02/12/2014 - Copyleft
Nova fase da Unasul
No momento em que tanto o Mercosul, quanto a Aliança para o Pacífico revelam uma diminuição nos ritmos dos seus projetos, a Unasul retoma seu dinamismo inicial.
por Emir Sader em 02/12/2014 às 17:05
Depois do seu lançamento, a Unasul deu passos importantes para constituir a região em um espaço de integração politica. Nessa primeira fase foi constituído o Conselho Sulamericano de Defesa, que permite à região resolver seus conflitos internos sem apelar à OEA. Foi assim que foi possível resolver os conflitos entre a Colômbia, o Equador e a Venezuela, assim como problemas internos à Bolívia. Da mesma forma, o Banco do Sul surgiu como forma de financiamento de projetos conjuntos regionais.
Porém, depois da sua fase de lançamento, Unasul como que sofreu uma paralisia, em parte porque, depois do mandato compartilhado entre a Colômbia e a Venezuela, se geraram impasses, que fizeram com que a entidade ficasse praticamente acéfala, até que se definisse o seu novo comando.
Recentemente esse impasse foi superado e o ex-presidente colombiano Ernesto Samper assumiu a direção geral de Unasul. A reunião desta semana no Equador representa a retomada de Unasul. Uma retomada em grande estilo.
Se reúnem os presidentes de toda a região, em Guayaquil e em Quito, com uma agenda com temas relevantes – como projetos de integração energética, a criação do passaporte único para os habitantes de toda a região, entre outros. Ao mesmo tempo, será inaugurada a belíssima sede construída pelo governo de Rafael Correa, em Quito, para abrigar Unasul, que receberá, significativamente, o nome de Nestor Kirchner, um dos maiores incentivadores da constituição de Unasul, junto com Hugo Chavez e com Lula.
Ao mesmo tempo se realizará um seminário organizado conjuntamente pelo Instituto Lula e pelo IAEN – Instituto de Altos Estudos Nacionais, vinculado à presidência do Equador -, que terá uma conferencia do Lula e uma conferência de encerramento do Rafael Correa, além da participação de Ernesto Samper, do vice presidente da Bolivia, Alvaro Garcia Linera, do ministro de Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patino, de Emir Sader, entre outros.
Unasul terá, entre suas responsabilidades maiores, a de buscar a aliança entre os países que participam do Mercosul e os que estão vinculados à Aliança para o Pacífico – grupos de governos que tem estratégias distintas sobre os processos de integração. O Mercosul privilegia a integração regional, enquanto a Aliança para o Pacifico o faz com os Tratados de Livre Comercio bilaterais com os EUA.
Em princípio os dois projetos competem entre si, mas Unasul se propõe a encontrar formas de convivência e de colaboração entre eles. Este é um dos desafios do mandato de Ernesto Samper.
Por outro lado, quando surgiu a crise econômica no centro do capitalismo mundial, a Unasul esboçou algumas medidas de resistência conjunta aos efeitos recessivos da crise. Posteriormente cada país tratou de encontrar suas formas próprias de resistir, mas se vê que a recessão internacional se prolonga e essas formas se mostram menos eficientes que no início para, por exemplo, neutralizar a livre circulação de capitais especulativos pela região. Unasul pode retomar medidas conjuntas que permitam não apenas uma resistência aos fluxos recessivos que vem do centro do sistema, como encontrar outras formas de colaboração econômica, que possibilitem o surgimento de um novo ciclo expansivo das economias da região.
No seu conjunto, assim, no momento em que tanto o Mercosul, quanto a Aliança para o Pacífico revelam uma diminuição nos ritmos de avanço dos seus projetos, a Unasul reaparece com um dinamismo que já havia tido na sua fase de lançamento.
Porém, depois da sua fase de lançamento, Unasul como que sofreu uma paralisia, em parte porque, depois do mandato compartilhado entre a Colômbia e a Venezuela, se geraram impasses, que fizeram com que a entidade ficasse praticamente acéfala, até que se definisse o seu novo comando.
Recentemente esse impasse foi superado e o ex-presidente colombiano Ernesto Samper assumiu a direção geral de Unasul. A reunião desta semana no Equador representa a retomada de Unasul. Uma retomada em grande estilo.
Se reúnem os presidentes de toda a região, em Guayaquil e em Quito, com uma agenda com temas relevantes – como projetos de integração energética, a criação do passaporte único para os habitantes de toda a região, entre outros. Ao mesmo tempo, será inaugurada a belíssima sede construída pelo governo de Rafael Correa, em Quito, para abrigar Unasul, que receberá, significativamente, o nome de Nestor Kirchner, um dos maiores incentivadores da constituição de Unasul, junto com Hugo Chavez e com Lula.
Ao mesmo tempo se realizará um seminário organizado conjuntamente pelo Instituto Lula e pelo IAEN – Instituto de Altos Estudos Nacionais, vinculado à presidência do Equador -, que terá uma conferencia do Lula e uma conferência de encerramento do Rafael Correa, além da participação de Ernesto Samper, do vice presidente da Bolivia, Alvaro Garcia Linera, do ministro de Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patino, de Emir Sader, entre outros.
Unasul terá, entre suas responsabilidades maiores, a de buscar a aliança entre os países que participam do Mercosul e os que estão vinculados à Aliança para o Pacífico – grupos de governos que tem estratégias distintas sobre os processos de integração. O Mercosul privilegia a integração regional, enquanto a Aliança para o Pacifico o faz com os Tratados de Livre Comercio bilaterais com os EUA.
Em princípio os dois projetos competem entre si, mas Unasul se propõe a encontrar formas de convivência e de colaboração entre eles. Este é um dos desafios do mandato de Ernesto Samper.
Por outro lado, quando surgiu a crise econômica no centro do capitalismo mundial, a Unasul esboçou algumas medidas de resistência conjunta aos efeitos recessivos da crise. Posteriormente cada país tratou de encontrar suas formas próprias de resistir, mas se vê que a recessão internacional se prolonga e essas formas se mostram menos eficientes que no início para, por exemplo, neutralizar a livre circulação de capitais especulativos pela região. Unasul pode retomar medidas conjuntas que permitam não apenas uma resistência aos fluxos recessivos que vem do centro do sistema, como encontrar outras formas de colaboração econômica, que possibilitem o surgimento de um novo ciclo expansivo das economias da região.
No seu conjunto, assim, no momento em que tanto o Mercosul, quanto a Aliança para o Pacífico revelam uma diminuição nos ritmos de avanço dos seus projetos, a Unasul reaparece com um dinamismo que já havia tido na sua fase de lançamento.
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