Nascido em Fortaleza, Frei Tito foi dirigente regional e nacional da JEC (Juventude Estudantil Católica). Em 1965, ingressou na Ordem dos Dominicanos, sendo ordenado sacerdote em 1967, e também foi aluno de Filosofia da USP.
Foi preso pela segunda vez no dia 4 de novembro de 1969, em companhia de outros padres dominicanos acusados de terem ligações com a ALN e Carlos Marighela.
Frei Tito foi torturado durante 40 dias pela equipe do delegado Sérgio Fleury. Foi transferido depois para o Presídio Tiradentes, onde permaneceu até dia 17 de dezembro. Nesse dia, foi levado para a sede da Operação Bandeirantes (DOI-CODI/SP), quando o Capitão Maurício Lopes Lima, disse-lhe: ''Agora você vai conhecer a sucursal do inferno''. E foi o que ocorreu. Torturado durante dois dias, pendurado no pau-de-arara, recebendo choques elétricos na cabeça, órgãos genitais, nos pés, mãos, ouvidos, com socos, pauladas, ''telefones'', palmatórias, ''corredor polonês'', ''cadeira do dragão'', queimaduras com cigarros, tudo acompanhado de ameaças e insultos. A certa altura, o Capitão Albernaz ordenou-lhe que abrisse a boca para receber a hóstia sagrada, introduzindo-lhe um fio elétrico que queimou-lhe boca a ponto de impedi-lo de falar.
Banido do país, deixou uma carta ao companheiro Vanderley Caixe, também na prisão: "companheiro, aqui ou no exterior estaremos sempre lutando pela liberdade e o socialismo." / Em 13 de janeiro de 1971, quando do seqüestro do embaixador da Alemanha no Brasil, viajou para o Chile e depois para a Itália e a França. Após algum tempo, instalou-se na comunidade dominicana de Arbresle, tentando desesperadamente lutar contra os crescentes tormentos de sua mente, abalada profundamente pela tortura. Já no exílio, foi condenado pela 2ª Auditoria a pena de 1 ano e meio de reclusão, em 23 de fevereiro de 1973.
No dia 7 de agosto de 1974, com 31 anos de idade, Frei Tito enforcou-se, pendurando-se em uma árvore.
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