Início: 20 e 21 de março de 2010 - Término: 11 e 12 de dezembro de 2010 Local: Centro Diocesano de Formação Pastoral |
Escola de Formação Fé, Política e Trabalho - 2010 | ||||||
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Início: 20 e 21 de março de 2010 - Término: 11 e 12 de dezembro de 2010 Local: Centro Diocesano de Formação Pastoral |
Escola de Formação Fé, Política e Trabalho - 2010 | ||||||
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29/01/2010
O escritor uruguaio se submeteu a perguntas enviadas pelos leitores da BBC:
- Quais são os ingredientes que usa na sua vida para manter o entusiasmo e a felicidade? Deveríamos engarrafá-los e distribuí-los, mas com patente.
EG - Engarrafá-los, eu não posso, porque se evaporam facilmente. O que têm de bom é que retornam sempre, mesmo se às vezes parece que foram embora para sempre. Suponho que por gentileza de Deus ou do Diabo.
- Para quem você escreve? É possível pensar – nas palavras de Umberto
Eco – em um leitor modelo?
EG – Eu escrevo para os amigos que ainda não conheço. Os que eu conheço já estão fartos de me escutar.
- Eu lhe digo que não tenho dinheiro para comprar livros e tampouco onde eu vivo tem livrarias que os vendam. Por isso não sei o que lhe perguntar. Só me ocorre o seguinte: o que você sente de tanto escrever e escrever, quando finalmente o mundo continua mais ou menos igual ou pior?
EG – A verdade é que nem eu mesmo me entendo. Eu escrevo para os que não podem me ler, porque os livros estão tão caros que daqui a pouco serão vendidos em joalherias. Mas isso sim, acredite, as palavras viajam caminhos misteriosos e andam por onde elas querem, sem pedir autorização.
- De que equipe de futebol você é torcedor (No Uruguai e no mundo)?
EG – Eu ainda sou torcedor do Nacional, aqui no Uruguai, o clube dos meus amores desde minha mais tenra infância, mas sobretudo sou torcedor do bom futebol e quando esse milagre acontece, eu o agradeço sem olhar a cor da camiseta. E se o bom futebol provem de um clube pequeno, quase desconhecido, então melhor ainda.
- Alguma vez você disse que cai e levanta várias vezes ao dia. Eu não se como me levantar. Como você faz?
EG - Pode te parecer uma besteira, mas eu te juro o que eu penso: se eu caio, é porque eu estava caminhando. E andar vale a pena, mesmo se a gente cai. Eu sou caminhante, na beira do rio a que chamamos mar, aqui em Montevideu, caminho horas e horas, e as palavras caminham dentro de mim e comigo. Às vezes elas se vão e me custa muito seguir sozinho, sem elas.
- O que é a vida para você, em uma única palavra?
EG – Em quatro palavras, não em uma: uma caixa de surpresas.
- Com o que você sonha? Você tem um sonho reiterado?
EG – Meus sonhos são de uma mediocridade inconfessável. Os que mais se repetem são os mais estúpido, eu perco um avião, discuto com um burocrata, coisas assim. Que feio, não? Eu me consolo recordando aqueles versos de Pedro Salinas que dizem que: "os sonhos são verdadeiros sonhos quando se desensonham e em matéria moral encarnam".
- Você escreve tomando mate?
EG – Não, eu já não tomo mate. Tive que parar, há anos, como deixei também o cigarro, que tanto me acompanhou durante tanto tempo. Agora eu escrevo com cerveja ou algum outro trago. E enquanto eu escrevo, falo sozinho, em voz alta. Quem me vê de longe pensa que eu sou um bêbado perdido. Perdido eu sou, talvez, não sei; mas bêbado, não. Eu gosto de beber e por isso não me embebedo: o trago exige que não lhe faltem ao respeito.
- Por que as pessoas continuam acreditando em Deus? Você considera que essa crença atrasa o ser humano?
EG – Deus é o nome que nós damos à fé e por isso é múltipla, mesmo se muitos acreditem que a diversidade da fé é uma heresia digna de castigo.
- O que você opina do Prêmio Nobel recebido por Barack Obama? Como se justifica receber esse prêmio?
EG – Me pareceu uma piada de mau gosto. Mas não é nada raro, levando em conta que há um século o Prêmio Nobel da Paz foi concedido a Teddy Roosevelt, um apaixonado da guerra, que até escreveu um livro propondo a guerra como remédio para a covardia e a fraqueza dos machos no mundo.
- O que você acha do nacionalismo e do patriotismo? São bons ou criam mais problemas? São partes inseparáveis da identidade?
EG – Antes de que se inventasse essa palavra horrível, globalização, que designa a ditadura universal do dinheiro, existia outra, linda, generosa, a palavra internacionalismo. Eu continuo preferindo-a. Para mim, continua significando algo assim como que podemos ser compatriotas e contemporâneos de todos os que tenham vontade de justiça e vontade de beleza, tenham nascido onde tenham nascido e tenham vivido onde tenham vivido, sem que importem nem um pouquinho as fronteiras do mapa, nem do tempo.
- Nossa América toda, tem possibilidades de se curar?
EG – Claro que sim. Não está tão doente, se a comparamos. Ainda temos, por exemplo, capacidade de loucura, que é o sintoma infalível da boa saúde.
- Eu gostaria de saber como você vê o século XXI. Com pessimismo? Com otimismo?
EG – Eu não acredito nos otimistas full-time. Esses são farsantes ou cegos. Eu sou otimista e também pessimista, conforme a hora e o dia, creio e descreio, celebro e lamento este tempo nosso e este mundo que nos toca viver. Cada tempo tem seu contratempo, é verdade, mas também é verdade que cada cara contem sua contracara. A contradição é o motor da vida: da vida humana e de todas as outras vidas.
Assumir isso me ajuda a não me arrepender das minhas tristezas, das minhas depressões, das minhas músicas ruins: elas são pares inseparáveis de mim. Não tenho mais talento do que aquele que provém da experiência; todo o trabalho que eu tenho todo dia perseguindo as palavras que fogem.
- Como você vê o mundo e o estado da sociedade atual? Você acredita que pode ficar de pé o mundo de cabeça pra baixo? O que você acha que faz falta para que se produza uma mudança transcendental em cada um dos habitantes deste planeta?
EG - Não sei, não creio nas fórmulas mágicas. Eu sei, simplesmente, por experiência, que vale a pena que a gente se una para lutar juntos pelas coisas em que vale a pena acreditar. Sós, sozinhos, pouco ou nada podemos fazer. Mais do que isso, eu te digo: não devemos desalentar-nos tão facilmente. Se as coisas não saem como a gente gostaria, bom, é preciso aprender a arte da paciência, é preciso aceitar que a realidade muda no ritmo que ela quer e não no que a gente decide que ela deva mudar. "Se a realidade não me obedece, não me merece", dizem ou pelo menos acreditam alguns intelectuais. Eu não."
- O que fazer diante do desânimo e da impotência depois de ler seus escritos? Que soluções você propõe diante da dominação e da exploração que sofremos sempre?
EG - Eu não vendo receitas da felicidade e te recomendo que não acredite nos bandidos que a vendem. Eu tampouco creio nos dogmáticos religiosos ou políticos que vendem certezas. Para mim, as únicas certezas dignas de fé são as que tomam café de dúvidas a cada manhã.
- Se você entrasse hoje numa máquina do tempo e ela o levasse cem anos para o futuro, o que acha que encontraria quando saísse dela?
EG - Não tenho a menor idéia, nem quero tê-la. Cada vez quem uma cigana se aproxima de mim e me pega a mão para ler o meu futuro, eu lhe peço que, por favor, não cometa essa crueldade. O melhor que tem o futuro é que tem muito mistério.
