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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

19.2.13

Caros Amigos - Assange denuncia imperialismo na Internet

Assange denuncia imperialismo na Internet

Livro "Cypherpunks" reúne conversa entre o criador do WikiLeaks e amigos ativistas

Por Hamilton Octavio de Souza
Caros Amigos

O australiano Julian Assange ficou mundialmente conhecido como o editor-chefe do site WikiLeaks, que há pouco mais de dois anos passou a divulgar milhares de documentos secretos do governo dos Estados Unidos, muitos dos quais relativos aos despachos de diplomatas sobre suas atividades em outros países. Perseguido pelo governo estadunidense e ameaçado de prisão na Europa, ele está asilado há quase um ano na embaixada do Equador, em Londres.

Defensor da liberdade de expressão na Internet e militante do movimento cypherpunk, que prega a adoção da criptografia (linguagem cifrada) para proteger a privacidade dos indivíduos, empresas e estados, Assange reuniu, em 20 de março de 2012 (quando se encontrava em prisão domiciliar no Reino Unido), três amigos e colegas especializados e dedicados à Internet, para um debate sobre a situação e o futuro da rede, especialmente no que diz respeito ao enfrentamento do crescente domínio autoritário do que circula no ciberespaço.

O encontro resultou no livro “Cypherpunks – Liberdade e o Futuro da Internet”, de Julian Assange, Jacob Appelbaum, Andy Müller-Maguhn e Jérémie Zimmermann, lançado no Brasil pela Boitempo Editorial, com apresentação da jornalista Natália Viana e prefácio e introdução do próprio Assange.

América Latina

É exatamente no prefácio para a América Latina, datado de janeiro de 2013, que o criador do WikiLeaks avança na análise da dimensão política da Internet num mundo marcado pela desigualdade entre países, com diferenças e domínios estabelecidos pela tecnologia, capacidade financeira, poderio militar etc. Para ele, a luta por soberania, agora, precisa levar em conta a autonomia e a proteção de cada país contra o enorme sistema de vigilância criado em toda a rede, controlado pelos Estados Unidos e alguns grupos privados.

Diz Assange: “A vigilância de uma população inteira por uma potência estrangeira naturalmente ameaça a soberania. Intervenção após intervenção nas questões da democracia latino-americana nos ensinaram a ser realistas. Sabemos que as antigas potências colonialistas usarão qualquer vantagem que tiverem para suprimir a independência latino-americana”.

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Mais adiante, ele lembra que todos os caminhos da Internet na América Latina, via fibra óptica ou satélites, passam pelos Estados Unidos, e que “Todos os dias centenas de milhões de mensagens vindas de todo o continente latino-americano são devoradas por órgãos de espionagem norte-americanos e armazenadas para sempre em depósitos do tamanho de cidades”.

Soberania

É claro que os governos negligentes com a soberania de seus países, ou alheios aos projetos nacionais, não se importam com esse tipo de apropriação e controle estratégicos. Ao mesmo tempo, segundo Assange, governos e militares latino-americanos que adquiriram, no mercado, programas criptográficos para a proteção de seus segredos de Estado, foram simplesmente logrados – porque a maior parte das empresas que vende tais dispositivos “possuem vínculos estreitos com a comunidade de inteligência norte-americana”. Assim, o que deveria proteger segredos, serve para roubar segredos.

Ao defender a criptografia – contra a vigilância da Internet – para proteger as liberdades civis e individuais, assim como a soberania e independência dos países, o editor-chefe do WikiLeaks afirma: “Ela {a criptografia} pode ser utilizada para combater não apenas a tirania do Estado sobre os indivíduos, mas a tirania do império sobre a colônia”.
O livro é mais um alerta para todos nós, cidadãos, que utilizamos diariamente a rede mundial. E é também um bom puxão de orelhas nos governos que, ingenuamente, ainda não se deram conta do novo campo de atuação do imperialismo. Alertar não faz mal a ninguém.

 



 Hamilton Octavio de Souza é jornalista e professor.


http://carosamigos.terra.com.br/index/index.php/cultura/noticias/3024-assange-denuncia-imperialismo-na-internet

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz