Jornal Estado de São Paulo,  28  de março de 2009.
   Filha de FHC ocupa cargo de confiança no Senado
   Rosa Costa
 Luciana Cardoso, filha do  ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ocupa um cargo de confiança no Senado  desde abril de 2003. Ela foi nomeada secretaria parlamentar, com salário  de R$ 7,6 mil, pelo senador e atual primeiro-secretário, Heráclito  Fortes (DEM-PI).
Luciana foi secretária particular de seu pai nos dois  mandatos, de 1995 a 2003. Seu contrato com o Senado só se tornou público agora,  já que ela não frequenta o gabinete de Heráclito. Ela não foi localizada pelo  Estado.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Luciana afirmou que prefere  trabalhar em casa, cuidando das "coisas pessoais do senador" porque o gabinete  de Heráclito "é um trem mínimo e a bagunça, eterna". Ontem, o senador se recusou  a comentar o assunto. A divulgação do fato ocorre no momento em que o  primeiro-secretário se diz empenhado em moralizar a distribuição dos cargos de  confiança do Senado. 
O próprio FHC nesta semana fez críticas ao  Congresso. "O nosso sistema de representação está bambo. Ele não representa mais  nada. Isso é visível, provocando um efeito de desmoralização extraordinário",  disse.
 
  Sarney, ACM e Renan criaram  4.000 vagas no Senado
 FSP, 27 de março de  2009
  
 Nos últimos 14  anos, atos assinados por três senadores ajudaram a inchar o Senado, que hoje tem  
 cerca de 10 mil  servidores para atender a apenas 81 congressistas. Deste total, cerca de 4.000  vagas foram criadas a partir de 1995 e são preenchidas por indicação política,  os chamados comissionados. Nem todas as vagas são preenchidas. Mesmo assim, o  número atual de comissionados (3.000) e terceirizados (3.500) é 116% maior do  que os 3.500 concursados. A multiplicação dos cargos de livre nomeação no Senado  começou a partir do primeiro mandato de José Sarney (PMDB-AP), e continuou nas  gestões de Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) e Renan Calheiros (PMDB-AL). Por  atos administrativos, criaram cargos e permitiram aos senadores dividirem as  novas vagas.
  
 A divisão  possibilitou que com o salário de um cargo (o maior valor é de R$ 10.869,34), os  senadores pudessem contratar até oito pessoas com salários menores. O pagamento  de hora extra cheia (R$ 2.650) para servidores do Senado é uma forma de aumentar  os salários, que ficam menores com a divisão dos cargos. Os pagamentos de hora  extra e outros adicionais não são registrados nem nos contracheques para evitar  a divulgação do subterfúgio. Sarney inaugurou a prática da multiplicação  dos cargos no seu mandato de 1995 a 1997, repetida por outras gestões. Por isso  atualmente cada gabinete pode contar com até 53 servidores nomeados, além de até  nove efetivos, o que corresponde a números de uma pequena empresa, segundo o  Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Na Mesa  Diretora, que reúne sete senadores, com essa regra, cargos comissionados podem  chegar a 692. A média salarial destes servidores sem concurso é de R$  8.000.
  
  
   
 MP quer que filha de FHC e diretora devolvam  dinheiro
  
 O Procurador do Ministério Público Marinus Marsico ingressou nesta  segunda-feira com uma representação ao presidente do Tribunal de Contas da União  (TCU), Ubiratan Aguiar, pedindo a abertura imediata de investigação no caso da  diretora de Comunicação do Senado, Elga Mara Teixeira Lopes, que trabalhou em  cinco campanhas políticas sem se afastar do cargo; o pagamento de horas extras  no recesso de janeiro; a contratação de Luciana Cardoso, filha do ex-presidente  Fernando Henrique Cardoso, pelo gabinete do primeiro secretário do Senado,  Heráclito Fortes (DEM-PI), sem exercer função em Brasília.
 
- Não vou nem pedir mais explicações à direção do Senado. Já há  indícios suficientes de irregularidades para entrar direto com a representação  ao presidente pedindo a imediata investigação. Se for acatada nos próximos dias,  os envolvidos, inclusive a direção do Senado, serão notificados. No caso da  diretora que se ausentou para trabalhar em campanhas políticas, e de Luciana  Cardoso, até agora a direção do Senado não tomou nenhuma providência. A ideia é  ter esses recursos de volta aos cofres públicos - disse  Marinus.
 
Fonte O  Globo
   
 
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