29/07, 18h - Xingu – a Terra Ameaçada
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Após 22 anos, documentarista Washington Novaes volta ao Xingu para mostrar os efeitos causados pelo homem branco e a globalização
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Um retorno ao misterioso universo dos povos do Xingu, guiado pela narrativa poética do jornalista e documentarista Washington Novaes. A equipe comandada pelo jornalista produziu, em 1984, a série Xingu, a Terra Mágica, revelando ao país e ao mundo a beleza e encantamentos de cinco grupos indígenas da região – Waurá, Kuikuro, Yawalapiti, Metuktire e Panará.
No ano passado, a equipe retornou para documentar os índios, e o resultado é a nova série Xingu – a Terra Ameaçada, que estréia no domingo, dia 29 de julho, às 18h, na TV Cultura e na TVE Brasil. A série, que tem 16 episódios, será exibida até dia 11 de novembro, sempre aos domingos, às 18h.
Mas o que aconteceu aos povos do Xingu em duas décadas de convivência mais próxima com o branco, aceleração das mudanças climáticas, evolução tecnológica e globalização?
Washington Novaes reencontra o Xingu ilhado entre pastagens, estradas, hidrelétricas e extensas áreas desmatadas para o plantio de soja.
O Parque Indígena e seus habitantes sofrem os efeitos da devastação ambiental a sua volta e da proximidade cada vez maior com a sociedade envolvente.
As aldeias estão invadidas por antenas parabólicas, placas de energia solar, motores a diesel e toda uma parafernália eletrônica. Os pajés já são poucos, porque os jovens não assumem mais a missão longa e sacrificada. Querem assistir TV, usar roupas de fábrica, tênis, óculos escuros, dançar forró e – suprema ambição – passear de moto pelas aldeias.
“O mundo do índio é muito diferente do nosso”, lembra Washington. “É regido pelos espíritos da água, do fogo, da terra, dos animais, das coisas, enfim, tudo tem relação com o sagrado”. Ele recorda que, neste território, a tecnologia e recursos científicos do branco contribuem para o risco da perda definitiva da identidade com a exposição exacerbada dos jovens à cultura do branco.
Mas, felizmente, como diz Washington, “ainda é um momento de coexistência das duas culturas, a do índio e a do branco”. Graças a isso, o telespectador de Xingu – a Terra Ameaçada ainda vai poder se encantar com os belos e comoventes flagrantes de manifestações culturais mantidas bem vivas pelos grupos indígenas novamente documentados.
A Festa do Pequi, a Festa do Espírito do Beija Flor, a Dança do Papagaio, o Kuarup – festa maior do Alto Xingu, ritual para agradar o espírito que roubou a alma de um rapaz –, a iniciação dos jovens com a bateção de marimbondos entre os Panará, e uma emocionante e espontânea reconstituição feita pelos Metuktire do momento histórico do primeiro contato com os irmãos Villas Boas.
A série original foi ao ar em 1985, sendo consagrada pelo público e pela crítica como uma das mais belas narrativas de não-ficção já exibidas pela TV brasileira. Recebeu diversos prêmios no Brasil e no exterior, como no Festival de Cinema e TV de Havana e no Festival de Seul, e contou com uma sala especial na prestigiada Bienal de Veneza, em 1986.
Para a nova série, Washington Novaes reuniu grande parte da mesma equipe de 1984: além do diretor de fotografia Lula Araújo e do diretor de edição João Paulo Carvalho, o renomado artista plástico Siron Franco assina novamente a direção de arte.
Contou ainda, com a colaboração de dois jovens cineastas indígenas como assistentes de fotografia – Maricá Kuikuro e Kiampopri Panará. Também se juntaram ao projeto os quatro filhos de Washington: Pedro Novaes, como diretor de produção, Marcelo Novaes, como cameraman e fotógrafo de still, João que divide a produção executiva com Guilherme Novaes, Cláudio Pereira e com o jornalista Roberto D´Ávila, sócios da Intervídeo, que também co-produziu a série original. Além destes, Pedro Moreira foi ao Xingu como técnico de som.
O programa de estréia, Xingu – A Terra Ameaçada mostra o contraste entre a realidade dos povos do Xingu em 1984 e os dias de hoje.
Patrocínio da Natura e da Petrobras, através da Lei Rouanet e da Lei do Audiovisual.
Realização TV Cultura e TVE Brasil.
quartas, 22h30
sábados, 23h - O Silêncio dos Intelectuais
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O pensamento da intelectualidade brasileira volta a se refletir na programação da TVE Brasil, por meio da série O Silêncios dos Intelectuais, no ar em cinco programas, as quartas, 22h30, e aos sábados, 23h.
O primeiro, O Silêncio, que discute o tempo da reflexão do intelectual, irá ao ar na quarta-feira, 1° de agosto, com depoimento do poeta e filósofo Antonio Cícero sobre a relação do intelectual com a mídia, e a atuação deste em espaços democráticos.
O final desse primeiro programa aponta para a sensação de mal estar que permeia os depoimentos de vários intelectuais, como o de José Raimundo Maia: “Tem de existir uma saída para que os intelectuais não se vejam falando para os seus pares”.
Intelectuais nacionais e estrangeiros dão depoimento e consistência à série de palestras como a filósofa Marilena Chauí, o professor da École Normal em Paris Francis Wolff, o filósofo Sérgio Paulo Rouanet, a professora de filosofia da França Geraldine Muhlmann, o historiador francês e especialista na questão intelectual Jean-François Sirinelli, e Renato Janine Ribeiro, professor de filosofia da USP, falam nos demais programas que abordam os temas: O processo, O século dos intelectuais, Do adeus à razão à deusa mídia, e Um mundo novo, uma nova palavra.
Roteiro Adauto Novaes, Ana Izabel M. de Aguiar e Eduardo Nunes.
Direção Eduardo Nunes.
Produção Geral Ltda Associação Cultural Mundo Brasil.
Produtor associado 3 Tabela Filmes.
Ministério da Cultura.
Fundo Nacional da Cultura.
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