do Estado, e atualmente é membro da ONG Acesso, Cidadania e Direitos Humanos.

 

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