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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

6.4.18

“A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar.” Martin Luther King

"Conheci o Lula em 1976, quando fui dar uma aula na Fundação Santo André. Eu ainda não tinha entrado para a política, era professor e escrevia na Folha de S. Paulo. Lula presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema. Vivíamos no regime militar. Convidado pelo estudante quartanista e seu assessor Osvaldo Cavinato, ele compareceu. Na palestra, chamei a atenção dos alunos para que quando ocupassem postos de responsabilidade no governo dialogassem não apenas com os empresários, como faziam os ministros da economia da época, mas também com os trabalhadores afetados pelas decisões. Ao final, abri para perguntas. Lula levantou a mão e fez diversas observações. Eis que o professor da turma reagiu: "o que o diretor da faculdade vai dizer na hora que souber que aqui está um perigoso líder sindical?" Lula achou melhor sair da sala e terminamos a conversa no pátio. Desde então nos tornamos amigos e há 42 anos caminhamos juntos, com uma única divergência insolúvel: ele torce para o Corinthians e eu para o Santos.  

Passei a conviver mais intensamente com o Lula, e a nossa querida Marisa, nas greves dos metalúrgicos de 1978, 1979 e 1980. Fundamos o PT, espalhamos a semente por esse Brasil, participamos de 20 campanhas eleitorais, disputamos uma prévia presidencial, Lula se elegeu presidente por duas vezes e nos tornamos avôs. O tempo voou, mas nesses 42 anos a ética prevaleceu como um valor nosso na busca por justiça. Frequentei a casa da família Lula da Silva, convivi com seus filhos, estivemos milhares de vezes juntos nas mais diversas situações, dentro e fora do país, e posso testemunhar que nunca vi nenhum sinal de súbito enriquecimento ou de mudança de hábitos que pudessem sinalizar transformação no seu padrão de vida em função dos cargos que ocupou. 

Nesse tempo, pude presenciar a sensibilidade de Lula para compreender as necessidades do povo brasileiro e as transformações do mundo. Com isso, pude dividir com o presidente Lula um dos acontecimentos mais importantes da minha vida: a sanção da Lei 10.835, de minha autoria, em janeiro de 2004, que institui a Renda Básica de Cidadania, o direito de todo o cidadão participar da riqueza da nação, através de um rendimento fixo, igual para todos. O Brasil se tornou o primeiro dos cinco continentes a ter uma lei aprovada por todos os partidos. Quatorze anos depois, mais de 30 países discutem a ideia inovadora com experiências concretas com muito êxito.

Por toda a nossa história, quando me dispus a acompanhar Lula na prisão quis levar comigo os 36 milhões de brasileiros que saíram da pobreza nos governos do PT; os 50 milhões do Bolsa Família; os 15 milhões que se beneficiaram com o programa "Luz pra todos"; os 100 mil universitários que tiveram a oportunidade de participar do "Ciência sem fronteira"; os 18 mil médicos contratados pelo "Mais médicos" para atender mais de quatro mil municípios, 78% do total; e milhares de outros programas direcionados a quem mais precisa.

Considero um absurdo o pedido de prisão contra o ex-presidente Lula, desrespeitando o artigo 5º da Constituição, "Dos direitos e garantias fundamentais", inciso  LVII, que estabelece que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".  Precisamos reagir e exigir justiça incansavelmente, sem o uso de violência, com perseverança e determinação, Como bem disse Martin Luther King "a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar" Lula, coragem, estamos juntos mais uma vez! Ninguém poderá impedir a realização dos nossos sonhos, de um Brasil mais justo, menos desigual, com liberdade e democracia."

Eduardo Suplicy


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz