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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

31.7.07

PROGRAMAS na TVE BRASIL

29/07, 18h - Xingu – a Terra Ameaçada
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Após 22 anos, documentarista Washington Novaes volta ao Xingu para mostrar os efeitos causados pelo homem branco e a globalização
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Um retorno ao misterioso universo dos povos do Xingu, guiado pela narrativa poética do jornalista e documentarista Washington Novaes. A equipe comandada pelo jornalista produziu, em 1984, a série Xingu, a Terra Mágica, revelando ao país e ao mundo a beleza e encantamentos de cinco grupos indígenas da região – Waurá, Kuikuro, Yawalapiti, Metuktire e Panará.

No ano passado, a equipe retornou para documentar os índios, e o resultado é a nova série Xingu – a Terra Ameaçada, que estréia no domingo, dia 29 de julho, às 18h, na TV Cultura e na TVE Brasil. A série, que tem 16 episódios, será exibida até dia 11 de novembro, sempre aos domingos, às 18h.

Mas o que aconteceu aos povos do Xingu em duas décadas de convivência mais próxima com o branco, aceleração das mudanças climáticas, evolução tecnológica e globalização?

Washington Novaes reencontra o Xingu ilhado entre pastagens, estradas, hidrelétricas e extensas áreas desmatadas para o plantio de soja.

O Parque Indígena e seus habitantes sofrem os efeitos da devastação ambiental a sua volta e da proximidade cada vez maior com a sociedade envolvente.

As aldeias estão invadidas por antenas parabólicas, placas de energia solar, motores a diesel e toda uma parafernália eletrônica. Os pajés já são poucos, porque os jovens não assumem mais a missão longa e sacrificada. Querem assistir TV, usar roupas de fábrica, tênis, óculos escuros, dançar forró e – suprema ambição – passear de moto pelas aldeias.

“O mundo do índio é muito diferente do nosso”, lembra Washington. “É regido pelos espíritos da água, do fogo, da terra, dos animais, das coisas, enfim, tudo tem relação com o sagrado”. Ele recorda que, neste território, a tecnologia e recursos científicos do branco contribuem para o risco da perda definitiva da identidade com a exposição exacerbada dos jovens à cultura do branco.

Mas, felizmente, como diz Washington, “ainda é um momento de coexistência das duas culturas, a do índio e a do branco”. Graças a isso, o telespectador de Xingu – a Terra Ameaçada ainda vai poder se encantar com os belos e comoventes flagrantes de manifestações culturais mantidas bem vivas pelos grupos indígenas novamente documentados.

A Festa do Pequi, a Festa do Espírito do Beija Flor, a Dança do Papagaio, o Kuarup – festa maior do Alto Xingu, ritual para agradar o espírito que roubou a alma de um rapaz –, a iniciação dos jovens com a bateção de marimbondos entre os Panará, e uma emocionante e espontânea reconstituição feita pelos Metuktire do momento histórico do primeiro contato com os irmãos Villas Boas.

A série original foi ao ar em 1985, sendo consagrada pelo público e pela crítica como uma das mais belas narrativas de não-ficção já exibidas pela TV brasileira. Recebeu diversos prêmios no Brasil e no exterior, como no Festival de Cinema e TV de Havana e no Festival de Seul, e contou com uma sala especial na prestigiada Bienal de Veneza, em 1986.

Para a nova série, Washington Novaes reuniu grande parte da mesma equipe de 1984: além do diretor de fotografia Lula Araújo e do diretor de edição João Paulo Carvalho, o renomado artista plástico Siron Franco assina novamente a direção de arte.

Contou ainda, com a colaboração de dois jovens cineastas indígenas como assistentes de fotografia – Maricá Kuikuro e Kiampopri Panará. Também se juntaram ao projeto os quatro filhos de Washington: Pedro Novaes, como diretor de produção, Marcelo Novaes, como cameraman e fotógrafo de still, João que divide a produção executiva com Guilherme Novaes, Cláudio Pereira e com o jornalista Roberto D´Ávila, sócios da Intervídeo, que também co-produziu a série original. Além destes, Pedro Moreira foi ao Xingu como técnico de som.

O programa de estréia, Xingu – A Terra Ameaçada mostra o contraste entre a realidade dos povos do Xingu em 1984 e os dias de hoje.

Patrocínio da Natura e da Petrobras, através da Lei Rouanet e da Lei do Audiovisual.
Realização TV Cultura e TVE Brasil.


quartas, 22h30
sábados, 23h -
O Silêncio dos Intelectuais

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O pensamento da intelectualidade brasileira volta a se refletir na programação da TVE Brasil, por meio da série O Silêncios dos Intelectuais, no ar em cinco programas, as quartas, 22h30, e aos sábados, 23h.

O primeiro, O Silêncio, que discute o tempo da reflexão do intelectual, irá ao ar na quarta-feira, 1° de agosto, com depoimento do poeta e filósofo Antonio Cícero sobre a relação do intelectual com a mídia, e a atuação deste em espaços democráticos.

O final desse primeiro programa aponta para a sensação de mal estar que permeia os depoimentos de vários intelectuais, como o de José Raimundo Maia: “Tem de existir uma saída para que os intelectuais não se vejam falando para os seus pares”.

Intelectuais nacionais e estrangeiros dão depoimento e consistência à série de palestras como a filósofa Marilena Chauí, o professor da École Normal em Paris Francis Wolff, o filósofo Sérgio Paulo Rouanet, a professora de filosofia da França Geraldine Muhlmann, o historiador francês e especialista na questão intelectual Jean-François Sirinelli, e Renato Janine Ribeiro, professor de filosofia da USP, falam nos demais programas que abordam os temas: O processo, O século dos intelectuais, Do adeus à razão à deusa mídia, e Um mundo novo, uma nova palavra.
Roteiro Adauto Novaes, Ana Izabel M. de Aguiar e Eduardo Nunes.
Direção Eduardo Nunes.
Produção Geral Ltda Associação Cultural Mundo Brasil.
Produtor associado 3 Tabela Filmes.
Ministério da Cultura.
Fundo Nacional da Cultura.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz