Sindicatos de jornalistas e radialistas criticam decisão de Sartori de extinguir Secretaria de Comunicação
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e o Sindicato dos Radialistas do RS divulgaram nota oficial nesta segunda-feira (22) criticando a decisão do futuro governador José Ivo Sartori (PMDB) de extinguir a Secretaria Estadual de Comunicação (Secom). Assinada pelos presidentes das duas entidades, Milton Siles Simas Junior (Jornalistas) e Antonio Caverna Peres (Radialistas), a nota manifesta "contrariedade em relação à perspectiva de enfraquecimento do setor de comunicação na próxima gestão do governo estadual". Na avaliação das entidades, a decisão de reduzir a secretaria a uma coordenadoria vinculada ao gabinete do governador, desconsidera "a autonomia da pasta para tratar de assuntos de interesse do próprio governo e, principalmente, dos cidadãos".
A nota dos sindicatos também expressa preocupação com a possibilidade de perder avanços conquistados nos últimos anos. "Após garantir seu espaço junto aos grandes temas do Estado, aproximando o governo das empresas de comunicação e da população, o entendimento, por parte dos novos governantes, de que não necessitam de porta-voz, evidencia o descaso com os profissionais responsáveis por estreitar as relações entre as partes envolvidas no processo de comunicação", afirma. Na opinião do presidente do Sindicato dos Jornalistas, os gestores públicos deveriam ter entendimento do papel do jornalista como protagonista no processo de comunicação pública, sendo um intermediário entre os órgãos institucionais, a mídia e a população. "Infelizmente nem todos têm esta consciência", lamentou Milton Simas.
Em entrevista ao site do Sindicato dos Jornalistas, o atual secretário estadual da Comunicação, Marcelo Nepomuceno, comentou a declaração do governador eleito que justificou a extinção da secretaria porque "não precisa de um porta-voz". "A tarefa do porta-voz é uma das que o poder público pode dispor e não deve ser confundida com a secretaria, pois é exercida por uma pessoa. Enxergar a Secretaria de Comunicação apenas na função de porta-voz é um pouco limitado. A Secom tem tarefa gerencial do governo como um todo, e de maneira mais próxima com o próprio governador", disse Nepomuceno. Sobre isso, Simas acrescentou: "quando Sartori afirma que não precisa de porta-voz, revela seu desconhecimento das atividades do jornalista e da própria Secom, que reúne profissionais dos três segmentos da comunicação".
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