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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

24.10.16

Direita brasileira se apropria totalmente do Estado

GOLPE

Direita brasileira se apropria totalmente do Estado

O que vemos é um Estado plenamente alinhado com a direita e seu projeto de restauração conservadora. O governo é o agente direto dessas iniciativas, apoiado pelo Congresso, STF, PF, PGR e pela ação da mídia
por Emir Sader para a RBA publicado 23/10/2016 11:02
ROVENA ROSA/ARQUIVO ABR
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O Estado atua de forma uníssona contra o PT, o Lula, tanto que a república praticamente desapareceu

O período político iniciado em 2003 com a primeira eleição do Lula e terminado em 2016 com o golpe contra a Dilma, representou um período excepcional da história brasileira. Em dois sentidos: no primeiro, porque, diminuiu extraordinariamente a desigualdade no Brasil. No segundo, porque fez o país caminhar na direção oposta que os outros governos tinham feito.

Para isso, o governo fez do Executivo o eixo dinâmico que impulsionou o Estado a atuar em favor da grande maioria da população e não apenas da minoria, como sempre tinha acontecido. Embora amplamente minoritário no Congresso, mediante alianças políticas, o governo logrou colocar em prática os temas fundamentais da sua plataforma eleitoral, antes de tudo a prioridade das políticas sociais.

A direita se sentiu muito contrariada, tentou derrubar o Lula, pela campanha que denominou de "mensalão", primeiro através de um impeachment, depois na campanha eleitoral de 2006. Não conseguiu, mas seguiu assentando suas baterias contra o governo, mesmo terminando por reconhecer que as políticas sociais do governo é que tinham permitido a reeleição do Lula e sua imensa popularidade.

Mesmo contando com o monopólio dos meios de comunicação e desenvolvendo campanhas sistemáticas contra o governo, a direita não conseguiu voltar a controlar o governo. Perdeu quatro eleições presidenciais consecutivamente. Mas manteve, como seu objetivo central, tirar o PT do governo. Se deu conta que essa situação permitia ao governo desenvolver políticas sociais que mantinham o apoio popular, como ficou patente também no resultado eleitoral de 2014.

Foi preciso um golpe para que a direita expulsasse o PT do governo e se reapropriasse inteiramente do Estado. Se valeu da maioria parlamentar conseguida em 2014, mas também da anuência do STF, com o silêncio cúmplice, que permitiu o golpe.

A partir dessa virada, o que vemos hoje é um Estado plenamente alinhado com a direita e seu projeto de restauração conservadora. O governo é o agente direto dessas iniciativas, apoiado por uma ampla maioria no Congresso, pelo silêncio do STF, pela ação da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República, de promotores e pela sempre sistemática ação de propaganda direta da parte dos meios de comunicação.

O Estado revela assim, de forma explícita, seu caráter de classe, revertendo os espaços que tinham permitido que as classes populares tivessem podido afirmar seus direitos, valendo-se de uma liderança popular que as levou a vitórias e a melhorias substancias nas suas condições de vida. O golpe instalou no governo uma agenda sistemática de vingança contra aqueles avanços, de reversão das correlações de forca entre as classes, valendo-se do Estado em todas as suas instâncias.

O Estado atua de forma uníssona contra o PT, o Lula, tanto que a república praticamente desapareceu. O Legislativo agiu fora de suas atribuições, valendo-se de uma maioria parlamentar para depor uma presidenta sem crime de responsabilidade, agindo como se estivéssemos num parlamentarismo. O Executivo viu uma presidenta reeleita pelo voto popular ser deposta. E o Judiciário assiste a todas as arbitrariedades calado. Dessa forma não existe mais república no Brasil.

Mais do que nunca se coloca para a esquerda e para a democracia brasileira a necessidade de lutar por uma Assembleia Constituinte que permita, mediante uma ampla representação popular, refundar o Estado brasileiro, para garantir a democracia no pais.

 http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2016/10/direita-brasileira-se-apropria-totalmente-do-estado-3014.html?_authenticator=80e8c3156a6e4069a6d98e2514dbaf41b0aaf3e0


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz