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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

14.10.19

#VazaJato: 'Vamos criar distração'


Segunda-feira, 14 de outubro de 2019
'Vamos criar distração'

 

O Intercept revela hoje como os procuradores da Lava Jato em Curitiba programaram a divulgação da denúncia contra Lula no caso do sítio em Atibaia fazendo um cálculo corporativista e midiático. Os membros da força-tarefa decidiram acusar o ex-presidente na tentativa de distrair a população e a imprensa das críticas que atingiam a Procuradoria-Geral da República. É o que mostram as conversas secretas da Lava Jato, material entregue ao Intercept por uma fonte anônima. 

Em maio de 2017 a equipe do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estava sob bombardeio por causa de um áudio vazado da delação premiada da JBS que atingia em cheio o presidente Michel Temer. Havia suspeitas de que o material havia sido editado. 

Os chats mostram que a denúncia do sítio já estava pronta para ser apresentada em 17 de maio de 2017, dia em que o jornal O Globo publicou reportagem acusando Temer de dar aval a Joesley para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, do MDB fluminense. 

As primeiras conversas dos procuradores sobre a delação da JBS revelam um clima de excitação. "To em êxtase aqui. Precisamos pensar em como canalizar isso pras 10 medidas", escreveu Deltan Dallagnol em 17 de maio. O procurador Roberto Pozzobon aproveitou para recordar o ministro do STF, Gilmar Mendes, outra obsessão da força-tarefa, ao lado de Lula. "Bem que poderia vir uma gravação do Gilmau junto né?!". Orlando Martello retrucou, pouco depois: "Defendo uma delação com temer ou Cunha para pegar Gilmar".

Passada a euforia, a força-tarefa viu a gravação ser questionada na imprensa. Peritos entrevistados ou contratados por veículos de comunicação identificaram cortes na gravação e apontaram que poderia ter havido edição do arquivo. 

Convencidos da integridade do material, os procuradores esperavam que viesse a público o quanto antes um laudo da Polícia Federal sobre o áudio. Foi aí que o procurador Carlos Fernando do Santos Lima expôs seu plano no grupo Filhos do Januario 1, dia 21 de maio de 2017: "Quem sabe não seja hora de soltar a denúncia do Lula. Assim criamos alguma coisa até o laudo". Após seu chefe, Deltan Dallagnol, se certificar de que o plano poderia ser posto em prática, ele comemorou, no mesmo grupo: "Vamos criar distração e mostrar serviço". 

A denúncia contra Lula foi apresentada à justiça e divulgada à imprensa no final da tarde do dia seguinte, dia 22.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA →  

Rafael Neves
Repórter

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz