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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

29.9.22

Uma oportunidade histórica de derrotar o golpe


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O
29 DE SETEMBRO DE 2022

No próximo domingo, os brasileiros terão a oportunidade de derrotar nas urnas o golpe que começou a ser gestado logo após as eleições de 2014. Dilma Rousseff venceu no voto, mas não levou. Aproveitando-se da instabilidade semeada pela Lava Jato, Dilma teve o governo sistematicamente sabotado, com o apoio de um expressivo grupo de parlamentares fisiológicos. A mídia, por sua vez, não hesitou em apoiar o impeachment fraudulento de uma presidente honesta, com base na esfarrapada justificativa das pedaladas fiscais – que jamais configurou crime, como reconheceu mais tarde o ministro Luís Roberto Barroso, do STF.

Em meio aos protestos pela queda de Dilma, havia todo tipo de gente. Muitos, insatisfeitos com a crise, não percebiam que ela era agudizada pela sabotagem do Congresso ou pela irresponsável atuação da chamada República de Curitiba, que, sob o pretexto de combater a corrupção na Petrobras, arrastou gigantes da construção civil e do setor de óleo e gás para a bancarrota.

Além dos iludidos, havia também aqueles que ocuparam as ruas para manifestar saudosismo pela ditadura. Eram os que clamavam por uma "intervenção militar constitucional", eufemismo para golpe armado, e seguiam trios elétricos para cultuar seu "Mito" - um histriônico e irrelevante deputado que aprovou dois projetos ao longo de 27 anos e dedicou seu voto pelo impeachment de Dilma ao torturador Carlos Brilhante Ustra.

A despeito da farsa lavajatista, Lula liderava todas as pesquisas de intenção de voto para a Presidência em 2018 até ser preso, sem provas. Na verdade, seguiu na dianteira das sondagens mesmo encarcerado. Não fosse a consumação desse segundo golpe, dificilmente Jair Bolsonaro teria chegado ao poder. Ele próprio reconheceu isso e, em retribuição, nomeou o ex-juiz Sergio Moro como ministro da Justiça.

Bolsonaro não cumpriu a promessa de erradicar a corrupção. Ao contrário, seu governo se notabilizou pela rapinagem até na compra de vacinas, sem mencionar as propinas em barras de ouro cobradas por pastores lobistas. Cumpriu, porém, outras tantas juras que a mídia, ao fazer "uma escolha difícil" em 2018, dizia ser apenas conversa fiada para a militância.

Assim, converteu o seu governo em um reduto de fanáticos religiosos e generais incompetentes, incapazes de evitar a falta de oxigênio em Manaus mesmo recebendo alertas com 10 dias de antecedência e de entregar remessas de vacinas no endereço correto. Ao cabo, o Brasil concentrou mais de 10% das mortes por Covid-19 no mundo, embora represente apenas 2,7% da população mundial. O País retornou, ainda, ao vergonhoso Mapa da Fome da ONU.

Em muitos momentos, o povo permaneceu passivo diante dos ataques aos seus direitos e à própria democracia. Demonstra, porém, estar disposto a derrotar o golpe nas urnas, dando ampla vantagem a Lula nas pesquisas. Na prática, o ex-presidente tem grandes chances de vencer no primeiro turno. Eis a oportunidade histórica reservada aos brasileiros em 2 de outubro.

 

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz