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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

19.1.16

Um outro mundo é possível?

17/jan./2016, 8h25min

Um outro mundo é possível?


Por Selvino Heck


Em 2001, não havia para onde correr. Ou era o capitalismo neoliberal em estado puro –- mercado absoluto, Estado mínimo, políticas sociais compensatórias –, ou não havia alternativa. No Brasil, na América Latina, no mundo. Foi neste contexto que surgiu o Fórum Social Mundial (FSM) — 'Um outro Mundo Possível' –, acontecido então numa pequena ilha chamada Porto Alegre e Rio Grande do Sul, onde havia governos populares, havia o Orçamento Participativo (OP), havia políticas públicas com participação popular. Havia sonhos e transformação, estava viva a utopia.

2016, 15anos depois, as perguntas do folder do Fórum Social Temático (FST) -– '15 anos: Balanço, desafios e perspectivas na luta por outro mundo possível' –, que acontece de 17 a 23 de janeiro, na mesma Porto Alegre, no mesmo Rio Grande do Sul, acompanhado de vários outros Fóruns -– Social de Educação popular, Mundial de Educação, Tenda Paulo Freire -–, antecedendo o próximo FSM, em agosto, no Canadá, são:

1. Do ponto de vista da reconstrução da utopia de um outro mundo possível, quais as principais contribuições que as suas lutas sociais aportaram nos últimos anos?

2. Quais as lutas estratégicas para o movimento anticapitalista no atual contexto mundial e qual o papel do FSM neste processo?

3. Do ponto de vista da articulação com a luta institucional, com outros movimentos e organizações sociais que atuam nas mesmas ou em outras lutas, os processos do FSM contribuíram para ampliar horizontes políticos, fortalecer laços e acumular forças? Em que sentido?

4.Qual a avaliação da atual dinâmica de organização dos processos do Fórum Social Mundial? Como é possível melhorá-la?

5. Que sugestões podem ser dadas para o fortalecimento e consolidação dos processos do FSM?

Perguntas amplas e densas.

O que aconteceu no Brasil, na América Latina e no mundo nestes 15 anos? Ainda é possível pensar, acreditar e sonhar que um outro mundo é possível?

O que estamos vendo hoje? Em 2001, eu estava numa ONG, Centro de Assessoria Multiprofissional (CAMP), na organização do FSM na sociedade civil. Em 2016, estou, desde 2003, no governo federal, Fome Zero, educação popular, Rede de Educação Cidadã (RECID). E agora? O que aconteceu? O que mudou?

No mundo, a crise econômica de 2008 continua produzindo seus rastros de absurda concentração de renda, de desemprego brutal na Europa, de ódio e intolerância, de guerras, de multidões vagando sem rumo e sem pátria para dizer de sua, de jovens sem perspectiva de futuro, de mudanças climáticas fruto da ganância. Por outro lado, os jovens se mobilizam em muitos lugares, há o Podemos na Espanha e o Siryza grego, e o Papa Francisco está na sua cruzada pela paz, denunciando o capitalismo predador e pregando uma ecologia integral.

Na América Latina, as lufadas de vento fresco com governos progressistas estão a perigo, a direita conservadora e imperialista não permite soberania e o povo tomando as rédeas do poder e da história. Mas há muitos avanços, muita resistência e muita luta.

No Brasil, a juventude mobiliza-se por reformas e serviços públicos de qualidade, as elites não admitem os pobres e os trabalhadores sujeitos de direitos e com melhores condições de vida, enquanto cresce a violência, acontecem tragédias como Mariana e a corrupção, embora combatida, mostra-se presente nas teias dos Poderes, e não é de hoje.

Onde erramos? Onde acertamos? Nas palavras de Jessé de Souza, presidente do IPEA –'Tolice pré-fabricada – A quem serve a classe média indignada?', entrevista ao Ilustríssima da Folha de São Paulo, 10.01.2016 –, "luta de classe não é só cassetete na cabeça de trabalhador. É uma luta silenciosa e invisível (para a maioria) que implica monopólio de recursos para as classes privilegiadas e condenações à miséria eterna para a maioria dos 70% que não são da classe média ou do 1% mais rico".

Hoje, felizmente, e apesar de tudo, há para onde correr. Notícias da organização do FST dão conta de que está sendo e será plural, com presenças de mulheres, movimentos de juventude, negros, movimentos do campo e urbanos, população em situação de rua, menos figurões e mais povo. É o que interessa e o que se precisa nesta altura do campeonato. De baixo para cima, como sempre, o povo protagonista mudando a história.

Ainda dá tempo de se inscrever, marcar presença, participar. Informações: www.forumsocialportoalegre.org.brwww.educacaopopular.org.

Um outro mundo continua sendo possível, além de cada vez mais urgente e necessário. Sem juntar forças, sem debater, sem trabalho de base e conscientização, não vai acontecer.

.oOo.

Selvino Heck é Assessor Especial da Secretaria de Governo da Presidência da República.

http://www.sul21.com.br/jornal/um-outro-mundo-e-possivel/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz