DOCUMENTOS DETALHAM PERSEGUIÇÃO E RELATOS DE TORTURA 'A DILMA ROUSSEFF NA DITADURA
Ministério da Aeronáutica
4ª Zona Aérea
Quartel General
Divisão de Segurança
Título – Elementos foragidos integrantes dos grupos Corrente e Colina
09ABRIL1970
Difusão: Unidade Aérea Paraeq MT
Difusão Anterior – II Ex – 6º DN –DPF /SP – DOPS
Encaminhamento Nº 96/SNI/ASP/ de 16/02/1970
Encaminhamento Nº 85/QG-4
09ABRIL1970
http://pt.scribd.com/doc/
Os documentos em anexo mostram parte da perseguição sofrida por Dilma Rousseff, militante da Resistência 'a ditadura civil-militar.
Em depoimento ao Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais feito em 2001, Dilma relatou detalhes de sessões de tortura às quais foi submetida na prisão em Juiz de Fora (MG), quando presa política, na década de 1970.
A literatura sobre a militância política da presidente registra fartamente informações sobre a passagem de Dilma pelos calabouços da ditadura no Rio e em São Paulo. No depoimento ao CDHMG, ela lembra que foi colocada no pau de arara, tomou choques elétricos, apanhou de palmatória e foi submetida a socos.
"Minha arcada girou para o lado, me causando problemas até hoje, problemas no osso do suporte do dente. Me deram um soco e o dente se deslocou e apodreceu", relatou, segundo o documento. Ela conta ainda que os torturadores ameaçaram agredi-la no rosto, dizendo que, depois deformada, "ninguém ia querê-la". As sequelas no maxilar só teriam sido corrigidas depois que ela assumiu cargos no governo Lula, em 2002, por meio de cirurgias.
Com 24 anos, Dilma foi levada para Juiz de Fora em 1972, onde teria ficado por cerca de dois meses. Os militares suspeitavam que ela teria ajudado o ex-companheiro no Comando de Libertação Nacional (Colina), Ângelo Pezzuti, em um suposto plano de fuga de penitenciária em Ribeirão das Neves (MG). Eles haviam flagrado bilhetes entre Stela (um dos codinomes da presidente) e Cabral (Ângelo).
"O estresse é feroz, inimaginável. Descobri, pela primeira vez, que estava sozinha. Encarei a morte e a solidão. Lembro-me do medo quando minha pele tremeu. Tem um lado que marca a gente pelo resto da vida", descreveu a presidente.
Dilma relatou que, em Minas, passou sozinha a maior parte do tempo no cárcere. Segundo ela, a solidão fazia parte da tortura. Ela se lembra de que a mãe ia visitá-la algumas vezes, mas nunca em seus piores momentos. "As marcas da tortura sou eu. Fazem parte de mim", contou a presidente.
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