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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

17.1.14

Editorial odioso e golpista do Wall Street Journal contra a Argentina - Carta Maior

15/01/2014 - Copyleft




Editorial odioso e golpista do Wall Street Journal contra a Argentina

Quem ler a descrição que a jornalista do Wall Street Journal faz de Buenos Aires, terá a nítida impressão de que ela fala da Buenos Aires da crise de 2001-2002.

por Emir Sader em 15/01/2014 às 13:44


Quem lesse a descrição que a jornalista do Wall Street Journal faz de Buenos Aires, teria a nítida impressão de que ela fala da Buenos Aires da crise de 2001/2002: “Uma sensação de premonição se abatia sobre a cidade. A economia estagnada, a inflação em alta, o capital saindo do país e os portenhos de todos os âmbitos preparados para uma tormenta e resignados às penúrias que chegariam a essa cidade portenha”.

E continua a sensível jornalista norteamericana: “A infraestrutura da cidade também parecia abatida. Os amplos bulevares e grandiosos edifícios do século XIX estão cansados e enferrujados e as ruas cheiram mal. Os grafitis (enardecidos) e os cartazes despedaçados desfiguram as paredes, o que intensifica uma sensação generalizada de decadência sem lei.”

Até que chega o diagnostico dessa dramática situação: “Destruir a riqueza de uma nação leva um tempo longo, mas (e aí vem a surpresa) uma década de kirchnerismo, de governos encabeçados por Nestor Kirchner e por sua atual viúva, Cristina Fernandez de Kirchner, parece estar conseguindo isso.”

Aí vem a confusão. A descrição alarmante da situação de Buenos Aires não se refere às calamidades que o país viveu quando implodiu o modelo – cantado em prosa e verso pelo FMI e pelo próprio Wall Street Journal – neoliberal na versão menemista da paridade da moeda argentina com o dólar. Quando a expropriação massiva de grande parte da população argentina pelo  fim da paridade levou o país ao pior retrocesso da sua história – comparável, por Eric Hobsbawn, ao que viveu a Rússia com o fim da URSS – se podia viver imagens inimagináveis até ali.

Somado aos níveis mais altos de desemprego que a Argentina teve – país que viveu o pleno emprego em períodos anteriores -, o empobrecimento de amplos setores das classes médias e a disseminação da população de rua, Buenos Aires viveu os piores momentos da sua história. Algo incomparavelmente pior do que a jornalista do Wall Street Journal descreve.

Foi a partir dessa crise, do maior retrocesso que a economia argentina tinha vivido, que Nestor Kirchner primeiro, Cristina em seguida, puderam recuperar economicamente o país, para níveis altos de expansão econômica, apesar da pesada herança de desindustrialização, de privatização de empresas públicas – a começar pela YPF, que tinha propiciado a autossuficiência em recursos energéticos para o país -, a miséria, a exclusão social.

Foram dez anos de recuperação sistemática da economia, com níveis de crescimento altos, redução drástica do desemprego, que permitiram que os Kirchner ganhassem três eleições seguidas. No entanto, a jornalista fala de “destruição da riqueza de uma nação pelos Kirchner”. Certamente ela não conhece a herança recebida dos governos Menem e de la Rua, que dilapidaram a economia do país. Certamente ela não passou por Buenos Aires povoada pelos cartoneiros, gente inclusive de classe média, que vinha à capital para recolher tudo o que pudesse revender, reciclar, usar, populações no abandono quando implodiu a suicida política da paridade, tanto elogiada pelo Wall Street Journal.

No final do artigo a jornalista prognostica uma “explosão social”, fato que efetivamente aconteceu no final dos governos Menem e de la Rua. Tivesse ela reescrito seu artigo para aquele momento, até mesmo nisso ela teria acertado.


http://www.cartamaior.com.br/?/Blog/Blog-do-Emir/Editorial-odioso-e-golpista-do-Wall-Street-Journal-contra-a-Argentina/2/30017

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz