Ponto final
para as escolas itinerantes dos sem terra?
Mas hein?
educação comunitária, itinerante.
O governo tucano gaúcho resolveu mais essa: suspender unilateralmente o repasse de verbas para as escolas itinerantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) por exigência do nosso cada vez mais reacionário e ideológico Ministério Público. A determinação em fechar as escolas itinerantes em acampamentos mantidos pelo MST, além de assustar pelo caráter de extrema direita, é apenas a ponta de um iceberg que acumula sob a margem uma rede de ações que tentam "dissolver" o Movimento. O MST concorda e lembra com pesar que o Rio Grande do Sul foi o primeiro estado do Brasil a reconhecer e regulamentar as Escolas Itinerantes, através de parecer do Conselho estadual de Educação, em 1996.
A decisão é o desfecho de uma perseguição de anos, intensificada quando o Conselho Superior do MP ameaçou declarar a ilegalidade do MST no Estado. A idéia, defendida por uma ala de promotores e procuradores de Justiça do Estado, era fundamentada na interpretação de que a entidade abdicou da luta pela terra para buscar a transformação da sociedade brasileira lançando mão de meios não-pacíficos. As respostas não-pacíficas da Brigada Militar logo começaram.
No dia 10 de fevereiro último, a escola do acampamento de Sarandi, que atendia a 130 crianças, foi fechada por determinação do MPE e do Governo do Estado. Segundo o MPE, a decisão foi tomada com base em um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado pela instituição e pelo Governo do Estado. No entanto, diz o MST, o TAC foi assinado sem conhecimento de pais, alunos e educadores. O termo, acrescenta nota divulgada pelo movimento, também desrespeita as Diretrizes Operacionais para Escolas do Campo, aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação em 2002.
sem-terrinhas no local onde estudavam, sentados em sepos e à sombra da lona preta, na Granja Nenê.
Em junho de 2007, o Rio Grande do Sul já era noticia nacional depois que a Brigada Militar destruiu um barracão onde o Movimento mantinha uma sala de aula, dentro da área da Granja Nenê, em Nova Santa Rita, Região Metropolitana de Porto Alegre. Na mesma ação, deflagrada ao amanhecer, os cerca de 30 soldados também inutilizaram um terreno que os sem-terra haviam preparado para cultivo de hortaliças. Segundo um dos coordenadores do MST no estado, João Amaral, o barracão, construído com taquaras e coberto por uma lona, era usado como escola itinerante de ensino básico por 57 crianças de um acampamento próximo, onde vivem 80 famílias. Diariamente os alunos e professores entravam na propriedade rural, iam até o barracão e, ao fim das aulas, voltavam para o acampamento, à beira de uma estrada vicinal, assim como os sem-terra que iam preparar o terreno para a horta.
CeLEUma inDiCa - uma segunda opinião
Para o filósofo e professor aposentado da USP, Paulo Arantes, "sem terra, e tudo o mais que se refere aos mínimos de uma vida civilizada, o MST foi reinventando um novo sujeito, que acabou recriando também a Escola". Uma escola para formar o trabalhador enquanto agente de sua própria emancipação, "escapando da condição de máquina de produzir mais valia neste grande moinho de gastar gente, como Darcy Ribeiro definiu o Brasil".
E é lógico que, na ZeroLândia, a matéria afirma:
arte sobre pág. 4 e 5 da ZéH de 18.02.09
E o Celeuma retruca:
Por que não tem cara de criança, se a matéria é sobre escola?
Por que não entrevistam estes pais sem terra endemoniados que pregam o marxismo aos filhos?
Por que tanta deselegância na raiva contra o MST, por quê?
E por último, mas não menos importante, por que esse Thums não vai ler um livro?
atualizada em 20.02, as 18h28min.L
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