pergunta:
"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"
Emir Sader
Emir Sader
29.5.08
Escolhe, pois a política. Mas qual?
Acompanhamos, aproveitando as “benesses” que a internet, jornal, televisão, nos proporciona, a greve de fome (duas) -jejum ou qualquer outro nome que queiram dar- do bispo de Barra Dom Luiz Cappio referente ao projeto de transposição do Rio São Francisco, bem como o desenrolar de um dos fatos que gerou que é a discussão envolvendo alguns cristãos sobre fé e política. Recentemente a Escola de Fé, Política e Trabalho de nossa Diocese reuniu num livreto vários textos de professores, sociólogos, teólogos e estudiosos que deram a sua visão e o seu entendimento sobre o tema. Citando a Bíblia e pensadores da Idade Média até os dias de hoje foram construindo conceitos, tomando posições. Por entender e acreditar que fé e política caminham juntas como bem lembra o papa Bento XVI na encíclica Deus Caritas est “fé e política são distintas, mas sempre em recíproca relação” (28) com humildade e simplicidade vamos adentrando nesta discussão.
Está na cabeça de muita gente que a política tornou-se um instrumento desnecessário e que melhor seria não existir, afinal de contas quando falamos de política ouvimos corrupção, troca de favores (é dando que se recebe – coitado do S. Francisco! Falo agora do santo canonizado, não do rio que também é santo), negociatas, privilégios e, se tem que fazer uma escolha, parece que a opção que se apresenta é simples e se dá entre o que está aí ou algo pior. É inegável que a forma de fazer política que tem sido realizada está esgotada e não cabe mais esta estrutura representativa onde tudo começa e termina com o voto e onde o voto já não tem mais muita importância, afinal de contas o “poder” não precisa dele, apenas o usa para vender uma imagem de democracia.
Entendemos que Política não é só aquela que acontece a nível partidário e eleitoral, mas sim toda a ação que fazemos ou não (já disseram que a omissão é a pior ação política). Este princípio rege inclusive a escolha de bispo, na elaboração de um documento da Igreja, na homilia que se realiza nas celebrações. É política a decisão de matar a fome ou não num mundo que produz muito mais que o necessário para que todos tenham comida nas suas mesas, é política a decisão sobre aumento nas contas de água, luz, combustíveis, iptu... e esta decisão é a chamada vontade política, que no dizer do teólogo Jon Sobrino é na realidade vontade humana reafirmando que o ser humano é um ser político. Nesta mesma linha o filósofo italiano Giorgio Agambem afirma que a “separação entre o humano e o político que estamos vivendo na atualidade é a fase extrema da ruptura entre os direitos do homem e os direitos do cidadão” nos parecendo, então que quanto mais negamos a falar e fazer política, mais desumanos ficamos, mais crises provocamos.
Dom Pedro Casaldáliga na sua teologia carregada de esperança nos lembra que “política é a organização da vida” e pede que a “política seja um exercício de amor, a celebração diária de uma convivência verdadeiramente humana”. É hora de deixarmos a política representativa para fazermos a “política participativa, aquela cidadã, de serviço e transparência”. Como cristãos acreditamos que a construção do Reino de Deus começa aqui onde estamos vivendo e a nossa ação (política) é fortalecida pela nossa visão de fé, de fidelidade a Cristo que seguiu os princípios da ética, justiça, solidariedade, amor ao próximo. Lembra-nos o Documento de Aparecida que os leigos e leigas conscientes de sua chamada à santidade em virtude de sua vocação batismal são os que têm de atuar à maneira de fermento na massa para construir uma cidade temporal que esteja de acordo com o projeto de Deus (505) e esta cidade temporal é construída com nossas ações e também omissões políticas.
Nosso agir deve ser claro e decidido para que “assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras.” (Mt 5,16). Cabe a cada um de nós a escolha sobre o tipo de política que queremos realizar e as conseqüências de nossas decisões.
José Antonio Somensi (Zeca)
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Cancion con todos
Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.
Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.
Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.
Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.
Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz
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