2010-06-22 - Jornal De Fato |
Redação |
Sociólogo lança livro e fala de momento decisivo nas eleições |
"Um país injusto, com muitas desigualdades, mas que no governo Lula apresentou avanços significativos", assim declarou o sociólogo e professor Emir Sader, antes de proferir a palestra "O Brasil que queremos", ontem, para os acadêmicos do curso de Direito da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA). A palestra gratuita foi voltada para estudantes, professores, servidores e membros de movimentos sociais. Antes da palestra, Emir Sader lançou na Ufersa o livro Brasil: entre o passado e o futuro, às 18h30. A obra reúne ensaios de pensadores da cena política e intelectual brasileira, que buscam assimilar e analisar as intensas transformações ocorridas no Brasil nos últimos sete anos. "Fazemos uma reflexão sobre a herança que o governo Lula recebeu de governos anteriores. Neste ano, o Brasil tem um momento decisivo, com a chance de voltar a ser um país nas mãos da elite ou continuar avançando no progresso", destaca o palestrante sobre o livro, acrescentando que o livro busca contribuir com o debate sobre o que virá após o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Os textos falam sobre o passado recente do país, na tentativa de desvendar diversos aspectos da realidade brasileira, como sua dinâmica econômica, social, política e cultural. SOBRE O AUTOR Emir Sader nasceu em São Paulo, em 1943. Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), é cientista político e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO) e coordenador-geral do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). |
2010-06-22 - Portal UFERSA |
Redação |
Sociólogo Emir Sader apresenta "O Brasil que queremos" |
Os estudantes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido lotaram o auditório do CTARN para ouvir o sociólogo e escritor, professor Emir Sader. A palestra aconteceu ontem à noite, 21, numa promoção do Grupo de Estudo em Direito Crítico, Marxismo e América Latina. Durante quase duas horas, o professor Emir Sader apresentou '"O Brasil que queremos". O sociólogo pontuou questões relacionadas ao avanço social alertando sobre os novos rumos que o país poderá tomar dentro de três meses. "A universidade é o local ideal para se discutir os problemas do Brasil e somos nós que vamos decidir pela continuidade ou não", afirmou Sader se referindo ao governo Lula. Apesar dos avanços obtidos, o sociólogo o Brasil continua sendo o país mais desigual e também mais injusto do mundo. "Não somos o mais pobre, nem o mais rico. A diferença está entre a desigualdade existente entre as duas classes", considerou. Para Emir Sader, o Brasil se tornou menos injusto nos últimos anos e essa é a questão que devemos considerar. Segundo ele, o Brasil do regime militar e da década de 90, sem nenhuma dúvida, era bem mais rico, porém muito mais injusto. "A riqueza era mal distribuída e muita coisa aconteceu para mudar esse quadro de injustiça e exclusão", afirmou. A grande imprensa, na opinião de Emir Sader, é a maior opositora do governo que tem mais de 80% de aprovação popular. Segundo ele, fala mal, mas não se mostra a realidade do país. "Precisamos acabar com a ditadura da imprensa privada, pois a democracia não pode ser financiada por empresas privadas", considerou. Para o sociólogo, a aliança do Brasil com os países da América do Sul é outro diferencial positivo, além da abertura para o livre comercio com a China. "O Brasil não é mais sócio privilegiado dos Estados Unidos", disse, "temos que lutar por um mundo multipolar, com várias potências", defendeu. A prioridade dada a questão social é o grande diferencial. "A ideia de desenvolvimento com a distribuição de renda aumentou o poder de consumo das pessoas de classes sociais mais populares", afirmou. Segundo Emir Sade, antes se governava para 1/3 da população, numa política de total exclusão da cidadania. A expansão do ensino universitário e institutos federais e outra conquista. "O Estado deixou de ser mínimo, ampliou a sua ação e atuação também". Apesar dos avanços, o sociólogo aponta para outras questões que precisam mudar. O capital financeiro é uma delas. "Compra e venda de papel não produz riqueza, não paga imposto, não gera emprego. Hoje, os empresários continuam ganhando mais dinheiro na bolsa que na sua indústria", criticou. O agronegócio é outro setor que necessita de mudanças. Para Emir Sader o país precisa aumentar a produção para o consumo interno. A ampliação da produção de soja transgênica é criticada pelo sociólogo por considerar que exclui outras culturas e danifica a terra. A reforma agrária para pequenos produtores no campo é outro setor que carece de avanço. |
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