02.02.09 - MUNDO |
Marcelo Barros *
Adital -
Temos observado, em Belém, 123 mil pessoas de todos os continentes do mundo se reunirem para formular propostas sobre como tirar dos rios da Amazônia o nível de mercúrio, que está ameaçando permanentemente povos na sua sobrevivência. Por mais que os problemas sejam gravíssimos, a maioria da juventude é de uma cultura cuja pressão que faz é por causa da multidão, e estes expressam pela dança e pelos rituais da terra.
A água se tornou a mais delicada questão política e estratégica do mundo. É assunto central em todos os encontros internacionais e fóruns sociais. Kofi Annan, secretário-geral da ONU, alerta que a água se torna motivo de graves conflitos internacionais.
Para não desgostar a indústria automobilística e as empresas de petróleo, o governo norte-americano deixou de assinar o Protocolo de Kyoto que se propunha a reduzir, em apenas 7%, as emissões de gases tóxicos que destroem a camada de ozônio e provocam tantos desastres ecológicos. Agora, para não mudar o rumo da civilização da guerra e do lucro, o presidente Bush esconde a realidade debaixo do tapete e põe todo o planeta em risco. Será que este terrorismo de Estado não é tão terrível ou pior do que a loucura dos fanáticos que cometem atos criminosos contra a sociedade civil?
Ainda bem, cada vez mais, uma porção maior da sociedade internacional se conscientiza e se mobiliza para cuidar da água como dom da vida e bem comum de toda a humanidade. No Brasil se formam comitês de defesa das bacias e voluntários se especializam em recuperar nascentes, antes consideradas destruídas. Entretanto, de nada valerá estes esforços se não transformarmos a cultura vigente. Há muitos que sabem o preço de todas as coisas, mas desconhecem o verdadeiro valor que elas têm. Há os que acreditam que até todas as pessoas têm seu preço e, com dinheiro, conseguem aprovação para projetos anti-ecológicos que nunca deveriam ser permitidos. Diante disso, temos de testemunhar: a água não é elemento banal e menos ainda mercadoria. É constitutiva de nossas culturas e espiritualidade. Somos parte integrante do ciclo global da água. Através do sangue e do líquido amniótico, como de todos os fluidos do corpo, a água nos liga à terra e ao universo. Já no século XIV, no Irã, dizia um poeta islâmico: "Se deixas que apenas uma gota d'água possa penetrar nas fendas do teu coração, dali emergirão cem oceanos de águas límpidas e benfazejas".
Nestes mesmos dias, em Bruxellas, Riccardo Petrellla, cientista europeu, coordena um grupo internacional de peritos para pedir à ONU uma lei que criminalize poluir um rio, castigue quem desmate floresta
Nestas cúpulas nosso futuro é garantido.
Vamos cuidar de fechar mais nossa água do banheiro e procure selecionar o lixo orgânico, do outro, porque impediremos que isso vá para os rios.
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