O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou, nesta segunda-feira, que a agenda de direitos humanos do Brasil "ainda é aberta e complicada". Logo após o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidos (ONU), ele avaliou, porém, que o país teve "progressos importantes não só em âmbito interno como na cooperação internacional".
Questionado sobre as críticas feitas por algumas Organizações não governamentais (ONGs) em relação à atuação brasileira na área de direitos humanos, ele respondeu que o país não vai distribuir "certificados de bom ou mau comportamento". Para Marco Aurélio, bloqueios e sanções internacionais, em geral, têm ação de caráter restrititvo.
Eles provocam, de certa forma, um retraimento muito forte, um estímulo ao patriotismo, o que não é bom no trato dos direitos humanos avaliou.
Marco Aurélio destacou que é preciso debater o tema dos direitos humanos sob a ótica sul-americana.
Todos os nossos países padeceram de problemas graves de violação dos direitos humanos disse.
Ele adiantou que, ao longo da 92ª Conferência Internacional do Trabalho, Lula vai reiterar o convite feito à Organização Internacional do Trabalho (OIT) para participar das reuniões do G20 (que reúne as principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento). Para Marco Aurélio, a ausência do organismo é "inexplicável, porque as maiores vítimas da crise atual são os trabalhadores". A previsão para este ano, de acordo com a própria OIT, é que o total de pessoas desempregadas no mundo chegue a 50 milhões.
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