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Texto do ator Ary Fontoura, em que ele pede que a presidente Dilma Rousseff renuncie ao PT, provoca indignação nas redes sociais; em resposta, leitores defendem que o ator renuncie à Globo; "Em sua carta há uma nebulosa ausência do período pós-1964 e seus Presidentes-Generais (sempre de braços dados com seu patrão, Roberto Marinho). Também omite que a Globo apoiou até o fim o regime de torturas e assassinatos", diz o leitor Reinaldo Luciano; "Ari Fontoura, porventura você pediu a seus patrões para renunciar à SONEGAÇÃO?", questiona Gilson Rasian; "camarada Ary Fontoura, renuncie a Globo, pois a mesma estava de braços dados com a ditadura que assassinou e torturou brasileiros, enquanto você encenava na vida e ainda assim era remunerado, bem remunerado", completa o engenheiro Lino Moura
28 DE DEZEMBRO DE 2014 ÀS 07:10
247 - Em texto recentemente postado no Facebook, o ator Ary Fontoura tentou se colocar como reserva moral da nação e representante de 200 milhões de brasileiros. Nele, aparentemente inconformado com a vitória da presidente Dilma Rousseff nas eleições, ele pede que ela, ao menos, renuncie ao PT – que seria, na visão do ator, sinônimo de corrupção (leia mais aqui).
O texto, publicado no 247, provocou uma onda de indignação nas redes sociais. Muitos leitores defendem que o ator renuncie à Globo, que apoiou abertamente o golpe militar de 1964 e dele se beneficiou, fazendo com que os Marinho, sempre de braços dados com generais, se transformassem na família midiática mais próspera do planeta.
Eis o texto postado pelo leitor Reinaldo Luciano, que foi curtido por outros 150 leitores:
Em resposta ao Sr. Ary Fontoura.
Fui ler sua "Carta Aberta" e ela não me pareceu tão aberta assim. Como você entende de "elenco" vou elencar algumas razões:
Curiosamente você mudou-se para o Rio em 31 de Março de 1964. Então deve lembrar-se de que em 1º de Abril as tropas de Minas chegaram ao Rio.
Não foi um movimento espontâneo, mas um acerto entre a poderosa CIA, o Jornal O Globo e coligados, com a anuência de alguns generais (há quem cite malas e mais malas de dólares).
Você omite que Jango não renunciou, mas foi derrubado do poder por seu patrão (futuro) et caterva. Também é fato que sua carta omite o presente dado ao seu futuro chefe e amigo Roberto Marinho pelos generais que se apossaram do poder: A TV GLOBO onde você construiu esta longa carreira (nenhuma referência a seu candidato).
Em sua carta há uma nebulosa ausência do período pós-1964 e seus Presidentes-Generais (sempre de braços dados com seu patrão, Roberto Marinho). Também omite que a Globo apoiou até o fim o regime de torturas e assassinatos. Omite inclusive que Globo colocou lá Collor de Mello, numa das mais escabrosas manipulações eleitorais da história... e ajudou a apeá-lo quando deixou de ser interessante. Omite que FHC elegeu-se porque sua Globo fez um tácito acordo com uma certa jornalista que teria um filho bastardo com ele.
Continuemos com sua carta fechada e a manipulação da história pela empresa a quem você dedicou anos e anos de sua vida. Seus patrões-herdeiros não são bilionários à custa de seu trabalho como ator. Sua "empresa querida" tentou impedir a eleição de Lula em 2002 e em 2006. Repetiu a façanha (digo: patranha) em 2010 e em 2014, tanto que rendeu a William H(B)omer o prêmio "Mário Lago" por sua "isenção e lisura".
Assim sendo, do alto dos seus 81 anos procure um médico e peça-lhe que lhe prescreva "MEMORIOL". Quem sabe a Globo não lhe dê o comercial para estrelar e você possa fazer uma nova carta em 2018. Mas que esta realmente seja aberta e as verdades sejam realmente ditas: Doa em quem doer!
ReinaldoLuciano©
Leia ainda a mensagem de Gilson Rasian:
Coitado do Ari Fontoura. De ator consagrado a pau mandado dos marinhos. Ele é leal a seus patrões, mas manda Dilma trair seu seguidores a sugerir que ela governe com a oposição e renuncie ao partido que a elegeu.
Ari Fontoura, porventura você pediu a seus patrões para renunciar à SONEGAÇÃO?
... e a do engenheiro Lino Moura:
CARTA ABERTA A ARY FONTOURA: camarada Ary Fontoura, renuncie a Globo, pois a mesma estava de braços dados com a ditadura que assassinou e torturou brasileiros, enquanto você encenava na vida e ainda assim era remunerado, bem remunerado.
http://www.brasil247.com/pt/247/cultura/164852/Ary-Fontoura-deveria-renunciar-%C3%A0-Globo.htm
A palavra incerteza comanda a passagem de 2014 para o Brasil de 2015, mas o chão mole do calendário político registra agora uma auspiciosa pavimentação de terra firme que pode surpreender.
Uma frente de esquerda formada pelos principais movimentos sociais brasileiros, tendo à frente, entre outros, o dirigente do MTST, Guilherme Boulos, está em formação no país.
Não é ainda a alavanca capaz de reverter a ofensiva conservadora em marcha batida na sociedade. Mas tem potência para isso.
Tem, sobretudo, capacidade para sacudir uma correlação de forças na qual as elites mastigam a margem de manobra do segundo governo Dilma entre os dentes da fatalidade econômica e do engessamento político.
A iniciativa dos movimento sociais, apoiada por partidos de esquerda, conta com um incentivo sintomático da gravidade dos dias que correm: o do ex-presidente Lula e, portanto, de uma parte significativa do PT.
Tem, ademais, um precedente revelador.
Ela vem se somar a uma mobilização equivalente, iniciada há cerca de um mês, para reaproximar intelectuais de esquerda e construir um contraponto de ideias progressistas ao agendamento conservador da sociedade, martelado diuturnamente pelo jogral midiático.
Trata-se de uma usina de respostas à espiral regressiva; uma caixa de ressonância de intelectuais cidadãos.
Esse polo de debate e combate foi oficializado no dia 15 de dezembro, em evento em São Paulo, com o nome de Fórum 21.
A primeira assembleia, no Sindicato dos Engenheiros, elegeu como uma de suas vértebras a luta pela democratização dos meios de comunicação.
Presente no lançamento, o secretário de Cultura da Prefeitura de São Paulo, Juca Ferreira, afirmou que os meios de comunicação são o principal obstáculo ao debate crítico dos reais desafios brasileiros.
'Precisamos iniciar uma reconstrução programática que supere nosso próprio desgaste, mas essa tarefa requer um ambiente midiático oposto ao atual, concentrado e carente de regras democráticas', disse Ferreira. (leia 'Para Juca Ferreira, falta de democracia da mídia substituiu censura do regime militar', nesta pág).
A importância descomunal da imprensa na luta política não é assunto estranho à reflexão intelectual desde que Gramsci (1891-1936) o incorporou a sua obra.
Na Itália, a fragilidade das estruturas partidárias, ao lado das dificuldades impostas por uma unificação feita de instituições ralas e abismos sociais e regionais profundos, fez com que os jornais assumissem funções de verdadeiros partidos, ensinou o pensador comunista.
As semelhanças meridionais com o subdesenvolvimento tropical não são negligenciáveis.
Nos anos 90, Celso Furtado costumava explicar pacientemente aos jovens jornalistas – os poucos que ainda procuravam o grande economista brasileiro taxado de jurássico pela emergente agenda tucana— que o 'populismo', ao contrário da demonização que lhe atribuíam as elites, refletia o vácuo histórico de uma sociedade pouco sedimentada institucionalmente, capturada pelas mandíbulas de um capitalismo de fronteiras indivisas.
O Estado e os líderes carismáticos compensavam o oco político falando direto às massas. E intervindo na economia para organizar a luta contra o subdesenvolvimento.
A colisão entre esse improviso de poder popular e o diretório midiático gerou entre nós alguns capítulos pedagógicos.
O suicídio de Vargas foi um deles.
O criador da igualmente por isso maldita Petrobras apertou o gatilho para não ceder à pressão insuportável do denuncismo lacerdista, que exigia sua renúncia em emissões sistemáticas através da rádio Globo, dirigida então pelo jovem udenista Roberto Marinho.
O Brasil era descrito como um mar de lama.
É dispensável enfatizar as semelhanças com a pauta e os métodos abraçados agora pelos grandes veículos de mídia em sintonia com a oposição conservadora ao governo Dilma, ao PT e ao 'lulopopulismo' econômico.
O Fórum dos intelectuais e a frente de movimentos sociais emergem como o contraponto mais importante a isso, desde a vitória de Dilma em 26 de outubro.
O conservadorismo atordoa o discernimento da sociedade desde então com uma escalada vertiginosa de iniciativas.
Habilidosamente, equipara-se combate à corrupção à demonização do polo progressista, no qual se espeta o selo da degeneração política, associada a práticas econômicas 'intervencionistas'.
A ideia de uma salubridade externa à história, tomada como referência limpa e boa na construção da sociedade, é um daqueles mantras aos quais se agarram os interesses dominantes de todos os tempos.
A depender da conveniência, essa salubridade poderá vestir a toga da judicialização da 'má política'. Ou a gravata técnica dos centuriões que falam em nome da proficiência dos mercados para dar o rumo 'correto' à economia.
Ou ainda encarnar no monopólio de um dispositivo midiático que se avoca a prerrogativa de um Bonaparte, a emitir interditos e sanções em defesa dos interesses particulares apresentados como os de toda a nação.
Hoje, o objetivo desse aluvião é o impeachment de Dilma ou o sangramento irreversível de seu governo, e das forças que o apoiam, bem como das ideias que as expressam. Até o seu sepultamento histórico em 2018.
Semanas após a vitória progressista nas urnas, quando o governo parecia hipnotizado pelo serpentário golpista que havia subestimado, e por isso não se preparado para defender o escrutínio popular, Carta Maior indagava:
'O que se pergunta ansiosamente é se Lula já conversou sobre isso com Boulos, do MTST; se Boulos já conversou com Luciana Genro; se Luciana Genro já conversou com a CUT ; se a CUT já conversou com Stédile; se todos já se deram conta de que passa da hora de uma conversa limada de sectarismos e protelações, mas encharcada das providencias que a urgência revela quando se pensa grande. Se ainda não se aperceberam da contagem regressiva que ameaça o nascimento de um Brasil emancipado e progressista poderão ser avisados de forma desastrosa quando o tique taque se esgotar'.
A boa nova na praça é que a conversa começou.
O desafio de vida ou morte consiste agora em restaurar a transparência dos dois campos em confronto na sociedade.
Na aparente neutralidade de certas iniciativas pulsa, na verdade, a rigidez feroz dos interesses estruturais por elas favorecidos.
O melhor solvente para essa tintura é a ampla participação popular no debate e nas decisões que vão definir a rota do futuro brasileiro.
O país, desde 2003, e com todas as limitações e contradições intrínsecas a um governo de base heterogênea-- tem figurado aos olhos do mundo como uma das estacas da resistência latino-americana à retroescavadeira ortodoxa, que demole e soterra direitos sociais e soberania econômica urbi et orbi.
Essa resistência criou um dos maiores mercados de massa do planeta em uma demografia de 202 milhões de habitantes.
O assoalho macroeconômico range e ruge sob o peso da inadequação entre a emergência dessa nova força motriz e as estruturas rigidamente pensadas para exclui-la do mercado e da cidadania.
A solução da 'agenda técnica' é higienizar a sujeira do intervencionismo público em todas as frentes, devolvendo o mando do jogo à faxina autorreguladora dos mercados.
Sobrepor o interesse privado aos da sociedade implica capturar o sistema democrático integralmente para esse fim.
Era esse o objetivo dos candidatos conservadores derrotados em outubro.
Não era apenas uma disputa presidencial. Mas um capítulo do embate inconcluso pelo comando do desenvolvimento brasileiro.
Daí a ilusão de se supor que concessões pontuais vão saciar o agendamento derrotado nas urnas.
Não será a adoção homeopática de sua farmacopeia que o fará recuar.
O discernimento daquilo pelo que se luta, e contra quem se travará a batalha dos próximos dias e noites, é crucial para os interesses populares afrontarem a avalanche em curso.
Essa é uma batalha entre a democracia social e as forças regressivas que se insurgiram contra a sua construção em 32, 54, 64, 2005, 2006, 2010 e 2014.
Tornar esse divisor visível aos olhos da população requer um símbolo de magnetismo equivalente à dimensão das tarefas que essa agenda encerra em termos de organização e repactuação do país com o seu desenvolvimento.
Requer o nascimento de uma frente de esquerda que, à semelhança do 'Podemos', na Espanha, guarde incontrastável vinculação com as urgências populares. Mas também encerre um denso discernimento das contingencias globais, que não podem ser abduzidas pelo imediatismo corporativista.
Embora o martelete midiático tenha disseminado a bandeira do antipetismo bélico, a ponto de hoje contagiar setores amplos da classe média, o fato é que esse trunfo conservador ainda não reúne a energia necessária para inaugurar uma nova ordem.
O pântano, por enquanto, o satisfaz.
Ele desarma a sociedade e exaspera a cidadania.
Dissemina um sentimento de impotência diante das urgências de uma transição de ciclo econômico marcada por uma correlação de forças instável, desprovida de aderência institucional , ademais de submetida à determinação de um capitalismo global avesso a qualquer outro ordenamento que não o vale tudo dos mercados.
A força e o consentimento necessários para conduzir esse ciclo em uma chave que não seja a do arrocho requisitam o salto de articulação social que agora se ensaia.
O caminho oposto é o da treva.
A regressividade conservadora predominante na Itália após o 'Mãos Limpas', nos anos 90, não é uma miragem; é um risco real em sociedades desprovidas de representação política forte e organização social mobilizada (leia 'Mãos Limpas; e depois, Berlusconi?'; nesta pág).
Lá como aqui o lubrificante do retrocesso foi a prostração progressista e a incapacidade da esquerda e dos democratas de construir um repto histórico de esperança para engajar a sociedade no comando do seu destino.
A gravidade dos desafios embutidos no calendário de 2015 é de ordem equivalente.
Saber onde estão as respostas e reunir a energia política capaz de validá-las é trunfo valioso.
É esse o significado encorajador da nascente frente de esquerda dos movimentos sociais e da usina de intelectuais cidadãos reunidos no Fórum 21.
São sinais de um aggiornamento em curso na vida política nacional.
Mas que já extrapolam a mera formalidade da travessia gregoriana, para emprestar a 2015 a dimensão e o desassombro de uma verdadeira renovação histórica.
Que assim seja um bom ano novo, são os votos que Carta Maior tem a certeza de compartilhar com seus leitores e com a imensa maioria do povo brasileiro.
http://cartamaior.com.br/?%2FEditorial%2F2015-o-ano-que-pode-surpreender-%2F32525
Un día como hoy pero en 1797 nació en Quito (Ecuador) Manuela Sáenz, una de las próceres que luchó por la libertad de América. Su participación fue activa y protagónica en la batalla contra el imperio español.
Manuela Sáenz combatió en la batalla de Pichincha que selló la libertad de Ecuador (1822), así como en la batalla de Ayacucho que coronó la soberanía de Perú y América del Sur. Antonio José de Sucre, en una carta emitida el 10 de diciembre de 1824, reconoció la importancia de Sáenz en la gesta independentista:
Manuela Sáenz también fue reconocida por Simón Bolívar como la Libertadora del Libertador porque en 1828 lo salvó de un atentado en Santa Fe Bogotá. Sáenz describió en su Diario de Paita el amor y el compromiso por la libertad de América, una lucha que la unió a la vida de Bolívar.
Desterrada de Colombia tras la muerte de Simón Bolívar se instala en puerto de Paita (Perú) lugar donde murió el 23 de noviembre de 1856 por una epidemia de difteria. Su cuerpo fue incinerado dentro de su casa y sus cenizas fueron depositadas en una fosa común.
En julio de 2010, los restos simbólicos de Manuela Sáenz fueron trasladados al Panteón Nacional de Venezuela (Caracas), lugar donde reposan los del Libertador Simón Bolívar.
http://www.telesurtv.net/news/Manuela-Saenz-y-su-lucha-por-la-libertad-de-America-20141227-0010.html
"O Brasil vive não somente uma crise moral, mas também a da razão. Talvez prepare o caminho para outra, maior e fatal. Algo é certo: o Brasil não está maduro para o jornalismo honesto".
(Assim termina a coluna de Mino Carta, na Carta Capital desta semana, publicada sob o título "Gigolette em Estocolomo", que vale a pena ler).
***
Algo de revolucionário anda acontecendo na relação entre produtores e consumidores de informações em nosso país. Esta semana, por exemplo, destaquei uma contradição entre o bombardeio sem tréguas desfechado pela velha mídia familiar contra Dilma Rousseff e o PT, ao mesmo tempo em que a aprovação e a popularidade da presidente subiam no Ibope.
Chamo de velha mídia familiar os grandes grupos de comunicação comandados pelos herdeiros de meia dúzia de barões, em contraposição à nova mídia livre que se tornou possível, e não para de crescer, desde o advento da internet, que permitiu a todo mundo se tornar, ao mesmo tempo, emissor e receptor de informações e opiniões.
Trata-se, enfim, da democratização da mídia, com a multiplicação de plataformas e agentes, acabando com o poder dos donos da verdade e seus porta-vozes, os antigos "formadores de opinião", hoje hospedados no Instituto Millenium.
A primeira vez em que notei esta clara oposição entre a nova e a velha mídia foi na campanha presidencial de 2010, quando o então candidato tucano José Serra batizou todos os que se opunham a ele de "blogs sujos", certamente para diferenciá-los dos "blogs limpinhos" e seus donos, que o apoiavam.
Desta forma, os jornalistas não alinhados ao tucanato estariam condenados ao opróbio, blogueiros sem ccredibilidade, mas, com bom humor, muitos deles até adotaram a classificação nos encontros que passaram a promover para unir forças.
A divisão das mídias voltou a ser feita esta semana pelo jornal Folha de S. Paulo, ao divulgar os gastos com publicidade feitos pelo governo federal e as empresas estatais, no período entre 2000 e 2013.
Na divisão do bolo, segundo o próprio jornal, os grandes grupos da velha mídia ficaram com R$ 8,66 bilhões, restando cerca de 0,5% deste valor para o que a Folha definiu como "mídia alinhada ao governo", ou seja, chapa-branca.
Diante desta disparidade colossal, Mino Carta, com a agudez de costume, comentou em sua coluna:
"Dirá o desavisado: alinhados e mal pagos (...). Ao listar os pretensos alinhados e não qualificar os demais, a Folha nos atribui o papel de jornalistas de partido e com isso fornece outra prova: como sempre, obedece aos seus naturais pendores e, no caso, manipula a informação e omite a qualidade dos demais, alinhados de um lado só, guiados pelo pensamento único enquanto, hipócritas inveterados, declaram sua isenção, equidistância, pluralidade. Ou seja, inventam e mentem".
Por mais que estejam perdendo audiência e circulação, estes veículos da velha mídia mantêm poder e faturamento, graças a uma sólida aliança construída nos últimos tempos com alguns representantes das mais altas instâncias do Judiciário a serviço do tucanato, como vimos no episódio do mensalão e se repete agora com o que chamam de petrolão.
Na verdade, esta tabelinha entre os nobres da mídia e da Justiça ocupa o espaço deixado pela oposição partidária, agora mais destrambelhada e perdida do que nunca no combate ao governo petista, como já admitiu a própria Associação Nacional dos Jornais (ANJ).
Já não dá para saber se é a mídia que pauta o Judiciário, ou vice-versa, na mesma data. Nem é preciso citar nomes, para não fulanizar a questão, tão descarada é a atuação de alguns dos líderes desta aliança, que se autonomeou defensora da ética, do bem e dos "brasileiros decentes" (em alguns casos, parece até brincadeira...).
Ou alguém pode acreditar que eles estão mesmo preocupados em combater os fichas sujas da política (até o nosso eterno Paulo Maluf voltou a ficar com a ficha limpa, graças à Justiça) e os desmandos na Petrobras, já que o único objetivo é privatizar nossa maior empresa, de preferência nas mãos de empresas estrangeiras?
Como escrevi aqui na sexta-feira, não faço nenhuma questão de ter razão. Basta-me escrever o que penso sem pedir licença a ninguém.
Agora, abro este espaço para que os caros leitores do Balaio ocupem meu lugar e também digam o que pensam sobre o assunto. Não precisam concordar comigo. Mídia livre é isso: cada um pensa e diz o que quer. Manifestem-se!
"Já não dá para saber se é a mídia que pauta o Judiciário, ou vice-versa, na mesma data. Nem é preciso citar nomes, para não fulanizar a questão, tão descarada é a atuação de alguns dos líderes desta aliança, que se autonomeou defensora da ética, do bem e dos 'brasileiros decentes'", escreve o jornalista Ricardo Kotscho, em seu blog
21 DE DEZEMBRO DE 2014 ÀS 11:14
247 – Em novo artigo em seu blog, o jornalista Ricardo Kotscho aponta a existência de "uma sólida aliança construída nos últimos tempos" entre a mídia familiar e "alguns representantes das mais altas instâncias do Judiciário a serviço do tucanato". Ele cita primeiramente o exemplo do chamado 'mensalão' e agora o do 'petrolão'.
"Já não dá para saber se é a mídia que pauta o Judiciário, ou vice-versa, na mesma data. Nem é preciso citar nomes, para não fulanizar a questão, tão descarada é a atuação de alguns dos líderes desta aliança, que se autonomeou defensora da ética, do bem e dos "brasileiros decentes" (em alguns casos, parece até brincadeira...)".
Leia a íntegra:
A mídia livre contra a velha mídia e a Justiça tucana
"O Brasil vive não somente uma crise moral, mas também a da razão. Talvez prepare o caminho para outra, maior e fatal. Algo é certo: o Brasil não está maduro para o jornalismo honesto".
(Assim termina a coluna de Mino Carta, na Carta Capital desta semana, publicada sob o título "Gigolette em Estocolomo", que vale a pena ler).
***
Algo de revolucionário anda acontecendo na relação entre produtores e consumidores de informações em nosso país. Esta semana, por exemplo, destaquei uma contradição entre o bombardeio sem tréguas desfechado pela velha mídia familiar contra Dilma Rousseff e o PT, ao mesmo tempo em que a aprovação e a popularidade da presidente subiam no Ibope.
Chamo de velha mídia familiar os grandes grupos de comunicação comandados pelos herdeiros de meia dúzia de barões, em contraposição à nova mídia livre que se tornou possível, e não para de crescer, desde o advento da internet, que permitiu a todo mundo se tornar, ao mesmo tempo, emissor e receptor de informações e opiniões.
Trata-se, enfim, da democratização da mídia, com a multiplicação de plataformas e agentes, acabando com o poder dos donos da verdade e seus porta-vozes, os antigos "formadores de opinião", hoje hospedados no Instituto Millenium.
A primeira vez em que notei esta clara oposição entre a nova e a velha mídia foi na campanha presidencial de 2010, quando o então candidato tucano José Serra batizou todos os que se opunham a ele de "blogs sujos", certamente para diferenciá-los dos "blogs limpinhos" e seus donos, que o apoiavam.
Desta forma, os jornalistas não alinhados ao tucanato estariam condenados ao opróbio, blogueiros sem ccredibilidade, mas, com bom humor, muitos deles até adotaram a classificação nos encontros que passaram a promover para unir forças.
A divisão das mídias voltou a ser feita esta semana pelo jornal Folha de S. Paulo, ao divulgar os gastos com publicidade feitos pelo governo federal e as empresas estatais, no período entre 2000 e 2013.
Na divisão do bolo, segundo o próprio jornal, os grandes grupos da velha mídia ficaram com R$ 8,66 bilhões, restando cerca de 0,5% deste valor para o que a Folha definiu como "mídia alinhada ao governo", ou seja, chapa-branca.
Diante desta disparidade colossal, Mino Carta, com a agudez de costume, comentou em sua coluna:
"Dirá o desavisado: alinhados e mal pagos (...). Ao listar os pretensos alinhados e não qualificar os demais, a Folha nos atribui o papel de jornalistas de partido e com isso fornece outra prova: como sempre, obedece aos seus naturais pendores e, no caso, manipula a informação e omite a qualidade dos demais, alinhados de um lado só, guiados pelo pensamento único enquanto, hipócritas inveterados, declaram sua isenção, equidistância, pluralidade. Ou seja, inventam e mentem".
Por mais que estejam perdendo audiência e circulação, estes veículos da velha mídia mantêm poder e faturamento, graças a uma sólida aliança construída nos últimos tempos com alguns representantes das mais altas instâncias do Judiciário a serviço do tucanato, como vimos no episódio do mensalão e se repete agora com o que chamam de petrolão.
Na verdade, esta tabelinha entre os nobres da mídia e da Justiça ocupa o espaço deixado pela oposição partidária, agora mais destrambelhada e perdida do que nunca no combate ao governo petista, como já admitiu a própria Associação Nacional dos Jornais (ANJ).
Já não dá para saber se é a mídia que pauta o Judiciário, ou vice-versa, na mesma data. Nem é preciso citar nomes, para não fulanizar a questão, tão descarada é a atuação de alguns dos líderes desta aliança, que se autonomeou defensora da ética, do bem e dos "brasileiros decentes" (em alguns casos, parece até brincadeira...).
Ou alguém pode acreditar que eles estão mesmo preocupados em combater os fichas sujas da política (até o nosso eterno Paulo Maluf voltou a ficar com a ficha limpa, graças à Justiça) e os desmandos na Petrobras, já que o único objetivo é privatizar nossa maior empresa, de preferência nas mãos de empresas estrangeiras?
Como escrevi aqui na sexta-feira, não faço nenhuma questão de ter razão. Basta-me escrever o que penso sem pedir licença a ninguém.
Agora, abro este espaço para que os caros leitores do Balaio ocupem meu lugar e também digam o que pensam sobre o assunto. Não precisam concordar comigo. Mídia livre é isso: cada um pensa e diz o que quer. Manifestem-se!
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/164363/Kotscho-aponta-
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e o Sindicato dos Radialistas do RS divulgaram nota oficial nesta segunda-feira (22) criticando a decisão do futuro governador José Ivo Sartori (PMDB) de extinguir a Secretaria Estadual de Comunicação (Secom). Assinada pelos presidentes das duas entidades, Milton Siles Simas Junior (Jornalistas) e Antonio Caverna Peres (Radialistas), a nota manifesta "contrariedade em relação à perspectiva de enfraquecimento do setor de comunicação na próxima gestão do governo estadual". Na avaliação das entidades, a decisão de reduzir a secretaria a uma coordenadoria vinculada ao gabinete do governador, desconsidera "a autonomia da pasta para tratar de assuntos de interesse do próprio governo e, principalmente, dos cidadãos".
A nota dos sindicatos também expressa preocupação com a possibilidade de perder avanços conquistados nos últimos anos. "Após garantir seu espaço junto aos grandes temas do Estado, aproximando o governo das empresas de comunicação e da população, o entendimento, por parte dos novos governantes, de que não necessitam de porta-voz, evidencia o descaso com os profissionais responsáveis por estreitar as relações entre as partes envolvidas no processo de comunicação", afirma. Na opinião do presidente do Sindicato dos Jornalistas, os gestores públicos deveriam ter entendimento do papel do jornalista como protagonista no processo de comunicação pública, sendo um intermediário entre os órgãos institucionais, a mídia e a população. "Infelizmente nem todos têm esta consciência", lamentou Milton Simas.
Em entrevista ao site do Sindicato dos Jornalistas, o atual secretário estadual da Comunicação, Marcelo Nepomuceno, comentou a declaração do governador eleito que justificou a extinção da secretaria porque "não precisa de um porta-voz". "A tarefa do porta-voz é uma das que o poder público pode dispor e não deve ser confundida com a secretaria, pois é exercida por uma pessoa. Enxergar a Secretaria de Comunicação apenas na função de porta-voz é um pouco limitado. A Secom tem tarefa gerencial do governo como um todo, e de maneira mais próxima com o próprio governador", disse Nepomuceno. Sobre isso, Simas acrescentou: "quando Sartori afirma que não precisa de porta-voz, revela seu desconhecimento das atividades do jornalista e da própria Secom, que reúne profissionais dos três segmentos da comunicação".