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Cadernos de Cinema – Terra para Rose
O filme deste domingo, 26 de agosto , à 00h, aborda a delicada questão da reforma agrária no Brasil, no período de transição pós-regime militar. A partir da história de Roseli Nunes, agricultora sem terra que, com outras 1.500 famílias, participou da primeira grande ocupação de uma terra improdutiva, a fazenda Anoni, no Rio Grande do Sul, Terra para Rose retrata o início de um polêmico e importante movimento social, o MST.
Rose deu a luz ao primeiro bebê que nasceu no acampamento e foi morta em estranho acidente. A personagem nasceu em 1954 e teve sua vida encerrada com apenas 33 anos. Lutou por uma reforma agrária justa, e, nos últimos dias de gravidez, participou da ocupação da fazenda Anoni, em 1985, a maior já realizada no Rio Grande do Sul. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST, estava começando na região. Rose também participou da caminhada de 300 quilômetros até Porto Alegre, onde os trabalhadores ocuparam a Assembléia Legislativa, permanecendo acampados por seis meses, até a solução para as 3 mil famílias que estavam na fazenda Anoni. Rose foi mãe da primeira criança a nascer no acampamento Sepé Tiaraju. Roseli Nunes morreu em 31 de março de 1987, durante um protesto contra as altas taxas de juros e a indefinição do governo em relação à política agrária. Um caminhão desgovernado investiu contra uma barreira humana formada na BR-386, em Sarandi, RS, ferindo 14 agricultores e matando três. Roseli era um deles, estava com 33 anos e deixou órfãs três crianças.
De Tetê Moraes. 1985. Cor. 84min.
Terra para Rose ganhou o 1º prêmio no Festival do Novo Cine Latino-Americano, em Havana, Cuba, e conquistou seis prêmios no 20º Festival de Cinema de Brasília. Dez anos depois, em abril de 1997, a diretora Tetê Moraes volta ao assentamento da Fazenda Anoni para conhecer como vivem as famílias que participaram da ocupação e que foram assentadas. O resultado dessa visita é o documentário O sonho de Rose, a continuação de Terra para Rose, que o Cadernos de Cinema exibirá no próximo domingo, 2 de setembro.
Os convidados para o debate com Vera Barrosso, após a exibição são os jornalistas Debora Lerrer e José Augusto Ribeiro; Eunice Gutman, cineasta; e Rodrigo Fonseca, crítico de cinema do jornal O Globo.
Direção Wagner Corrêa de Araújo.Sábados, 1h.
Não recomendado para menores de 18.
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DOMINGO, 26 DE AGOSTO
Xingu, A Terra Ameaçada – 18h30Amor de Índio
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A relação entre homem e mulher, o namoro, o casamento e o sexo entre os índios do Xingu, neste episódio da série gravado em 1984 pelo documentarista Washington Novaes.
Patrocínio da Natura e da Petrobras, através da Lei Rouanet e da Lei do Audiovisual.Realização TV Cultura e TVE Brasil.
Livre.
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QUARTA-FEIRA, 29 DE AGOSTO
O Silêncio dos Intelectuais – 22h30Um Mundo Novo, Uma Nova Palavra
O paulista Haquira Osakabe, craque em lingüística, fala da importância da nova palavra: “A linguagem da tensão, da rebeldia, da revolta está no interior da possibilidade de fragmentar, de colocar a linguagem em “contestação”. Segundo Adauto Novaes, este último episódio da série aponta para o surgimento do intelectual produzido nesse novo espaço público que se cria: anônimo e coletivo. Assim surgem intelectuais como MV Bill. Vários intelectuais são unânimes: na discussão do filme Falcão, nenhum intelectual teria obtido a confiança daquelas pessoas, por isso há uma inteligência nova se manifestando.
Direção do roteirista e cineasta Eduardo Nunes.Produção Geral Ltda Associação Cultural Mundo Brasil.Produtor associado 3 Tabela Filmes. Ministério da Cultura. Fundo Nacional da Cultura. Sábado, 23h.
Não recomendado para menores de 16.
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