Páginas

pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

3.3.09

Fundamentos da "ditabranda" da FSP

22/02/2009

De onde a FSP tirou a categoria "ditabranda"? De que, ela, assim como para toda a imprensa brasileira, com a única exceção da Última Hora – que por isso foi fechada pela ditadura -, pregou a ditadura, apoiou o golpe militar e a derrubada de um governo eleito democraticamente pelo povo brasileiro. Esconderam a repressão posta em prática imediatamente pela ditadura – seqüestros,desaparições, torturas, fuzilamentos, fechamento dos sindicatos, cassação de parlamentares e juristas, censura à imprensa. A foto de Gregório Bezerra sendo arrastado por um jipe militar pelas ruas do Recife, não foi publicada por nenhum órgão da imprensa, por exemplo. Acolheram as versões mentirosas da ditadura sobre o assassinato de militantes da resistência à ditadura. Resistência democrática feita contra a ditadura e contra a imprensa a serviço dela. No caso da FSP, mais do que isso. Colocou carros da empresa a serviço da Oban, para disfarçar ações repressivas como se fossem da imprensa – como se vê no livro de Beatriz Kushnir , "Cães de guarda", da Boitempo, livro nunca desmentido, nem noticiado pela FSP, como confissão de culpa, leitura indispensável para se conhecer o farisaísmo do jornal da família Frias. Para ela foi "ditabranda". Quem quiser, pode ler os jornais de 1964, para ver um jornal contra a democracia e a favor da ditadura. Para ver o relato a posteriori, pode-se ler – perda de tempo, na verdade – uns livrinhos da editora da FSP sobre História do Brasil, de autoria de Oscar Pilagallo. Há um volume sobre o período 1960-1980. Aí se verá como foi um regime "suave", "brando", pelo menos para a FSP. O autor se presta a calar sobre o papel da imprensa nas mobilizações das Marchas contra a democracia, de conclamação ao golpe e de apoio à ditadura militar. "O apego às leis foi, sobretudo no início, uma marca do regime." O caráter autoritário (não ditatorial, percebam) do novo governo foi se revelando aos poucos." (para eles.) "..o governo estimulou o arrocho salarial" (estimulou ou decretou a ferro e fogo, incluindo intervenção em todos os sindicatos e prendendo a dirigentes sindicais.) Um autor delicado, sem dúvida, brando. "Embora o golpe não tivesse sido marcado pela violência... "(sic) . E por aí afora. Para os dóceis, os brandos, a ditadura foi um regime brando. Especialmente para aquelas empresas que, como O Globo e a FSP, cresceram justo durante a ditadura. Por isso sua gratidão ao regime brando que os promoveu.

Postado por Emir Sader às 14:58

http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=274

Nenhum comentário:


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz