Filho de assassinado pela ditadura rebate Lobão e relata saque dos presos
publicado em 9 de maio de 2013 às 21:47
O plenário da comissão
por Luiz Carlos Azenha
Para Ernesto “Guevara” Carvalho o depoimento diante da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”, na Assembleia Legislativa de São Paulo, nesta quinta-feira, foi especial.
Deu detalhes que, no passado, pela carga emocional envolvida, já o fizeram travar a fala.
Ernesto, batizado em homenagem ao Che Guevara, é filho de Devanir José de Carvalho, militante do Movimento Revolucionário Tiradentes que foi morto entre 5 e 7 de abril de 1971.
“Pelo que foi possível reconstituir da morte de Devanir, ainda hoje recoberta de mistério, ele foi recebido por uma rajada de metralhadora quando chegou à sua residência da rua Cruzeiro, no bairro Tremembé, em São Paulo. Levado ao DOPS, onde teria permanecido dois dias, foi torturado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury”, registra o livro Direito à Memória e à Verdade, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.
Ernesto tinha 3 anos quando o pai foi morto. A mãe também foi presa e, quando saiu do DOPS, partiu com Ernesto e o irmão Carlos Alberto para o exílio.
No depoimento de hoje ele relatou detalhes sobre o “saque” de bens a que a família foi submetida depois da morte do pai por agentes da polícia política.
Ernesto, que é músico, também falou da polêmica causada nas redes sociais pelas declarações do cantor Lobão, que recebeu o apoio de integrantes das bandas Paralamas do Sucesso e Ultraje a Rigor.
Depois do depoimento, refletiu sobre a posição assumida por artistas que admirou no passado, sugerindo que foram oportunistas na rebeldia juvenil que, agora envelhecidos, aderiram ao status quo conservador.
Ernesto usou a mesma frase dita por Lobão a respeito das vítimas da ditadura para rebater.
Ouça qual foi clicando abaixo (na entrevista, ele e o ex-preso político Ivan Seixas também falam sobre o saque das famílias das vítimas da ditadura):
http://www.viomundo.com.br/denuncias/filho-de-assassinado-pela-ditadura-rebate-lobao.html
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