- O que é para você a esquerda? Por acaso essa dicotomia de esquerda contra direita não caducou na década de 70? Até quando o mal de muitos será culpa de uns poucos "malvados"? Até quando seguirá vendendo a vitimização como tática para a transformação social?
EG – A culpa é de todos, nos dizem os culpados de que as relações humanas tenham se envenenado e os culpados de que estejamos ficando sem planeta. Tinha razão dona Concepción Arenal, mulher luminosa, que se formou como advogada disfarçada de homem, com duplo corsê e teve a coragem de dizer o que os homens diziam, em meados do século XIX: "Se a culpa é de todos, não é de ninguém. Quem generaliza, absolve."
- Estou de acordo com todos os males do capitalismo que o distinguido escritor coloca em destaque, mas e os males do socialismo? Qual seria a melhor via para um desenvolvimento mais humano?
EG – O século XX divorciou a justiça da liberdade. A metade do mundo sacrificou a justiça em nome da liberdade e a outra sacrificou a liberdade em nome da justiça. Essa foi a tragédia do século passado. O desfio do século atual consiste, acho eu, em unir a essas duas irmãs siamesas que foram obrigadas a viver separadas. A justiça e a liberdade querem viver bem pegadinhas.
- Como fazer que o mundo entenda a diferença entre a verdadeira esquerda, identificada com o povo, da demagoga, como a burocracia soviética ou a cubana?
EG - Cada um entende à seu modo e maneira, e age do seu modo e maneira. Eu sou muito respeitoso com as idéias e as vidas dos demais.
- Você não acha que as palavras "pobre" e "grátis" criaram uma mentalidade resignada nas pessoas deprimidas dado que, por esperar tudo grátis do "papai governo", fazem muito pouco ou nada para superar suas condições de vida e preferem continuar vivendo na pobreza?
EG- A caridade pode produzir, as vezes, algo disso. A caridade é vertical, da esmola, semeia costumes ruins, como os folgados. Além disso, é humilhante. Como diz um provérbio africano, a mão que dá está sempre acima da mão que recebe. Mas as relações de solidariedade, que são horizontais, geram respostas completamente diferentes.
- Eu sempre me perguntei como você faz para encontrar combinações tão felizes de palavras, palavras que a gente escutou (e escreveu) centenas de vezes e que quando você as junta parecem um discurso novo.
EG - Muito obrigado pelo elogio. Eu só posso te dizer que nenhuma fada visitou meu berço. Eu não tenho mais talento do que o que provêm da experiência: o muito trabalho de cada dia é gasto perseguindo palavras que fogem.
- Há quase 40 anos de As veias abertas da América Latina, você pensou em escrever uma segunda parte?
EG – Na verdade todos escrevemos um único livro, que vai mudando e vai se multiplicando à medida que a vida vive e o escritor escreve. Para mim, As Veias Abertas foi um porto de partida, não um porto de chegada. Desde aí, eu acho, eu multipliquei minha visão do mundo.
Tradução: Emir Sader
Postado por Emir Sader às 15:29
29/01/2010
Em um debate radiofônico com um intelectual tucano radicado em São Paulo, eu comparei a atitude do atual governo brasileiro de repúdio ao golpe militar e ao governo de fato que daí decorreu e o apoio ao presidente legalmente eleito e vítima do golpe, com a posição do governo FHC diante do golpe de Fujimori, no Peru, que fechou o Congresso e dissolveu a Justiça. FHC foi absolutamente condescendente com o golpe peruano. Ao que parece, na visão dos tucanos e do seu candidato Serra, o Brasil não fez uma "trapalhada", fez o que eles consideram correto.
Foi, aliás, a atitude do politólogo tucano, que considera que Michelletti era o presidente legítimo de Honduras, diz que não houve golpe (em contradição com a unanimidade da comunidade internacional, que condenou o golpe e considerou Michelletti um presidente de fato, atitude até mesmo da imprensa brasileira). O golpista seria Zelaya (ele não se deu ao trabalho de ler a proposta dele ao Congresso, que não incluía a consulta para a reeleição, ao contrário do que a imprensa propagou).
O Brasil condenou e condena o golpe, apoiou o presidente legitimamente eleito em Honduras, emprestando as dependências da embaixada brasileira para que se abrigasse na tentativa de fazer valer o mando que o povo hondurenho democraticamente lhe havia conferido. Os tucanos, ao que parece, preferem outros métodos, como os do seu diário oficial, a FSP (Força Serra Presidente), que emprestou carros da empresa para acobertar operações de sequestro de opositores, para levá-los à tortura e à morte. A democracia e a ditadura levam a direções absolutamente contraditórias.
Trocando os pés pelas mãos e julgando que o mundo visto dos jardins de São Paulo lhe revela a atitude correta, repetiu as teses do governo de FHC-Serra-Lampreia-Lafer, cujas orientações, não tivessem sido rompidas pelo governo atual, teriam levado ao Brasil e a todo o continente à situação do México, com um Tratado de Livre Comércio com os EUA, epicentro da crise mundial, que nos afetaria profunda e prolongadamente.
Quanto à situação peruana, o politólogo tucano repetiu o que disseram os próceres desse partido no momento do programa do PT, que comparava os dois governos: não querem voltar ao passado. Também em política internacional não lhes convêm fazer comparações.
A política internacional do Brasil teria conduzido o país a um isolamento internacional – essa a ótica jardinesca do mundo. A consagração do ministro Celso Amorim e de Lula pelo mundo afora, lhes provoca profundas dores de cotovelo e tentam fechar os olhos para não se dar conta do fracasso que foi também a política exterior da subserviência aos EUA dos tucanos.
Caso chegasse à presidência do Brasil, estaríamos então de novo seguindo os ditados de Washington. Caso ocorresse de novo uma situação como a de Honduras – a do Paraguai aponta perigosamente para uma situação similar, que também poderia animar a golpistas na Nicarágua -, a política exterior do presidente tucano seria a da aceitação de golpes como os de Fujimori e de Michelletti. Não defenderia as eventuais vítimas dos golpes e apoiaria os governos de fato, considerando-os os legítimos governantes.
A política exterior costuma ser coerente com a política interna. Quem defende posturas golpistas aqui dentro, não teria como disfarçar suas atitudes no campo internacional. Os tucanos se preparam assim para, caso cheguem a governar de novo o Brasil, fazer não apenas mudanças substanciais na política econômica, nas políticas sociais, no papel do Estado na economia, mas também na política externa, tirando o Brasil do arco democrático e jogando-o de novo na vala comum dos governos subservientes às políticas dos EUA.
Postado por Emir Sader às 09:34
FSM 10 ANOS | ||
Michele Limeira - MTB: 9733 | Agência de Notícias 17:59 - 28/01/2010 | ||
As TVs públicas como espaço para a produção de conteúdos midiáticos que contribuam para a formação da cidadania e como lugar de participação da sociedade civil foram ideias apresentadas e discutidas na tarde desta quinta-feira (28) na oficina "O papel das TVs públicas na democratização da comunicação", promovida pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e pelo Parlamento gaúcho. O evento integrou a programação do Fórum Social Mundial - 10 Anos - Grande Porto Alegre. | ||
O tema foi exposto pela jornalista Tereza Cruvinel, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), gestora da TV Brasil; e pelo professor da Unisinos e presidente do conselho deliberativo da Fundação Cultural Piratini, Pedro Osório. O superintendente de Comunicação Social da Assembleia Legislativa e 1º vice-presidente da Fenaj, Celso Schröder, mediou o debate, que ocorreu no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Na avaliação de Schröder, é fundamental "pensar o espaço da comunicação pública na construção de uma sociedade diferente". O jornalista explicou que a TV pública tem uma história pautada por diferentes momentos democráticos pelos quais passou o país, sendo que atualmente o país vive uma "visível vontade política de atribuir à radiodifusão pública papel estratégico". Contraponto Críticos às televisões privadas e comerciais, os painelista da oficina desta tarde apresentaram argumentos em defesa das TVs públicas. De acordo com jornalista Tereza Cruvinel, a implantação da TV no Brasil segue o modelo comercial norte-americano, sustentado na publicidade. "A TV vem casada com a publicidade, um casamento perfeito", afirmou. E é por isso, segundo Tereza, que a programação das TVs privadas está cortada por interesses que não são coletivos. "Que sociedade passiva é essa que só consome aquilo que o negócio privado oferece?", questionou. "Estamos submetidos à grande mídia que não gera indivíduos autônomos que compreendam e reflitam sobre o que está acontecendo", comentou o professor Pedro Osório. Para Tereza, a "construção do sentimento de que a televisão nos pertence" é essencial. "Estamos atrasados nessa questão", ressaltou, ao defender a participação da sociedade e de um sistema público com o objetivo de garantir direito à informação e à comunicação, em nome da sociedade e com a sociedade. "O conteúdo deve ter foco na construção de uma nova cidadania", observou. O presidente do conselho da Fundação Piratini acredita que a radiodifusão pública desempenha papel fundamental para estabelecer novas relações com o Estado, para pressionar o setor privado e para estimular a participação da sociedade civil. "A produção de conteúdos diferenciados estimula relações diferenciadas que vão pressionar a comunicação privada", ressaltou Pedro Osório. Sistema digital A jornalista Tereza Cruvinel aposta no sistema digital para a democratização da comunicação. "Vamos ter uma rede nacional de Tv pública cobrindo todo o Brasil", adianta, lembrando que este é um projeto de longo prazo. "A rede digital é o futuro", destacou. Exemplo da EBC A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) tem, na avaliação de sua presidente, diferenciais como o seu marco regulatório. Tereza afirma que o marco tem natureza essencialmente pública e submete o conteúdo a um conselho de ampla representação. As estratégias de busca de financiamentos para sustentar a TV pública também foram ressaltadas pela jornalista. "A EBC aumentou o seu orçamento para R$ 450 milhões e o Estado reduziu o investimento de R$ 350 milhões para R$ 300 milhões", comemorou. Segundo Tereza, a TV pública hoje é uma realidade e venceu o debate, porém ainda precisa melhorar muito. A participação das TVs regionais, dos produtores independentes, dos parceiros institucionais e internacionais também são apostas para qualificar a TV pública no Brasil. Caso TVE O presidente do conselho deliberativo da TVE lamentou a situação vivenciada hoje pelo canal público do Estado. Conforme expôs, o conselho deliberativo, que representa a sociedade, está sendo totalmente ignorado pelo governo do Estado. "Nada mais é submetido ao conselho nem a ele comunicado", afirmou. Para Pedro Osório, a situação é um retrocesso para a sociedade. "Temos uma rádio e uma televisão que não podem falar em nome da sociedade", criticou. A representante da EBC afirmou que a TV Brasil tem interesse em firmar parceria com a TVE e já manifestou esta vontade ao governo do Estado. |
O sociólogo português Boaventura dos Santos criticou duramente a criminalização dos movimentos sociais em intervenção nesta manhã (28/1) no Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Durante um debate sobre direitos humanos, Boaventura pediu a palavra e criticou a ação do Ministério Público e do Governo do Estado no Rio Grande do Sul. " Se a criminalização continuar, o ar do Rio Grande do Sul torna-se irrespirável para o Fórum Social Mundial", declarou.
Segundo Boaventura, as medidas de criminalização criaram um "Estado de Exceção" no Rio Grande do Sul. O sociólogo também criticou o fechamento das Escolas Itinerantes: "Se proíbem as marchas, se proíbem as escolas itinerantes, depois se criminalizam os pais por não mandarem os filhos às escolas".
Boaventura também pediu ao Ministério Público que arquive todas as ações civis de criminalização ao MST no Rio Grande do Sul.
Momentos antes da intervenção de Boaventura dos Santos, o integrante do Comitê Estadual contra a Tortura, Carlos D'Elia apresentou denúncia da "disseminação da prática de tortura no Rio Grande do Sul", utilizando as ações da Brigada Militar em São Gabriel como referência. Segundo relatório do Comitê, a polícia utilizou cassetetes, balas de borracha e armas elétricas com as famílias acampadas, resultando em inúmeros feridos e no assassinato de Elton Brum em um despejo no ano passado.
Na noite desta quinta-feira (28/1), entidades, movimentos sociais e personalidades realizam ato contra a criminalização na Assembléia Legislativa gaúcha, a partir das 20h.
Paul Singer
(Secretário Nacional de Economia Solidária, do Ministério de Trabalho e Emprego)
16/01/2010
O verdadeiro "Tempos Modernos"
A expressão "Tempos Modernos" foi consagrada como um dos clássicos do cinema de todos os tempos. Dirigido e interpretado por Charles Chaplin, em 1936, compôs, com "O Garoto" e "O Grande Ditador", uma trilogia genial em que o cinema retrata os grandes problemas da época de forma sensível, dramática e politicamente comprometida.
O tema central do filme, que o notabilizou, é a alienação. Questão central na critica ao capitalismo, a alienação começa no processo produtivo, em que o trabalhador usa sua força de trabalho sem ter consciência do que está produzindo, sem ser consultado sobre o que sua capacidade de trabalho vai produzir, sobre a quem deve ser destinada sua produção, a que preço, etc.
Nas palavras do principal teórico da alienação, Marx: "Eles fazem, mas não sabem". Isto é, os trabalhadores produzem toda a riqueza na sociedade capitalista, mas não tem consciência disso, são alienados.
Carlitos é um operário padrão da industrialização maciça do capitalismo, que produziu aquelas imensas fábricas de dezenas ou centenas de milhares de trabalhadores, anônimos diante da complexa e assustadora maquinaria, que comanda o processo produtivo e os trabalhadores, ao invés de ser comandados por eles.
É o ponto de chegada de uma imensa transformação histórica produzida pelo capitalismo e sua extraordinária capacidade de desenvolver as forças produtivas – reconhecida por Marx já no Manifesto Comunista. Essa longa trajetória, que vai do artesão a esse operário que Carlitos representa, nas grandes cadeias de montagem, está descrita em um dos mais belos textos de Marx – "Da manufatura à grande indústria", no primeiro volume do Capital.
No início, o capitalista contrata os artesãos, que fazem, cada um com seu estilo individual, suas mercadorias – sapatos, louças ou roupas. O capitalista aluga sua força de trabalho, os junta no que se chamava na época de manufaturas, no sentido de locais onde os trabalhadores produziam com suas próprias mãos suas mercadorias.
Aos poucos o capitalista se dá conta que uns tem mais propensão para produzir uma fase da mercadoria final, outros, outra e começa a introduzir a divisão técnica do trabalho, a especialização, em que vai se perdendo o estilo de cada um, para diluir-se no anonimato da mercadoria final, produzida por um trabalhador coletivo. O caráter artesanal da produção vai se diluindo também pouco a pouco.
O capitalista precisa ganhar escala na sua produção, porque é nela que ele ganha, barateando o custo das mercadorias produzindo e competindo em melhores condições, assim como rebatendo o que Marx chama de tendência decrescente da taxa de lucro, porque ele ganha na exploração do valor não retribuído ao trabalhador – a famosa mais valia -, mas como ele investe, proporcionalmente, cada vez mais em instalações, matérias primas, maquinaria, etc., tende a ganhar menos em cada mercadoria produzida. Trata de recuperar isso, ganhando na massa de mercadorias produzidas. Assim o capitalista está condenado a produzir cada vez mais, não porque queira atender as necessidades das pessoas, mas porque precisa multiplicar a acumulação de capital, ganhar mais e triunfar na competição. Aqui está um dos mecanismos que condena o capitalismo a crises cíclicas.
Até que se chega à grande indústria, onde trabalhará Carlitos. O centro da produção se desloca definitivamente do trabalhador individual e da seu instrumento artesanal de trabalho para as maquinas, articuladas nessas imensas cadeias de produção, que comandam os trabalhadores, ao invés de ser comandadas por eles. Chega-se assim ao momento de máxima alienação, em que o trabalhador é uma peça ínfima de um gigantesco processo de produção, que cada vez esconde mais diante dos seus olhos, que é ele o produtor das riquezas, que tudo depende do seu trabalho, que é dele que vem o valor a mais que acumula o capitalismo e o capitalista.
Carlitos é prisioneiro do ritmo da cadeia de produção que circula diante dele, no ritmo que ditam as máquinas, ao qual tem que se adaptar o operário. Produzem-se aí as cenas mais inesquecíveis, impagáveis e tristes, ao mesmo tempo, em que ele tenta mudar o ritmo da máquina, não consegue e corre atrás das mercadorias que passam velozmente diante dele, para cumprir a mesma função durante toda sua jornada de trabalho, todos os dias da semana, o mês inteiro: apertas as porcas de um pedaço de metal que circula rapidamente, um atrás do outro, de que ele não tem a menor idéia a que mercadoria final ele pertence.
Condicionado por esse movimento mecânico, desqualificado como mão de obra – que permitiu ao capitalismo incorporar à produção mulheres e crianças, pela pouca qualificação que passou a demandar a massificação da produção – de apertar botões, Carlitos sai da jornada de trabalho – que chegou a ser, no capitalismo, de 14 e de 16 horas diárias -, meio zonzo. Quando cruza com uma mulher, na rua, e vê nos botões do casaco dela objetos que lhe recordam as porcas a que está condenado a apertar milhares de vezes ao dia, condicionado, pavlovianamente, por aquele objeto, ele corre atrás dela para cumprir a função que lhe é atribuída e que o deixa obcecado. Toda sua vida está marcada por aquele repetitivo movimento, que comanda sua vida, demonstrando como ele vive para trabalhar e não trabalha para viver.
Ele anda pela cidade, vê nas vitrines talvez as mercadorias finais que de que ele produziu uma pequena peça, diariamente, transformada em mercadoria final, exibida no "mercado" para a compra, em que se materializa o momento final da alienação, em que ele não reconhece o que ele mesmo produziu. Em que provavelmente não ganhará o suficiente para comprá-la, mesmo sem consciência que é produto do seu próprio trabalho.
Alienar, no sentido marxista, vem da expressão jurídica, por exemplo de alienar um bem, passar a outro o que é nosso. Nesse caso, o trabalhador entrega a riqueza produzida pelo seu próprio trabalho ao capitalista, que se apropria dela, remunerando o trabalhador não pelo que ele entrega, mas que necessita para sobreviver como trabalhador, para ter forças para voltar no dia seguinte para apertar, alienadamente, as mesmas porcas da mercadoria em que ele não se reconhece e que não pode comprar.
É um mecanismo fundamental para compreender que o capitalismo não é apenas um sistema de produção de riquezas, mas inerentemente um sistema de exploração dos trabalhadores, o que faz com que estes, que produzem toda a riqueza existente na sociedade capitalista, apenas sobrevivam, enquanto os capitalistas, que apenas administram o processo de exploração, enriqueçam.
Esse o tema do "Tempos Modernos", obra prima do cinema, de Charles Chaplin. A TV contemporânea, máquina de alienação, que não respeita nada, usa o nome "Tempos Modernos" para mais uma novela global - o máximo de alienação, que esconde ao invés de revelar, os mecanismos essenciais da nossa sociedade.
Postado por Emir Sader às 03:02
Caberlon, em pé, ao centro, detalhou as razões do aumento em reunião do secretariado Foto: Luiz Chaves, Divulgação |
O prefeito José Ivo Sartori (PMDB) e o vice Alceu Barbosa Velho (PDT) reuniram o secretariado na manhã desta quarta-feira para que o diretor-geral do Samae, Marcus Vinicius Caberlon, e o diretor de Recursos Hídricos e coordenador técnico do projeto da Barragem do Marrecas, Gerson Panarotto, sustentassem o reajuste da taxa da água. Eles explicaram a fórmula do cálculo e os estudos feitos pelo corpo técnico do Samae. Segundo síntese da reunião enviada pela assessoria da prefeitura, Caberlon e Panarotto lembraram que "não há mais falta de água em Caxias devido às obras que estão sendo realizadas", como novos reservatórios, novas estações de tratamento, substituição de canos antigos por novos e com maior vazão e a Barragem do Marrecas. À tarde, Caberlon reuniu a imprensa e anunciou: o aumento será linear de 21,42%. O Samae justifica que se ampara na Lei Federal 11.445, que diz que o índice deve se basear no custo dos serviços. No Orçamento 2010 do Samae, de R$ 138 milhões, R$ 62 milhões são investimentos. Há uma previsão de R$ 47 milhões de operações contratadas e os restantes R$ 91 milhões devem ser bancados com receitas próprias, entre elas a arrecadação com o serviço de distribuição de água. Com o aumento, essa arrecadação passará de R$ 5 milhões para R$ 9 milhões mensais. Só para constar, na reunião em que foi explicada ao secretariado a necessidade do um aumento de 21,42% para a água, lá estava todo o pessoal, confortavelmente sentado nas cadeiras, aquelas de R$ 2,3 mil cada uma, como se vê na foto acima.
27/janeiro/2010 18:50
O Conversa Afiada exibe um vídeo enviado pelo amigo navegante Robinson:
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
http://www.youtube.com/watch?v=B2zGZ7AgINw&feature=player_embedded
Enviar por e-mail: Por: Zé Augusto
Enviar por e-mail: Por: Zé Augusto
Sessões comentadas de vídeos da Liga dos Direitos Humanos
A Liga dos Direitos Humanos da UFRGS participa do Fórum Social Mundial 2010 com a exibição de curta-metragens que abordam temas relacionados à discriminação, violência juvenil, arte, comunicação, e a violência institucional. Os vídeos serão apresentados nos dias 27 e 28 de janeiro, às 10h, na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (Av. Presidente João Goulart, 551).
Após a exibição, integrantes da Liga participarão de conversa com o público sobre a produção de vídeos em direitos humanos. A entrada é franca.
Esta atividade integra as ações do Projeto Itinerante de Capacitação para Defensores em Direitos Humanos no Rio Grande do Sul, promovido pela Liga em vários municípios gaúchos.
Informações nos sites www.ufrgs.br/faced/direitoshumanos e www.ufrgs.br/faced/projetoitinerante email ligadireitoshumanos@ufrgs.br e pelos telefones 9375.8400 e 8173.6762.
Programação:
Dia 27.janeiro (quarta-feira) 10h Sala P. F. Gastal/Usina do Gasômetro
Lava-pés (mini-metragem, 2008, 1.30min, tema: violência juvenil) - Rodrigo Carvalho Pereira, 22 anos, ganhou um par de tênis novos de presente da sua mãe. Morreu descalço. O tênis virou crack; Rodrigo, estatística. Quem se importa? Essa é a pergunta que o vídeo Lava-pés procura transmitir ao espectador a partir da história de um menino que, como tantos outros, não teve o direito de crescer e ser feliz.
Itinerantes (documentário, 2009, 09min, tema: violência institucional e discriminação) - Defensores de direitos humanos visitam a Ilha das Pedras Brancas, onde estão os escombros do presídio que durante a ditadura militar aprisionou os opositores do regime. Símbolo da violência institucional e da discriminação, conforme mostram os depoimentos e imagens do local.
O cabide azul (curta-metragem, 2008, 05 min, tema: desaparecidos durante a Ditadura Militar) - A perda, o culto ao corpo inerte, o luto. Mas o que fazer quando não há corpo, não há notícia, não há explicação? Como seguir adiante sem saber o que realmente aconteceu? O vídeo faz um tributo às vítimas e familiares dos desaparecidos durante o período da Ditadura Militar
Com Dor (documentário, 2008,30 min, tema: A educação e a ditadura militar no Brasil) - O período da ditadura militar no Brasil deixou profundas marcas na educação. Professores da Faculdade de Educação da UFRGS lembram fatos dessa época, na qual educar era um ato subversivo. Jair Krischke, fundador do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, testemunha sobre a Operação Condor e o seu desmembramento pela América Latina , com torturas, mortes e desaparecimentos até hoje não esclarecidos.
Dia 28.janeiro (quinta-feira) 10h Sala P. F. Gastal/Usina do Gasômetro
O sorriso de Antonia (mini-metragem,2008,02min,tema: gênero, raça e discriminação) - Antonia é mulher, é negra e quer ser feliz. Mesmo que a discriminação racial na vida da mulher, especialmente da mulher negra, seja constante, o sorriso de Antonia mostra que se na vida nem tudo são flores, importa é sonhar por dias melhores e querer ser feliz.
Uma mulher bem casada (curta-metragem,2008,10min, tema: gênero e sexualidade) - As reflexões de uma noiva às vésperas de seu casamento. O que significa amor, sexo e casamento? É o que ela procura descobrir, enquanto se prepara para o grande dia. Com humor e diálogos que levam à reflexão sobre a mulher do século XXI.
O Jornal (mini-metragem,2009, 02min,tema: infância e fantasia) - Estranhas criaturas circulam livremente em uma praia, no meio das pessoas. Desfilam, fazem poses, fazem o que tem vontade, e parecem estar se divertindo muito nesta situação. Não se sabe se é real ou fruto da imaginação de uma criança, que não sabe ler o que está escrito em um jornal.
Espécie Humana Headlines (curta-metragem,2009,12min, tema: arte e comunicação) - Depoimentos do crítico de arte Armindo Trevisan, dos artistas plásticos Gustavo Nakle, Adriana Xaplin e Wilson Cavalcanti, e do jornalista Flávio Porcello, registram em imagens e idéias os encontros e os desencontros entre a arte e a comunicação. As manchetes, mais do que fatos, sintetizam vidas, histórias e destinos.
Terça-feira, 26 de janeiro de 2010 às 22:22
Em vez de tomar diversas decisões, o 10º Fórum Social Mundial deveria tomar apenas uma em 2010: dedicar o ano ao povo do Haiti e à reconstrução do país que foi arrasado no início do mês por um terremoto. A sugestão foi feita nesta terça-feira (26/1) pelo presidente Lula em discurso no plenário do evento realizado no ginásio Gigantinho, em Porto Alegre (RS):O presidente lembrou que o que acontecia no Haiti até hoje era puro descaso, falta de respeito com o direito sagrado da população haitiana de ter cidadania, e que o Brasil tem trabalhado para resgatar esse direito e consolidar a democracia no país caribenho.
Ouça aqui a íntegra do discurso do presidente no evento:
Lula afirmou que tem orgulho de estar promovendo no Brasil a mais consolidada política de inclusão social do mundo, mesmo sabendo que ainda falta muita coisa a ser feita. Talvez, afirmou o presidente, sejam precisos mais 10 anos, 15 anos, mas já é possível ver o significado das coisas que estão acontecendo no Brasil: de que é possível consolidar um novo Brasil, uma nova América Latina, uma nova África.
Da mesma forma, o Brasil tem estabelecido políticas voltadas para a África, cujo povo ajudou a construir o nosso País, a nossa cor, a nossa gente, afirmou Lula. E essa divida com a África não pode ser paga apenas com dinheiro, mas também em gesto e em solidariedade. Citou o trabalho desenvolvido pela Embrapa em alguns países africanos, como Gana, para ajudar a África a alimentar seu povo e a se tornar até mesmo em exportador de alimentos. A potencialidade da savana africana, afirmou Lula, é a mesma do centro oeste brasileiro. Mas para isso, a Europa precisa abrir suas fronteiras aos produtos agrícolas africanos e abrir mão de subsídios aos seus produtores, como vem fazendo.
Lula falou ainda de sua ida à reunião de Davos, na Suíça, sexta-feira (29/1), que reúne representantes de grandes corporações e países desenvolvidos -- a exemplo do que fez em 2003. Este ano Lula receberá em Davos o prêmio de "Estadista Global".
O presidente afirmou que mostrará orgulhoso aos participantes da reunião de Davos que ele, um torneio mecânico, foi quem mais criou universidades e escolas técnicas profissionais no Brasil. Disse ainda que o sistema financeiro internacional, que estará representado no encontro na Suíça, não pode mais ditar as regras do jogo, porque tem responsabilidade direta pela crise econômica do ano passado.
(Emir Sader e o passo seguinte do FSM; leia reportagem nesta pág; 27-01 - http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?alterarHomeAtual=1)
Carta dos Movimentos Sociais
Introdução
A Carta de Princípios do 1º FSM da Serra Gaúcha é a síntese das idéias debatidas durante a realização da 1º edição do FSM Serra Gaúcha
O método de elaboração desta Carta priorizou a análise do modelo de desenvolvimento em curso na Região da Serra a partir das idéias e conceitos dos movimentos sociais que construíram esta edição do FSM Serra Gaúcha.
Esta Carta carrega a idéia de que o FSM Serra Gaúcha é um processo histórico e que haverão de acontecer seus desdobramentos.
Princípios
O Comitê de entidades, que idealizou e organizou o 1º FSM Serra Gaúcha, considera necessário e legítimo, estabelecer uma Carta de Princípios que oriente a continuidade dessa iniciativa.
Os Princípios contidos na Carta, a ser respeitada por tod@s que queiram participar desse processo e organizar novas edições do FSM, consolidam as decisões que presidiram a realização do Fórum de Porto Alegre e asseguraram seu êxito, e ampliam seu alcance, definindo orientações que decorrem da lógica dessas decisões.
O FSM Serra Gaúcha é um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, o debate democrático de idéias, a formulação de propostas, a troca livre de experiências e a articulação para ações eficazes, de entidades e movimentos da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo, e estão empenhadas na construção de uma sociedade planetária orientada a uma relação fecunda entre os seres humanos e destes com a Terra.
O FSM da Serra Gaúcha foi um evento localizado no tempo e no espaço.
A partir de agora, na certeza proclamada durante o FSM Serra Gaúcha de que "um outro modelo de desenvolvimento é possível", ele se torna um processo permanente de busca e construção de alternativas para construção deste novo modelo
O FSM da Serra Gaúcha é um processo de caráter regional.
Todos os encontros que se realizem como parte desse processo têm dimensão regional.
As alternativas propostas no FSM Serra Gaúcha contrapõem-se a um processo de globalização comandado pelas grandes corporações multinacionais e pelos governos e instituições internacionais a serviço de seus interesses, com a cumplicidade de governos identificados com esse programa
Elas visam fazer prevalecer, como uma nova etapa da história do mundo, uma globalização solidária que respeite os direitos humanos universais, bem como os de tod@s @s cidadãos e cidadãs em todas as nações e o meio ambiente, apoiada em sistemas e instituições internacionais democráticos a serviço da justiça social, da igualdade e da soberania dos povos.
O FSM da Serra Gaúcha reúne e articula somente entidades e movimentos da sociedade civil de todos os municípios da região, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil regional.
O FSM da Serra Gaúcha é um espaço de síntese dos movimentos sociais da região.
O FSM da Serra Gaúcha se compromete a difundir amplamente as decisões tomadas pelos movimentos sociais, nos seus espaços de articulação conforme o seu alcance, sem direcionamentos, hierarquizações, censuras e restrições, mas como deliberações das entidades ou conjuntos de entidades que as tenham assumido.
O FSM da Serra Gaúcha é um espaço plural e diversificado, não confessional, não governamental e não partidário, que articula de forma descentralizada, em rede, entidades e movimentos engajados em ações concretas, da região, pela construção de um outro modelo desenvolvimento.
O FSM da Serra Gaúcha será sempre um espaço aberto ao pluralismo e à diversidade de engajamentos e atuações das entidades e movimentos que dele decidam participar, bem como à diversidade de gênero, etnias, culturas, gerações e capacidades físicas, desde que respeitem os princípios do FSM Serra.
O FSM da Serra Gaúcha se opõe a toda visão totalitária e reducionista da economia, do desenvolvimento e da história e ao uso da violência como meio de controle social pelo Estado.
O FSM da Serra Gaúcha lutará pelo respeito aos Direitos Humanos, pela prática de uma democracia verdadeira, participativa, por relações igualitárias, solidárias e pacíficas entre pessoas, etnias, gêneros e povos, condenando todas as formas de dominação assim como a sujeição de um ser humano pelo outro
O FSM da Serra Gaúcha é um movimento de idéias que estimula a reflexão e a disseminação transparente dos resultados dessa reflexão sobre os mecanismos e instrumentos da dominação do capital, sobre os meios e ações de resistência e superação dessa dominação, sobre as alternativas propostas para resolver os problemas de exclusão e desigualdade social que o processo de globalização capitalista, com suas dimensões racistas, sexistas e destruidoras do meio ambiente criou, internacionalmente, no interior dos países e na Serra Gaúcha.
O FSM da Serra Gaúcha, como espaço de troca de experiências, estimula o conhecimento e o reconhecimento mútuo das entidades e movimentos que dele participam, valorizando seu intercâmbio, especialmente o que a sociedade está construindo para centrar a atividade econômica e a ação política no atendimento das necessidades do ser humano e no respeito à natureza, no presente e para as futuras gerações.
O FSM da Serra Gaúcha, como espaço de articulação, procura fortalecer e criar novas articulações nacionais e internacionais entre entidades e movimentos da sociedade, que aumentem, tanto na esfera da vida pública como da vida privada, a capacidade de resistência social não violenta ao processo de desumanização que o mundo está vivendo e à violência usada pelo Estado, e reforcem as iniciativas humanizadoras em curso pela ação desses movimentos e entidades.
O FSM da Serra Gaúcha é um processo que estimula as entidades e movimentos que dele participam a situar suas ações, do nível local ao nacional com participação ativa nas instâncias internacionais, como questões de cidadania planetária, introduzindo na agenda global as práticas transformadoras que estejam experimentando na construção de um mundo novo solidário.
O FSM da Serra Gaúcha é um espaço que repudia a criminalização dos movimentos Sociais implementadas pelo atual governo do Estado.
O FSM da Serra Gaúcha é um espaço que repudia todas as formas de imperialismo nas relações humanas, inclusive o imperialismo nas relações entre os municípios da região. O FSM da Serra Gaúcha será um espaço que dará prioridade a integração regional.
Eixos
Eixo Economia Solidária
A Economia Solidária é um jeito de fazer a atividade econômica de produção, oferta de serviços, comercialização, finanças ou consumo baseado na democracia e na cooperação, o que chamamos de autogestão: ou seja, na Economia Solidária não existe patrão nem empregados, pois todos os/as integrantes do empreendimento (associação, cooperativa ou grupo) são ao mesmo tempo trabalhadores e donos.
A Economia Solidária é também um jeito de estar no mundo e de consumir (em casa, em eventos ou no trabalho) produtos locais, saudáveis, da Economia Solidária, que não afetem o meio-ambiente, que não tenham transgênicos e nem beneficiem grandes empresas.
Por fim, a Economia Solidária é um movimento social, que luta pela mudança da sociedade, por uma forma diferente de desenvolvimento, que não seja baseado nas grandes empresas nem nos latifúndios com seus proprietários e acionistas, mas sim um desenvolvimento para as pessoas e construída pela população a partir dos valores da solidariedade, da democracia, da cooperação, da preservação ambiental e dos direitos humanos.
O FSM da Serra Gaúcha propõe aos gestores locais a elaboração e posterior implantação de políticas estruturantes de Economia Solidária
A Economia Solidária na Serra Gaúcha afirma o seu compromisso com a Sustentabilidade Ambiental e com o desenvolvimento social
O FSM da Serra Gaúcha propõe que a ECOSOL se organize através de redes solidárias para que possamos debater coletivamente os problemas da ECOSOL como a Produção, Comercialização, consumo consciente e políticas de crédito.
O FSM da Serra Gaúcha propõe a formação de redes de difusão tecnológica para a ECOSOL
O FSM da Serra Gaúcha propõe a fundação de espaços regionais permanentes para ECOSOL, por isso foi fundado durante o 1º FSM-SG o Fórum Regional de ECOSOL
Construir o diagnóstico da ECOSOL na Serra Gaúcha e usar esses dados para a construção de um programa regional de ECOSOL
5 apontamentos para os Governos Municipais:
Eixo Cultura
O poder público, a iniciativa privada e as organizações não governamentais devem promover meios de sensibilização e formas de cooperação para salvaguardar e promover a diversidade cultural. Com este objetivo devem:
Apoiar, com recursos financeiros, projetos artístico-culturais de criadores, artistas e pesquisadores no desenvolvimento de programas e associações, inclusive cooperativas, procurando preservar e incentivar o potencial da região – o que vale dizer investir na capacitação de artistas, técnicos, bem como formação de público.
Viabilizar, por meio de parcerias, com universidades, institutos, fundações regionais , nacionais e internacionais a implementações de bibliotecas , videotecas, pinacotecas e outros espaços que configurem centros de vivencia culturais.
Investir de forma concreta e com recursos financeiros na criação de grupos de teatro, cinema,música e dança,incentivando a produção de espetáculos e festivais específicos.
Apoiar a criação de um fundo de cultura destinado a financiar a produção cultural e a sua respectiva distribuição no vasto público.
Veicular a divulgação dos produtos culturais por meio das diversas mídias: jornal, rádio, TV, imprensa alternativa, jornalismo on line, jornal mural, etc...
Criar ouvidorias nos jornais considerados »Grande Imprensa» apoiando a iniciativa da associação Rio Grandense de Imprensa – Serra Gaúcha.
Implantar políticas culturais que promovam os princípios da declaração Universal da UNESCO sobre a diversidade cultural, mediante mecanismos de apoio à sua execução.
Eixo Sustentabilidade e Viabilidade da Agricultura Familiar
O eixo SUSTENTABILIDADE E VIABILIDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR - SVAF, do I Fórum Social Mundial da Serra Gaúcha ENTENDE que a Agricultura Familiar é de fundamental importância para o desenvolvimento do país e uma das principais alternativas para alcançarmos nossos objetivos quanto a OUTRO MUNDO POSSÍVEL.
Hoje ela já é responsável por mais de 70% dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros, tudo isto ocupando apenas 25% da área cultivada no país. As cadeias produtivas do Rio Grande do Sul, ligadas a agricultura familiar são responsáveis por 27% de todo o produto do Estado, constituindo-se na mais forte do Brasil. É responsável por 81% do emprego no campo e 9 (nove) em cada 10 (dez) empregos gerados na agricultura.
Por outro lado, a agricultura familiar não é responsável pela degradação ambiental, seja através da agricultura convencional e muito menos daquelas provenientes dos modelos agroecológicos. E também responsável pela preservação da paisagem, em função da sua vocação ao Turismo Rural e por se caracterizar como um estilo de vida que preserva o núcleo familiar e comunitário, bem como o ambiente e uma alimentação saudável.
Também, haver políticas públicas capazes de dar condições ao agricultor de manter a produção e comercialização de suas safras de forma diferenciada ao outro modelo de agricultura caracterizado pelas grandes extensões de terra e também em relação a outros setores da economia.
No entanto, o SVAF COMPREENDE que a realidade atual está pondo em risco a sustentabilidade e viabilidade da agricultura familiar, pois o modelo de desenvolvimento e o sistema político hegemônicos são excludentes, senão vejamos.
Hoje a população rural da Serra Gaúcha representa 12% da sua população, portanto, 88% dos votos da população total estão nas áreas urbanas e esta, conseqüentemente, passa a deter o poder político e econômico. Desta forma, a população rural está em extrema desvantagem em relação a urbana, mesmo sendo responsável por mais de 50% da produção (PIB) gaúcha, pois as leis feitas pelos políticos é para quem lhes dá votos.
Por outro lado, o modelo econômico voltado para o mercado, onde este é rei absoluto, acaba por prejudicar enormemente a agricultura familiar, pois os preços não são fixados no momento do plantio, mas sim no momento da venda e como a oferta não pode ser regulada, o preço sempre é mais baixo no momento da colheita e muitas vezes inviabiliza a produção na pequena propriedade familiar, uma vez que não está voltada para as mesmas culturas das grandes extensões rurais.
Igualmente, a agricultura familiar está muito voltada para cadeias produtivas, como é o caso na Serra Gaúcha daquela da uva e do vinho e do aviário e frigorífico. Por questões cambiais, tributárias e tantas outras, a indústria vem sofrendo forte concorrência externa e o mercado consome mais produtos estrangeiros, criando excedentes de produção e, conseqüentemente, a redução dos valores da produção local de forma a ser superada pelo seu custo de produção.
Esta situação vem provocando um enorme estrago social, pois o desemprego é invisível, uma vez que se dá no meio rural onde não há o hábito de se assinar a carteira de trabalho entre os familiares, Também, uma forte degradação dos valores morais da família e do trabalho, fazendo com que os jovens busquem emprego na cidade para ajudar no sustendo familiar.
Estes jovens na cidade, fora do seu habitat, no inicio sofrem com as condições vividas no meio urbano, mas muitos acabam por se acostumar e preferem permanecer na cidade. Hoje é sabido que a agricultura familiar da Serra Gaúcha esta envelhecida e masculinizada, pois as moças não querem mais a vida rural, preferem estudar e se enclausurar nos shoppings das cidades.
Outro grave problema do meio rural é a falta de informação, uma vez que o modelo de ensino aplicado neste meio é o mesmo daquele aplicado nos meios urbanos e há uma enorme diferença entre os dois. No meio rural deveria haver também o ensino de práticas agrícolas e de preservação ambiental e outras tantas que contribuiriam para a formação do indivíduo.
Também, a questão de infra-estrutura no meio rural é precária, seja ela no campo do transporte, da saúde, da comunicação e tantos outros. Como televisão há no meio rural, as pessoas acabam por se sentir marginalizadas e muitas, sem medir as conseqüências, acabam por migrar para as cidades.
Cabe ressaltar que as necessidades básicas de um ser humano é respirar um ar puro, é beber uma água potável, comer um alimento saudável, vestir-se para se proteger do clima e se abrigar. No entanto, não é o meio rural que polui o ar, que contamina a água, mas sim aquele que dá o que comer aos brasileiros.
Nós do eixo SVAF QUEREMOS que a agricultura familiar seja reconhecida pela sua importância não apenas pela questão de ser responsável por mais de 70% do alimento que vai para a mesa do brasileiro, mas como um estilo de vida que pode contribuir sobremaneira para OUTRO MUNDO POSSÍVEL.
No entanto, entendemos que para alcançar os nossos objetivos, ou seja, conquistarmos aquilo que hoje declaramos querer, é preciso:
Uma maior democratização e facilidade de acesso às políticas públicas de modo a que elas possam se adequar a muitas das novas exigências ambientais e da pequena agroindústria.
O entendimento da população urbana e dos políticos de que a nossa classe necessita uma atenção especial sob pena de faltar alimento na mesa do brasileiro;
Um maior empenho do governo no que se refere aos serviços de extensão rural, pois a prática da agroecologia – uma das grandes alternativas para a agricultura familiar – requer muita informação e conhecimento, bem como uma orientação adequada para a viabilidade do empreendimento rural;
A legislação ambiental e outras relacionadas as políticas agrícolas e agroindustriais deveriam observar características regionais diante do território continental brasileiro;
Um modelo que diminua os elos da cadeia entre o produtor primário e o consumidor final, os dois extremos da mesma são os mais pressionados e prejudicados.
Por fim, nada será possível, sem forte investimento na educação e formação do agricultor para os novos tempos, com a criação de centros de capacitação e de visão de desenvolvimento comunitário, de modo que o capacite não apenas como profissional, mas como indivíduo ativo e partícipe deste OUTRO MUNDO POSSÍVEL.
Eixo Mundo do Trabalho
Os trabalhadores da Serra Gaúcha, reunidos no município de Bento Gonçalves, no período de
Denunciamos:
Lutamos :
Participação Popular e Cidadania
Partindo do pressuposto: Que a Serra Gaúcha Queremos, o eixo Participação Popular e Cidadania analisou a estória da Participação Popular na Serra Gaúcha.
No início da colonização da Serra Gaúcha, os primeiros imigrantes planejavam e realizavam os seus trabalhos cotidianos de forma coletiva.
Com o passar do tempo, a "modernidade" trouxe uma série de problemas como o individualismo e a posterior formação de uma "Classe Dominante".
Hoje a nossa região apenas engatinha no que diz respeito a Participação Popular. A luta dos trabalhadores e dos Movimentos Sociais, faz com que muitas pessoas abandonem a lógica do individualismo para exercer o protagonismo político, aproximando as pessoas das coisas públicas.
Que serra queremos:
Turismo Sustentável
A plenária optou por ações concretas, que são consideradas imprescindíveis para o desenvolvimento do turismo sustentável na Região Uva e Vinho, através das seguintes
Intenções:
Saúde e Qualidade de Vida
Ao finalizar os trabalhos programados para a tarde do dia 23 de janeiro de 2010, quando foram abordados os temas salutogênese, sistemas de saúde, fitoterápicos, práticas complementares, drogas, agroquímicos, segurança alimentar e alimentação sustentável e saudável, concluimos que:
No campo das reflexões :
Os projetos de saúde a serem desenvolvidos na serra gaúcha devem necessariamente ultrapassar abordagens científicas de caráter meramente prescritos e normativos e evoluir para abordagens que, interdisciplinares no conteúdo e intersetoriais na ação, mobilizem recursos materiais e humanos para promoção do bem estar social e qualidade de vida.
A equipe de saúde deverá abandonar as ultrapassadas ações tecno centradas, onde o binômio-saúde doença seja substituído por visão holística dos sujeitos; políticas públicas focadas nas abordagens preventivas e holísticas geram resultados sustentados a longo prazo, com a vantagem de serem de menor custo.
É de fundamental importância um perfil de gestores que identifiquem e incentivem lideranças dentro da equipe de saúde gerando um protagonismo saudável e sustentado, não só para o funcionalismo, bem como para os pacientes.
É interessante avaliar o estabelecimento de parcerias entre as admnistrações locais (de diferentes cidades da região) no sentido de formar consórcios onde cada município se responsabilize por uma parte da cadeia produtiva de serviços, beneficiando a todos e novamente barateando custos. Assim serão aproveitadas e otimizadas potencialidades e vocações locais dando autonomia à região, em determinados setores;
É necessário, também, o estabelecimento de parcerias com as universidades locais a fim de produzir pesquisas que possam contribuir com diagnóstico das necessidades locais e regionais bem como a aferição de resultados das políticas públicas, com bases científicas e metodológicas bem fundamentadas. Estes permitirão avaliar e retomar rumos das políticas públicas, conferindo-lhes sustentabilidade. Também contribuem na formação de profissionais aptos para atender demandas reais. Neste sentido também foi abordado e conclui-se fortemente a necessidade de formação de profissionais melhor preparados para atuar em saúde pública.
No campo da prática sugere-se:
Ações intersetoriais, com especial enfase à parceria entre secretarias de uma mesma cidade (saúde-educação, turismo-educação, meio ambiente-educação-saúde,turismo-cultura,etc). Iniciamos sugerindo introduzir no "curriculum escolar" disciplinas que possibilitem a implementação de hortas nas escolas em que professores e alunos responsabilizem-se e aprendam sobre produção e consumo de produtos orgânicos e da importância dos mesmos na saúde individual, coletiva e do planeta. Vantagens: garantia de uma merenda escolar saudável e equilibrada; prevenção de intoxicações e demais doenças provocados por agrotóxicos; preservação da terra e mananciais hídricos de contaminação pelos mesmos; formação de cidadãos comprometidos com a preservação do planeta.
Consórcio entre municípios para pesquisa, manejo seguro e produção de fitoterápicos.
Priorizar políticas públicas de saúde de prevenção de doenças da gestação até a velhice (atenção ao pré natal de baixo e alto risco; atenção interdisciplinar diferenciada para crianças de risco em especial na primeira infância; prevenção da obesidade através de programas de incentivem o exercício e a alimentação saudável em todas idades).
Revisar práticas complementares e capacitar profissionais a fim de desenvolver ações preventivas de doenças na rede pública de saúde e educação;
Implementação de um centro integrado, para atenção multidisciplinar de atenção ao idoso, em consonância com o estatuto do idoso;
Atenção à saúde mental (prevenção, monitorização e minimização dos riscos) através da capacitação e alocação de recursos materiais e humanos na rede básica de saúde para que possam desenvolver ações preventivas ,identificação de população de risco em todas as idades, bem como a instrumentalização dos CAPS para tratamento.
Implementação de programas de atenção integral à saúde do trabalhador (funcionalismo público) através de práticas com ênfase às práticas complementares e preventivas..
Educação
Inspirado no tema "Construindo um novo projeto de educação: que educação temos e que educação queremos para a serra gaúcha?", este eixo teve como princípios A UNIVERSALIZAÇÃO COM QUALIDADE DO ENSINO, A GESTÃO DEMOCRÁTICA, A VALORIZAÇÃO DO SER HUMANO E A DEMOCRATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO.
Com base nos pilares anteriormente descritos, o eixo Educação, do I Fórum Social da Serra Gaúcha, tem a intenção de:
EIXO TEMÁTICO CIDADANIA E SEGURANÇA
Um outro modelo de segurança não é só possível, mas extremamente necessário.
O atual modelo é repressor e seletivo, atuando apenas nas conseqüências do problema e tem como alvo inevitável sempre os socialmente mais vulneráveis.
Se fizermos um paralelo com uma doença, é o mesmo que tentar erradicá-la apenas com o tratamento dos enfermos. A negação do acesso a direitos que sofre a grande maioria da população em todo o Brasil, inclusive na Serra Gaúcha, é uma das mais graves violências que devem ser enfrentadas.
A sociedade precisa de um modelo de segurança que atue gerando inclusão social, trabalho e renda; O modelo repressivo deve se encaminhar para a sua abolição, privilegiando-se um modelo que proporcione garantias para a realização de direitos.
As políticas de segurança deveriam, no mínimo, ser consideradas em 3 dimensões: 1) justiça e polícia + 2) prevenção social + 3) inter-relação entre os atores sociais.
A questão de gênero não é tratada com a seriedade necessária. Políticas públicas para mulheres, quando existem, são voltadas exclusivamente aos temas da violência e da saúde. O modelo de sociedade existente é machista e excludente. Questões como a legalização e a descriminalização do aborto não são sequer debatidas pela sociedade.
O combate às violências só será eficiente quando o Estado e a Sociedade desenvolverem políticas e práticas emancipatórias que levem a um processo de inclusão social, de aceitação das diferenças e de saber como lidar com estas diferenças; a um processo de qualificação profissional para a construção de novos sujeitos; à construção de novos protagonismos e à promoção de novos pactos de convivência comunitária.
Apenas conhecendo-se e considerando-se as raízes sociais, estruturais e humanas que provocam as violências na sociedade é que poderão ser desenvolvidas políticas públicas e privadas que construam a paz verdadeira.
Juventude
Neste 1º Acampamento da Juventude do 1º FSM-SG, foi lançado uma semente entre os participantes com intuito de colher os frutos de um novo mundo, ou seja uma nova sociedade. Havendo a quebra de vários paradigmas, construiremos uma perspectiva de vida, sem preconceitos, com respeito a juventude.
Entendemos juventude a partir de dois aspectos: A questão etária e a questão da subordinação social.
A sociedade atual é construída para a população economicamente ativa desconsiderando a juventude como protagonista das relações sociais.
Por isso propomos:
1º Fórum de Gestores e Legisladores Locais da Serra Gaúcha
1º Fórum de Gestores e Legisladores locais foi um espaço de articulação e organização dos formuladores de Políticas Públicas que pretendem avançar no debate da Integração Regional, a partir de um novo modelo de desenvolvimento sustentável.
O Fórum aconteceu no dia 22 de Janeiro de 2010
O tema central dos debates foi: Outro modelo de desenvolvimento e possível. Que modelo de integração regional queremos?
Os legisladoras encaminharam as seguintes propostas para a continuidade dos debates em torno da integração regional:
Reforma Urbana
A função social da terra foi o centro do debate no Eixo Reforma Urbana durante o FSM Serra Gaúcha. Partindo do pressuposto: Que Serra Gaúcha Queremos, o eixo reforma urbana tratou de aspectos como urbanismo, ocupação territorial responsável, habitação e credito habitacional.
Neste sentido o eixo também discutiu a reforma urbana numa visão de que outro modelo de urbanismo e habitação é possível na serra gaúcha.
Abaixo encaminhamos as propostas debatidas no eixo
Bento Gonçalves, 23 de janeiro de 2010.