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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

13.4.18

"Consegui me separar do meu marido mas do Lula não consigo" - Vera Lúcia, 67, acampada na PF

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"Consegui me separar do meu marido mas do Lula não consigo" -  Vera Lúcia, 67, acampada na PF

Talvez seja Lula o único brasileiro capaz de reunir uma multidão tão heterogênea quanto a aglomerada nos arredores da PF em Curitiba

Publicado em 13/04/2018

Foto: Ricardo Stuckert

O que leva uma professora de história de 67 anos a sair da pacata cidade de Valinhos, no interior de São Paulo, comprar uma barraca e viajar quase 500 quilômetros de ônibus para acampar em uma calçada? 

A fila formada por barracas improvisadas nas calçadas do bairro Santa Cândida não aguardam pelo show de um astro pop. São contracultura pura. E para entender o fenômeno que ocorre nos arredores da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba não é preciso ser antropólogo. A multidão que ocupa o entorno da prisão do ex-presidente Lula é a personificação dele mesmo, caminhando através dos seus, ali do lado de fora. O Lula que conversa com empresários e catadores. Com freiras e pais de santo. Apenas ele capaz de reunir tanta gente, de tantos times e credos, por um mesmo ideal: o de tirá-lo de lá. 

Vera Lúcia Vieira dos Santos narra seus sintomas. "Estou sentindo a dor do parto. Eu consegui me separar do meu marido mas do Lula não consigo". São 22h de quinta-feira (12) e a professora de história permanece sentada na porta de sua barraca, observando serena a movimentação de um grupo que desce a rua para buscar água e abastecer o acampamento. 

Baiana da cidade de Itaberaba, Vera também sobreviveu sob a tutela de uma mãe solteira à miséria do sertão. Formou-se professora pela PUC Campinas aos 40 anos. Sua história se confunde com a de Lula e a de milhões de brasileiros. "Uma roça ter luz elétrica pra mim foi o maior feito do Lula. Um lugar que era tão pobre agora tem internet. A gente não valoriza porque sempre teve", desabafa. "Hoje em dia é falar em justiça social que você é comunista...".

Filiada ao PT há 35 anos ela narra sua relação "entre tapas e beijos" com o partido. "Tenho muitas críticas, desavenças... Mas não há motivo pra ele estar lá dentro", diz, apontando para o prédio da Polícia Federal, onde Lula segue confinado desde sábado (7). Do auge de seus 67 anos, Vera ensina: "Política não se faz só de cima de um palanque. Política é o que está fazendo a cozinheira deste acampamento. É o que estou fazendo aqui". 

A professora, assim como centenas de acampados, acompanha o presidente desde os dias que passou concentrado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, na semana passada. "Fui escondida do meu filho, que antigamente era do PSTU. E quando cheguei lá encontrei com ele", conta, rindo. A conversa é interrompida pela chegada de uma amiga de Vera. É hora de dormir. Pergunto se o ex-marido não vai ficar chateado com a frase sobre a separação. "Magina, estamos separados mas unidos pelo Lula!".


http://lula.com.br/consegui-me-separar-do-meu-marido-mas-do-lula-nao-consigo-vera-lucia-67-acampada-na-pf

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz