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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

30.6.07

Brasil - Valeu ou não valeu?

Adital -15.06.07
Dom Demétrio Valentini *



A pergunta é feita com freqüência. Seja para conferir se o passeio foi bom, se a jogada deu certo, ou se foi válido o gol de impedimento. Valeu ou não valeu?

Nestes casos, a resposta não tem muita consistência, e o jeito é resignar-se ao resultado, mesmo que o juiz esteja equivocado, e o jogo perdido.

Mas nem sempre é assim. Há situações que não dá para deixar passar, sob pena de sermos irresponsáveis. Como no caso da VALE. Sim, a Companhia Vale do Rio Doce. Aquela, que foi privatizada na metade da década de noventa, pelo governo anterior, abrindo caminho para outras tantas privatizações. Por sorte o governo terminou antes de vender o que sobrou das grandes companhias estatais brasileiras, como, por exemplo, a Petrobrás, que serve de referência para entendermos a importância da Vale. A Vale era a "petrobrás" dos nossos minérios.

Agora, a Vale já não é mais uma companhia estatal brasileira. Com a privatização, se tornou uma companhia particular, mas com o direito de explorar e vender as riquezas de nosso subsolo, que este sim, pela Constituição, continua nacional e não pode ser privatizado. Estranha situação, não é verdade?

Pois bem, a cada dia que passa cresce a necessidade de conferir de perto como foi mesmo que aconteceu. Existem evidências de irregularidades no próprio processo de privatização, independente da questão maior de saber se era o caso, ou não, do governo ter privatizado uma companhia tão importante e estratégica para o desenvolvimento nacional, como era a Vale do Rio Doce.

De tal modo que vai ficando cada dia mais clara a conveniência de se proceder a um exame mais acurado da privatização da Vale, sobretudo para conferir se não houve erros jurídicos que tornariam sem efeito a transação acontecida.

Para situar melhor esta complicada questão, convém recordar alguns detalhes históricos. Estávamos em pleno auge da onda de privatizações, no contexto do neo liberalismo econômico, que propunha os famosos "ajustes estruturais" aos países em desenvolvimento, cuja receita maior consistia exatamente nas privatizações, para diminuir o tamanho do Estado, acusado de ineficiência e de burocracia.

Para abrir a porta das privatizações, o governo de então escolheu a Vale do Rio Doce. Privatizada a Vale, as outras companhias estatais teriam o mesmo destino.

Quem alertou a sociedade e advertiu o governo do perigo de alienar uma companhia tão estratégica como a Vale, foi a CNBB. Particularmente foi eloqüente o empenho de D. Luciano Mendes de Almeida, então presidente da CNBB, apoiado com firmeza pelas Pastorais Sociais, advertindo sobre o perigo do Brasil perder o comando de uma companhia que lidava com tantas riquezas naturais do subsolo brasileiro, abdicando das inúmeras finalidades sociais de uma empresaa que marcava presença na maioria dos estados brasileiros, com evidentes repercussões sobre o meio ambiente e colocando em risco a própria soberania nacional.

Mas o governo não quis atender às advertências da sociedade, e vendeu a Vale por três bilhões e trezentos milhões de dólares. Agora, passados poucos anos, o preço da Vale já ultrapassa os cem bilhões de dólares. Ora, quem não se dá conta que a Vale foi vendida a preço de banana? Pois qual o imóvel que em poucos anos aumenta trinta vezes o seu valor?

Diante disto, as pastorais e os movimentos sociais que realizaram a Quarta Semana Social Brasileira, estão propondo que o leilão da Vale seja levado a juízo, para que sejam averiguadas as irregularidades acontecidas, e se for o caso, seja declarado nulo. É o que já estão pedindo centenas de processos encaminhados à Justiça por muitas pessoas.

Dada a importância da questão, e a conveniência de todos entenderem do que se trata, está sendo pensado um plebiscito nacional, a se realizar na Semana da Pátria deste ano, à semelhança dos plebiscitos já acontecidos sobre a Dívida e a Alca, anos atrás.

Desta maneira, além de dar força à Justiça, o plebiscito sobre a anulação do leilão da Vale servirá de bom instrumento para a reflexão de todos sobre o projeto de país que precisamos construir, para não cair em novos equívocos como foi a privatização da Vale.

Vamos aguardar as notícias sobre este plebiscito, para desde já programar nossa participação na sua organização e promoção.
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* Bispo de Jales, São Paulo.


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ISSO NÃO VALE
Pela anulação do leilão de
privatização da Vale do Rio Doce


A Privatização da Vale do Rio Doce foi um grande assalto à soberania nacional brasileira. Todas as riquezas, estruturas ferroviária e portuári foram “doadas” ao capital privado.

1. O que é A Companhia Vale do Rio Doce – CVDR?

Foi criada em 1º de junho de 1942. É a segunda maior empresa brasileira, depois da Petrobrás. É estrategicamente decisiva para o futuro do país. Atua em 14 estados do Brasil e possui 9 mil quilômetros de estrada de ferro. É proprietária de 10 portos e está presente nos cinco continentes.
Detêm importantes e estratégicas jazidas de minérios como nióbio, urânio, ouro e manganês. Alguns destes minerais possuem reservas somente em solo brasileiro. Líder de minério no mercado de ferro, a CVRD é a segunda maior produtora de manganês e ferroligas. Comerciliza seus produtos para ind´sutrias siderúrgicas do mundo inteiro.
Esta é a VALE! Uma empresa que era do povo brasileiro e foi dada quase de graça ao capital privado.
A CVRD era uma empresa de economia mista e seus lucros serviam para o conjunto do povo brasileiro. Hojé é privada e os lucros são de capital estrangeiro.

2. Quando e por quanto foi vendida?

Foi contra os interesses do povo brasileiro, dos movimentos sociais e sindicatos que a Vale foi privatizada em maio de 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Foi vendida por R$ 3,3 bilhões. Esta quantia é menor do que a Vale tem lucro a cada três meses. Apenas no segundo trimestre de 2005, o lucro foi de 3,5 bilhões de dólares. No ano de 2005, o lucro foi 12,5 bilhões de reias.

3. Por que se quer a Anulação do Leilão de privatização da Vale?

Em outubro de 2005, a desembargadora federal Solene Maria de Almeida, entrou na justiça federal com uma ação pedindo a anulação da privatização da Companhia. A decisão da juíza obriga a Justiça Federal de Belém a dar seguimento à ação. Há ainda, mais de 100 ações populares que foram impetradas no Pode Judiciário contra a venda da Vale.
Diante de tantas irregularidades e corrupção, em 2005, o Tibunal Regional Federal, em Brasília, acatou uma ação judicial e reconheceu a nulidade da avaliação do valor da venda da Vale do Rio Doce, possibilitando a anulação do leilão. Daí oi grande desafio posto para os movimentos sociais: reverter esse quadro e anular o leilão, já que hpa respaldo jurídico.

Vamos reverter esta venda criminosa do patrimônio público!


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PLEBISCITO VALE
De 1º a 7 de setembro vamos nos manifestar sobre o leilão de privatização da Vale


Estudos realizados na época da provatização da Vale revelaram que o patrimônio da Companhia era calculado em R$ 92,64 bilhões: 28 vezes o valor pelo qual foi vendida. Quando foi privatizada, a Vale já era uma das maiores empresas estatais do Brasil, a maior exportadora mundial de minérios de ferro.

Irregularidades

A participação do Bradesco deu-se de forma indireta no leilão da Vale. Ela não podia participar porque esteve presente no processo de avaliação da empresa. O banco já possuía 17,9% do capital votante da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) que, por sua vez, montou o consórcio comprador da maior fatia das ações da Valepar (o atual comprador acionário da Vale). Uma verdadeira negociata!

O mau negócio da privatização da Vale do Rio Doce – e de outras estatais, durante a gestão FHC – foi um dos temas mais infatizados neste segundo turno por parte da companha do presidente Lula que, durante seu primeiro mandato, não se manifestou sobre o tema, e poderia tê-lo feito, já qie o processo corre na justiça.

Diante deste quadro social, político e econômico, a Assembléia Popular, Coordenação de Movimentos Sociais, Grito dos Excluídos, Conlutas e o Comitê Nacional da Companha pela Vale do Rio Doce, que reúmem inúmeros movimentos e pastorais sociais, decidiram em Plenária, realizada em Brasília, em novembro de 2006, convocar o Plebiscti Popular que será realizado na Semana da Pátria de 2007 e culminará com o 13º Grito dos Excluídos, que este ano tem como lema: Isto não Vale! Queremos participação no destino da nação!

Plebiscito Popular

O processo educatico do Plebiscito Popular, tocará diversos aspectos relacionados com a boa governança do Brasil: a soberania do país, seus bens naturais, as finanças públicas, o setor mineral, estratégico para o desenvolvimento soberano e solidário do Brasil, as dívidas, o papel do BNDES, o meio ambiente e a ética.

Fonte: Comite Nacional da Companhia Vale do Rio Doce
http://www.avaleenossa.org.br/

27.6.07

Sinais dos tempos?

“Tolerar o sofrimento dos outros,
tolerar a injustiça de que não somos vítimas,
tolerar o horror que nos poupa
não é mais tolerância:
é egoísmo, é indiferença, ou pior”.
Comte-Sponville
Brasília com sua arquitetura moderna, traços inconfundíveis de Niemeyer. Um índio, depois de um dia para protestar sobre a situação que vive o seu povo resolve dormir num banco de um ponto de ônibus. Alguns filhos de doutores da lei para se distraírem do tédio que os acometia resolveram jogar álcool sobre o índio e atam fogo. Muitas queimaduras, dor e a morte. Pra que me incomodar, Brasília é longe de mim e não sou índio. São Paulo terra do desenvolvimento econômico, dos enormes prédios, dos empresários. Mendigos dormem, pais e filhos da hipocrisia chutam, batem, atam fogo, queriam “higienizar” a cidade. Muitos ficam gravemente feridos, outros morrem. Na mesma cidade um garçom morre a facadas por que se nega a emprestar o isqueiro a uma moça. Pra que me preocupar, São Paulo é tão distante daqui e não tenho nenhum laço com as tais ONGs que ajudam este povo de rua. Salvador, terra do sincretismo cultural, da alegria das raças. Um aposentado reage quando um perito criminal tenta furar a fila no caixa de banco, recebe um soco no rosto, cai, bate com a cabeça e morre. Nada de crise, afinal de contas Salvador é longe daqui e não tenho nada a ver com relacionamentos intempestivos das pessoas. Rio de Janeiro. Ah! Rio de Janeiro, terra maravilhosa, do Pão de Açúcar, do Cristo Redentor, Copacabana. Uma doméstica espera o ônibus, cinco filhos ilustres da fina flor da sociedade carioca espancam a mulher por pensarem ser ela uma prostituta e para se divertirem, como se isso fosse motivo para a irracionalidade humana. Nada de perder o sono porque o Rio de Janeiro é longe e não tenho, a princípio, nenhum parente pertencente ao grupo de trabalhadores domésticos. Dom Pedrito, terra gaúcha da hospitalidade. Um torcedor brinca com um grupo do time adversário, é trucidado a pontapés. Porque devo me preocupar? Dom Pedrito é longe e não tenho índole para me envolver em confusões com agressões físicas. Caxias do Sul, terra de povo trabalhador, de uva, da polenta, do vinho. Uma mulher é espancada por servidores da guarda municipal diante de câmeras que registram tudo. Calma, não tenho motivo algum para me preocupar. Caxias do Sul, mesmo sendo perto é diferente de tudo o que acontece no resto do país porque “somos gente boa” e não costumo sair à noite sozinho, evito falar com quem não conheço e os problemas que acontecem são provocados por gente de fora. Quem disse que os sinais do tempo são subjetivos?
José Antonio Somensi

20.6.07

Consulta sobre a mídia brasileira

O que você gostaria de preguntar a jornalistas da grande mídia brasileira. Eles escrevem e falam o tempo todo. Que, por uma vez, se possa perguntar coisas a eles e dizer o que se pensa. Quem sabe alguns deles ainda têm ouvidos para ler críticas? Podem ser dirigidas genericamente ou a algum deles ou alguma delas em particular.
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Para começar, lá vai uma pergunta:
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Como vocês se sentem trabalhando em empresas que se julgam no direito de avaliar quem é democrático e não - no Brasil e em qualquer lugar do mundo -, mas possuem editorias dirigidas por filhos dos donos, escolhidos por seus pais, de forma oligárquica e monárquica? Consideram democráticas as empesas em que trabalham? Ou o que são?
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Consideram ética e independente a posição de quem trabalha em empresas que são financiadas por agências de publicidade e, através destas, pelas grandes empresas privadas?
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Com a palavra as vítimas da imprensa mercantil. Mandaremos as cartas às direções dessas empresas e ao respectivo ombudsman – quando houver.
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Postado por Emir Sader em 17/06/2007 às 10:07
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OBS.: Clica no título deste texto - 'Consulta sobre a mídia brasileira', para enviar as perguntas aos jornalistas da grande mídia brasileira, no sítio da Agência Carta Maior.

Chávez e a mídia oligárquica

19/06/2007

O NORMAL E O PATOLÓGICO



Ao não renovar a concessão da RCTV, Chávez ganhou tempo. Mas o problema maior continua, permanente, que é a vocação golpista da mídia latino-americana e o grande risco que isso representa para a democracia. Essa é nossa agenda.
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Bernardo Kucinski
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Será mesmo que Chávez cometeu um erro de cálculo ao não renovar a concessão da RTCV, como diz o jornalista Teodoro Petkoff, na sua
entrevista a Gilberto Maringoni, nesta Carta Maior? Pode ser. Mas sugiro que se inverta a questão. Que se discuta em primeiro lugar a vocação golpista da mídia latino-americana. E por que isso? Porque não é normal grandes jornais ou emissoras de tevê promoverem golpes para derrubar governos. Já as recaídas autoritárias de governantes fazem parte da normalidade política, mesmo na democracia. Kennedy, por exemplo, impediu o New York Times de revelar os preparativos de invasão de Cuba. Um Chávez mandão é o normal na esfera política. Uma mídia golpista é o patológico na esfera da comunicação jornalística. Essa é a aberração que nos cabe discutir. Essa é a nossa agenda. A mídia golpista prefere, é claro, a agenda “Chávez, o autoritário”.
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A grande mídia já foi colaboracionista, como se viu na França durante a ocupação nazista, é quase sempre chauvinista em momentos de guerra, fechou os olhos a violações de direitos humanos por necessidades do imperialismo, como fez o New York Times com as atrocidades dos militares em El Salvador, e como faz a CNN agora no Iraque. Foi leniente com as ditaduras latino-americanas na época da Guerra Fria, mesmo as mais atrozes.
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A grande mídia levou Nixon à renúncia, no escândalo Watergate. Mas quem estava tramando um golpe ali era Nixon, e não a mídia. Nesse episódio, a mídia americana demonstrou uma notável vocação antigolpista, isso sim. Frustrou uma tentativa de golpe. A grande mídia Ocidental não articula a derrubada de seus próprios governos, democraticamente eleitos. A grande imprensa Ocidental pode ser em geral conservadora e sem dúvida se constitui no grande mecanismo de domínio pela persuasão. Mas desempenha esse papel de modo contraditório, com altos e baixos, também informa bastante, é critica, e freqüentemente se rebela, passando a exercer uma função contra-hegemônica, como na cobertura da guerra do Vietnã.
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Isso de golpe pela mídia só mesmo na América Latina. O conceito nem se aplica à mídia européia ou americana. Mas aconteceu no Chile, em 1973, no Brasil, em 1954, e na Venezuela de Chávez, além de tentativas mal-sucedidas, como o golpe da Globo contra Brizola na eleição para o governo do Rio de Janeiro, e os episódios “paragolpistas” da edição de debate Collor-Lula pela Globo na nossa primeira eleição direta para presidente depois da ditadura.
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E por que a grande imprensa latino-americana é golpista? Porque é uma mídia de grandes famílias, originalmente os grandes proprietários de terras. Eles e seus sucessores dominam o aparelho de Estado, definem as políticas públicas, ora repartindo o poder com os bancos, ora com uma incipiente burguesia industrial, mas são sempre eles. Não por acaso, a maior bancada do Congresso Nacional é a bancada ruralista.
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Essa elite nutre uma visão de mundo composta por três elementos principais: subserviência ao poder maior, que é o poder dos norte-americanos na região, como forma até mesmo de auto-proteção; 2) resistência a todo e qualquer projeto nacional; 3) desprezo pelo povo. Essa é a burguesia que nos coube na divisão do mundo promovida pelos Europeus durante a expansão mercantil e colonização do Novo Mundo. É a burguesia de uma economia dependente. Atavicamente antinacional e elitista.Sua imprensa tem função muito mais ideológica do que informativa. Quando surge um governo com propostas de desenvolvimento autônomo e distribuição de renda, faz de tudo para derrubá-lo. Instala-se uma guerra. Primeiro tenta evitar que seja eleito. Daí o forte engajamento nas campanhas eleitorais contra os candidatos nacionalistas ou portadores de propostas transformadoras. Depois parte para o pau em conluio com militares golpistas. Foi assim com Getúlio, Allende. Até Juscelino, que deu um chega-pra-lá no FMI e tinha um projeto de país, foi bombardeado pela grande imprensa. O que ela quer são governos que privatizam, desnacionalizam, entregam, são entreguistas. Não por caso, combate ferozmente a política externa de Lula. Preferem a Alca. Chama isso de realismo político, mas é apenas subserviência. Necessidade de ser dependente. Tem pavor de projetos de autonomia nacional e mais ainda de propostas de unidade latino-americana. Nem o Mercosul engoliram.
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Nunca aceitaram o Estado que chamam pejorativamente de “populista”. Isso ficou muito claro na Revolução de 30. Mesmo no bojo dessa revolução que deveria marcar o fim da hegemonia agrário-exportadora, Getúlio aplicou a censura prévia, rígida e abrangente, sobre todos os meios de comunicação e produção artística e cultural, a ainda teve a precaução de cooptar a maior cadeia de rádio e de jornais da época, a dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Não foi o autoritarismo de Getúlio, assim como não é o de Chávez, que geram o antagonismo da mídia oligárquica. É o caráter nacional-desenvolvimentista de seus projetos políticos. Tanto é assim que, quando Getúlio voltou ao poder pelo voto, sofreu intenso bombardeio e, de novo, entendeu que o combate à mídia oligárquica era essencial á sua sobrevivência. Apenas mudou de tática. Estimulou Samuel Wainer a fundar a cadeia Última Hora. O fato é que a grande imprensa tem sido arma recorrente dos golpistas. Usa o pretexto principal da luta contra a corrupção, seduzindo com isso a classe média recalcada, mas seu verdadeiro objetivo tem sido sempre o de derrubar o estado nacional-desenvolvimentista.
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Quando toda a região abandona o Consenso de Washington em busca de um novo modelo que alie desenvolvimento com redistribuição de renda, agora com o reforço da unidade continental, a vocação golpista da mídia latino-americana torna-se um dos problemas centrais da democracia.
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Chávez deve ter feito esse diagnóstico. E partiu para a guerra. Com as armas que tinha, no contexto atual, dentro das regras do jogo. Dividiu a oligarquia da imprensa, cooptando Cisneros, dono do maior conglomerado de mídia e, não renovando a concessão da RCTV, como que sinalizou aos demais o que lhes pode acontecer se saíram da linha.
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Resolveu o seu problema, ou talvez só tenha ganhado tempo. Nós continuamos com o problema maior, permanente, da vocação golpista da mídia latino-americana e o grande risco que isso representa para a democracia. Essa é nossa agenda.
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Bernardo Kucinski, jornalista e professor da Universidade de São Paulo, é editor-associado da Carta Maior. É autor, entre outros, de “A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro” (1996) e “As Cartas Ácidas da campanha de Lula de 1998” (2000).

14.6.07

La Copa medio llena

En la Bombonera, Boca Juniors vapuleó por 3 a 0 a Gremio, de Brasil, y quedó muy cerca de obtener su sexta Copa Libertadores de América.
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A los 19 minutos, Riquelme ejecuta un tiro libre de la derecha, Palermo alcanza a conectar un pase hacia atrás y, en el momento y lugar justo, Palacio definió con un toque de zurda al fondo de la red.
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A los 28 minutos de la parte final, Román, a la salida de un tiro libre, es habilitado por Morel y saca un derechazo preciso, rasante y fortísimo que se mete en el rincón del palo derecho entre Saja y el palo. Golazo de Riquelme.
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A los 32, otra vez el delantero bahiense inquietó a la defensa visitante. Recibió un pase largo de Cata Díaz por el sector izquierdo, enfrentó a su marcador, lo dejó en el camino con un paso hacia afuera y, donde encontró el hueco sacó un derechazo al segundo palo que pasó cerca.Sobre el final de la etapa, a los 45, Riquelme se desprendió de su marca y sacó un derechazo con efecto, pero no el suficiente para colarse junto al segundo palo.
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En definitiva, en el primer tiempo nuestro equipo generó mayor cantidad y las más claras situaciones de peligro para aumentar la diferencia.
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En el complemento Boca tomó la iniciativa como en el comienzo del partido. Palacio, en dos oportunidades, tuvo la posibilidad de aumentar el marcador. Pero en la primera salvó un defensor sobre la línea y en la segunda Rodrigo no pudo conectar con precisión una asistencia con la cabeza de Palermo hacia el segundo palo.Nuestro equipo dominó cada vez que se lo propuso. Quizás le faltó más contundencia en el último toque para que la diferencia sea más abultada.
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La defensa volvió a mostrarse sólida, donde se destacaron Ibarra, Morel y Díaz. Ledesma en el mediocampo fue un león. Riquelme manejó con inteligencia los avances y una vez más su pegada hizo la diferencia.
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Sobre el final, Riquelme se encendió de nuevo: amagó, gambeteó, enganchó ante dos rivales, sacó un derechazo que Saja tapó a media, Palermo capturó el rebote, envió un centro al área y Ledesma, bien alto, conectó un cabezazo que tomó mucha altura y bajó con efecto para meterse dentro del arco ante el inútil cierre de la defensor Patricio, que terminó por empujarla.
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En siete días, la revancha será en Porto Alegre. No será un trámite, pero Boca ya sacó a relucir hace tiempo la vieja mística.
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Síntesis:
Boca: Caranta, Ibarra, Díaz, Morel Rodríguez, Clemente, Banega, Ledesma, Cardozo, Riquelme, Palacio y Palermo.
Gremio: Saja, Teco, William, Patricio, Lucio, Sandro; Gavilán, Suoza, Tcheco; Tuta y Eduardo.
Gol en el primer tiempo: 19min, Palacio (BJ).
Goles en el segundo tiempo: 28min, Riquelme (BJ) y 44min, Ledesma (BJ).
Expulsado en el segundo tiempo: 13min, Sandro (G).
Cambios en el segundo tiempo: Cambios: 22'ST Jesús Dátolo por Neri Cardozo, 27'ST Lucas por Tuta, 35'ST Douglas por Tcheco, 36'ST Sebastián Battaglia por Ever Banega
Amonestados: 12'PT Hugo B. Ibarra (BJ) , 15'PT Patrício (Gr) , 33'PT Ever Banega (BJ) , 9'ST Sandro Goiano (Gr) , 9'ST Juan R. Riquelme (BJ) , 18'ST Neri Cardozo (BJ).
Árbitro: Jorge Larrionda (URU).
Asistentes: Walter Rial (URU) y Edgardo Acosta (URU).
Cancha: Bombonera.

8.6.07

[Mais que] uma viagem pela América do Sul

OS CAMINHOS DE CHE
Dois jovens percorrem o mesmo trajeto que Che Guevara fez em 1952 pela América do Sul.
“Viajando 13 mil quilômetros (...), Beatriz e Gustavo começam uma travessia q mudará suas vidas. Eles comparam o q encontram com as observações de Che e Granado sobre o continente naquela época.” Estréia domingo – 10 de junho, 23h, no NatGeo
Será que vai ser bom? Qual será a abordagem? Hmmm, vamos ver, né?
Um pouco disso em: http://especiais.natgeo.com.br/oscaminhosdeche/ Abraço! Débora

5.6.07

Guia para ser ex-esquerdista

Servem para quem aceitou as famosas “propostas irrecusáveis” e assumiu cargos de chefia em grandes publicações da mídia monopolista ou em alguma grande empresa privada, que exigem silêncio ou declarações adaptadas aos interesses dos “patrões” (esquecendo-se de que não existem “propostas irrecusáveis” mas sim espinhas dorsais excessivamente flexíveis).
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Não seriam casos isolados, afinal as redações desses órgãos da mídia privada estão apinhados de ex-comunistas, ex-trotskistas, ex-esquerdistas em geral, “arrependidos” ou simplesmente “convertidos” e que passam a vida inteira – como certos “intelectuais” das universidades, que ganham em troca amplos espaços na grande imprensa – a dizer que já não são o que foram, “limpando-se” aos olhos da burguesia dos seus “pecadilhos de juventude”.
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Indispensável a referência a que “se é imbecil aos 20 se não se é radical, se é imbecil aos 40 se ainda se continua a sê-lo”, ou alguma alusão como passar “de incendiário aos 20 a bombeiro aos 40”, deixando no ar a afirmação de que se teve uma juventude agitada antes de chegar à idade da razão.Um bom começo pode ser dizer que “o socialismo fracassou”, que “está decepcionado com a esquerda”, “que são todos iguais”. Já estará em condições de dizer que “não existe mais esquerda e direita”, que alguns que se dizem de esquerda na verdade são uma “nova direita”, são piores que a direita e que é melhor então ficar eqüidistante. Do ceticismo se passa fácil ao cinismo de “votar na direita assumida” para derrotar a “direita disfarçada”.
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Outra via é criticar veementemente Stalin, depois de dizer que ele foi igual a Hitler – “os dois totalitarismos” –, afirmar que ele apenas aplicou as idéias de Lênin, para finalmente dizer que as origens do “totalitarismo” já estavam na obra de Marx. Dizer que Weber tem mais capacidade explicativa do que Marx, que Raymond Aron tinha razão contra Sartre. Que o marxismo é redutivo, só leva em conta a economia, que seu reducionismo é a base do “totalitarismo” soviético. Que não deixa lugar para a “subjetividade”, que reduz tudo à contradição capital–trabalho sem levar em conta as “novas subjetividades”, advindas das contradições de gênero, de etnia, do meio ambiente etc.
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Não falar de Fidel sem fazer preceder seu nome com um “ditador” e chamá-lo de Castro em vez de Fidel. Desqualificar Hugo Chávez como “populista” e, ao mesmo tempo, como “nacionalista”, dando a este a conotação de “fanatismo”, “fundamentalismo”. Concentrar a atenção na América Latina sobre a Bolívia e a Venezuela como países “problemáticos”, “instáveis”, sem fazer nenhuma menção à Colômbia. Sempre que falar da extensão da democracia no continente, acrescentar “exceto Cuba”. Nunca falar do bloqueio norte-americano a Cuba, mas sempre da “transição” – deixando sempre supor que transitariam em algum momento para “democracias” como as que andam por aqui.
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Dizer que a América Latina “não existe”, são países sem unidade interna – mencionar “cucarachos”, de forma bem depreciativa. Que nossa política externa tem de olhar para o alto, relacionar-se com as grandes potências e tratar de ser uma delas, em lugar de ficar convivendo com os paises da região e os do sul do mundo – África do Sul, Índia, China etc.
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Pronunciar-se contra as cotas nas universidades, dizendo que introduzem o racismo numa sociedade organizada em torno da “democracia racial” – uma citação de Gilberto Freire e o silêncio sobre Florestan Fernandes são bem-vindos –, que o mais importante é a igualdade diante da lei e a melhoria gradual do ensino básico e médio para que todos tenham finalmente – vai saber quando, mas é preciso ter paciência – acesso às universidades públicas. Dizer, sempre, que o principal problema do Brasil e do mundo é a educação. Que empregos há, possibilidades existem, mas falta qualificação da mão-de-obra. Que o principal não são os direitos, mas as oportunidades – falar da sociedade norte-americana como a mais “aberta”.
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Desqualificar sempre o Estado, como ineficaz, burocrático, corrupto e corruptor, em contraposição à “economia privada”, ao “mercado”, com seu dinamismo, sua capacidade de inovação tecnológica. Exaltar as privatizações da telefonia – “antes ninguém podia ter telefone, agora qualquer pobre diabo na rua anda falando em celular” – e da Vale do Rio Doce, calar sobre o sucesso da Petrobras ou afirmar ainda: “imagine se tivesse se tornado Petrobrax, como estaria melhor!”.
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Em suma, há tantos motivos para quem tiver decidido deixar de ser de esquerda – bastaria o “farinha pouca, meu pirão primeiro” – e buscar ganhar a vida de costas pro mundo e pra sua própria biografia. O “mercado” retribui generosamente os que renegam os princípios em que um dia acreditaram.
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Mas muito mais fácil é continuar a ser de esquerda. Nem são necessários pretextos, bastam as razões sobre o que é este mundo e o que pode ser o outro mundo possível.
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Postado por Emir Sader, em 08/11/2006, às 15:36.

1.6.07

Libertad de Expresión en Venezuela

MARCEL CLAUDE*
El domingo 27 de Mayo del 2007, Radio Caracas Televisión ceso sus trasmisiones televisivas por la señal abierta, debido a que el Gobierno de Venezuela decidiera no renovarle a esa estación televisiva la concesión del espacio radioeléctrico que ocupaba por más de 20 años.
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La libertad de expresión es un derecho garantizado por la Convención Interamericana y por la Declaración Universal de Naciones Unidas, por lo que resulta siempre enojoso y molesto el cierre de medios de comunicación, la persecución de periodistas, la censura y todos los mecanismos que el poder utiliza en contra de la expresión libre de los ciudadanos. Esto es inobjetable e incuestionable y hace a la ciudadanía de nuestro tiempo muy sensible a este tipo de situaciones.
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No obstante lo anterior, siempre es bueno darle una oportunidad a la complejidad y a los distintos elementos que constituyen una determinada realidad, más allá de los evidentes contenidos políticos que hay detrás de lo que hoy está viviendo Venezuela. No son pocos los intereses que aquí están en juego y no es menor el interés por inducir a la opinión pública en una u otra dirección.
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Por ello es importante tener presente los hechos y las características del problema. Al respecto no cabe duda que ha calado profundamente la idea de que el Gobierno Venezolano cerró un medio de comunicación, lo cual induce a pensar necesariamente en el comportamiento autoritario y dictatorial, la censura y la persecución del pensamiento libre. Pero, no es lo mismo cerrar un medio -léase prohibir sus trasmisiones, requisar sus equipos y censurar sus contenidos, como ha ocurrido en tantas partes y también en Chile- que decidir, en conformidad con la legislación vigente democráticamente aprobada, no renovarle la concesión a RCTV.
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Independientemente de los usos políticamente intencionados que se quieran hacer de este hecho, es importante considerar que en Venezuela, el 80% de los canales de televisión abierta y emisoras de radio pertenecen y son operados por el sector privado -y esto sin considerar la televisión por cable y satélite que también utiliza RCTV, así como dos estaciones de radio. Sorprende saber -a la luz de lo que se trasmite regularmente en Chile- que en Venezuela existen cerca de 120 periódicos de circulación regional y nacional, que están igualmente bajo el control del sector privado.
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Y hasta donde la información se puede verificar, la prensa venezolana ha podido realizar su tarea sin la interferencia del Gobierno en plena libertad y con plena autonomía. No se sabe de periodistas puestos en prisión ni perseguidos ni de amenazas a ningún medio, a pesar de que muchos de ellos expresan abierta y desenfadadamente su oposición al Gobierno. Por lo tanto, aunque pueda entenderse esta decisión de Venezuela como una medida contraria a la libertad de expresión, vale también considerar que limitar este derecho no ha sido parte de la tónica ni una de las características más destacadas del Gobierno de Chávez.
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Es más, dado que ningún medio ha sido cerrado por oponerse al Presidente Chávez o por ejercer su derecho a pensar diferente o a criticar al Gobierno, el cese de las trasmisiones de televisión de RCTV por señal abierta -no por cable ni por radio- cuesta entenderlo como el cierre arbitrario o autoritario, más aún cuando esta operación está amparada en el ordenamiento jurídico venezolano -democráticamente instalado- que no ha sido violado.
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Es importante tener presente que los medios de comunicación son un instrumento de primera importancia. La prensa es considerada el cuarto poder y, en consecuencia, de extraordinaria relevancia para ejercer el control y detentar el poder. De allí que no es una simple discusión y de allí que no debemos soslayar el hecho de que, cuando las oligarquías latinoamericanas pierden estos espacios de poder, reaccionan brutalmente y no nos puede sorprender entonces el permanente abuso de presentar una medida legal y jurídicamente legítima, como arbitraria y abusiva.
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En prácticamente todos los países occidentales -incluyendo los Estados Unidos- el espacio radioeléctrico como un recurso escaso y limitado, es un bien público de propiedad nacional y no privado y el Estado, en el nombre del interés ciudadano y general, no sólo tiene el derecho sino el deber de regularlo con el objeto de servir el interés público y favorecer la libertad de expresión de todos y no sólo del sector privado.
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En Venezuela como en casi todos los países de América, este bien público -el espacio radioeléctrico- está privatizado, es decir, al servicio de sus propietarios. Bien lo decía Marta Colomina, conocida columnista y muy crítica de Chávez, "Los dueños de los medios están muy concientes de su poder, y saben como usarlo…
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En Venezuela, los medios están en las manos de pequeños grupos quiénes tienden a servir su propio interés". Obviamente, al igual que en Chile, lo hacen siempre en el nombre de la libertad de expresión y del interés general, cuando en definitiva no hacen sino, servir el interés de grupos económicos que quieren seguir monopolizando los mecanismos de comando y control de la sociedad.
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Lo que el Gobierno venezolano ha dicho es que, de acuerdo al artículo 156 de la Constitución y a la Ley Orgánica de Telecomunicaciones, el deber del Estado es garantizar y regular el acceso y uso del espacio radioeléctrico y es su deber evaluar si un operador ha servido o no el interés general. Si lo ha hecho, como en el caso de otros medios, se les puede renovar la concesión, de lo contrario el Estado está en su pleno derecho a reasignar dicho espacio público.
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En relación a RCTV lo anterior no es un simple argumento, puesto que, es un hecho de público conocimiento que este medio utilizó su programación diaria para promover y apoyar el golpe de Estado en contra de un Gobierno que había sido democráticamente electo en abril del año 2002 y lo que es peor, prohibió a sus reporteros transmitir información alguna sobre el fracaso del golpe, favoreciendo la arbitrariedad y el abuso de poder que todo golpe de Estado conlleva y que en Chile se hiciera con gran eficacia, también con el apoyo de la prensa obsecuente que usa, gusta y disfruta de la ley del embudo, a saber, lo más ancho para ellos y lo más delgadito para el pueblo.
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Libertad de expresión a todo evento para el golpismo, la ley del abuso, la difusión ideológica, la acumulación de capital, el convertir al pueblo en masas estúpidas resarciéndose en dramones y teleseries que enferman el alma y la mente de nuestros jóvenes que aprenden el valor de la hipocresía, la deslealtad, la promiscuidad y cuanto principio degradante de la condición humana sea posible a fin de conservar el control y el comando de la sociedad.
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Pero, cuando se trata de libertad de expresión para los ciudadanos que quieren denunciar la corrupción, el abuso en contra de los derechos humanos fundamentales, la construcción cultural sofisticada y políticamente crítica, entonces aparecen las leyes de defensa de la integridad de las personas y la razón superior del Estado. Eso era, es y seguirá siendo RCTV en Venezuela y, en consecuencia, existe no sólo una ley que avala la decisión del Gobierno sino también una legitimidad ética y democrática.
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El Estado venezolano no está obligado -ni por ley ni por mandato moral que obliga a profundizar la democracia y la libertad de expresión- a continuar dándole concesiones de espacios públicos a quienes reniegan de la democracia y del derecho de todos a la información. Si hay constituciones que prohíben las ideologías totalitarias, no veo yo ninguna razón de que la ley o el derecho a la libre expresión amparen a quiénes precisamente reniegan de la democracia y de su deber de informar.
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Por lo demás, la libertad de expresión es un derecho público y no privado y, cuando se trata de un país como Venezuela o Chile, en donde los medios de comunicación están privatizados y al servicio de visiones ideológicas que amparan la acumulación y concentración de la riqueza, así como el monopolio de los puestos de comando y control de la sociedad a manos de una reducida elite, entonces la libertad de expresión es una ridícula fantasía, no existe, puesto que el derecho a expresarse de una minoría conspirativa no es lo mismo, hasta donde me alcanza el entendimiento, que el derecho de todos a ser informados.
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Reducir la concentración, diseminar el poder de informar, permitir el acceso a otros -ojalá a los que nunca han podido gozar de ese derecho aunque mil constituciones o declaraciones universales lo consignen y avalen- es precisamente avanzar en la dirección correcta, es decir, socializar y distribuir el derecho a la información y la libertad de expresión.
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En todo caso, cabe consignar que RCTV podrá seguir trasmitiendo sus opciones ideológicas y sus dramones de dudosa factura ética a través del cable y de sus radios, pero ya no tendrá el privilegio de usar el espacio público del pueblo venezolano.
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Ahora cabe esperar que la nueva señal permita al pueblo venezolano expresarse y ejercer un sano, crítico y creativo derecho a la libertad de expresión. .
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* Economista, Director de Oceana, Oficina para América del Sur y Antártica

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Debilita-se a ditadura dos monopólios midiáticos

EMIR SADER

Frente às debilidades políticas e ideológicas da direita, os grandes monopólios da mídia mercantil assumem a função de diirigentes da direita latino-americana. Não é novidade para nós. Eles foram peças essenciais para preparar o clima do golpe militar de 1964 no Brasil, em que, com exceção do jornal Última Hora – fechado pela ditadura militar – toda a imprensa privada brasileira pregou a derrubada do governo democraticamente eleito pelo povo brasileiro, convocando as FFAA a instaurar a ditadura militar que vitimizou o povo brasileiro durante mais de duas décadas.
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No período atual, os grandes grupos oligárquicos que dominam a imprensa do continente voltam a desempenhar esse papel. As várias eleições latino-americanas têm em comum uma totalitária frente opositora contra os candidatos a que se opõem essas oligarquias: Lula, Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, Lopez Obrador enfrentaram esse mesmo bloco opositor. Provavelmente Kirchner enfrentará o mesmo problema.
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Um bloco que constitui uma frente continental, solidária na defesa dos seus interesses corporativos, que se chocam frontalmente com a construção das democracias no continente. Porque nunca teremos democracias sem que exista um processo democrático de construção da opinião pública, que seja transparente, pluralista, público.
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Um dos instrumentos da ditadura midiática privada é a apropriação monopolista do espectro radioelétrico, um bem limitado, de caráter público. Atualmente, 80% dos canais de televisão aberta e das emissoras de rádio na Venezuela pertencem ao setor privado, cujas opções políticas são amplamente minoritárias no país, conforme atestam as eleições, certificadas na sua lisura por todos os organismos internacionais presentes nas eleições presidenciais que relegeram a Hugo Chávez para a presidência do país.
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Das 709 rádios, 706 pertencem a empresas privadas e três a entidades estatais. Dos 81 canais de televisão, 2 são estatais e 79 privados. Dos 118 jornais, dos quais 12 são de caráter nacional e 106 regionais, todos são privados.Termina, no próximo domingo, o contrato de concessão de um dos principais representantes da oligarquia privada da mídia venezuelana – Radio Caracas Televisão - que participou ativamente no golpe militar – frustrado pela decidida ação popular – de abril de 2002, apoiado pelo governo dos EUA e por vários órgaos da mídia brasileira. Em reunião com o efêmero chefe do governo golpista, Carmona, os magnatas dos monopólios privados – entre eles Marcel Granier, proprietário de RCTV – disseram que podiam “garantir o apoio da midia”.
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Um apoio que foi muito mais do que isso: a mídia privada foi o grande incitador do golpe, deu toda cobertura à derrubada do governo legitimamente eleito pelo povo venezuelano, deu ampla cobertura ao congraçamento dos golpistas no palácio presidencial e suspendeu qualquer cobertura, substituída por desenhos animados dos EUA, quando o povo entrou em cena e restituiu o poder ao presiente que havia democraticamente eleito.
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Seguindo a mesma orientação de só informar o que lhes interessa e da maneira que lhes interessa, a imprensa brasileira anunciou uma suposta grande marcha da oposição para sábado passado, dia 19. A manifestação foi um fracasso. Os próprios orgáos de imprensa da oposição venezuelana, que a convocaram, que anteriormente falavam de centenas de milhares e até um milhão em manifestaçoes anteriores, desta vez teve que se limitar a falar de dezenas de milhares. Como foi um fracasso, a mídia brasileira não mencionou a manifestação, mesmo vários deles tendo correspondentes em Caracas.
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O governo venezuelano não agiu imediatamente ao golpe fracassado de 2002. Esperou cinco anos, até que termine, no dia 27, o contrato de RCTV, para não renová-lo, substituindo-o por uma TV pública, que começa suas transmissões à zero hora do dia 29, com o nome TEVES (Você se vê, em castelhano) – Televisão Venezuelana Social.Com isso, avança o pluralismo, se enfraquece a ditadura dos monopólios privados da comunicação.
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Ao contrário do que propagam as expressões nacionais desse oligopolio em cada um dos nossos países que, como sempre, principalmente quando afeta diretamente sua posição monopolista, reflete a realidade da cabeça para baixo.

Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz