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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

27.10.18

alerta

O que seria um governo bolsonaro
Prof. João Marcio, UFRRJ - Rio de janeiro

O deputado Bolsonaro já se comprometeu com o "mercado" a entregar toda as decisões da área econômica ao grandes agentes privados, sob a hegemonia do capital financeiro (personificado no tal Paulo Guedes). Pelas declarações do candidato, seria um governo comandado diretamente por homens de negócio comprometidos com a redução do "custo Brasil", ou seja, com o aumento do lucro privado. Um governo com esse perfil não apenas continuaria, mas radicalizaria a agenda Temer, a fim de implantar:

1) A redução brutal dos custos de remuneração da força de trabalho (isto é, a redução do salário mínimo e o fim de diversos direitos trabalhistas combinadas com a deterioração das condições de trabalho, por meio da generalização do trabalho intermitente, da terceirização e do sucateamento da justiça do trabalho);
2) O fim das restrições legais à máxima exploração econômica dos recursos naturais, passando por cima de populações tradicionais e preocupações ambientais;
3) O sucateamento e a privatização da educação pública (mediante o desfinanciamento crônico de escolas e universidades, a implantação em massa do ensino à distância via empresas privadas, a substituição de concursos públicos para técnicos e professores pela contratação via terceirização, a redução drástica das bolsas de estudo, pesquisa e apoio à permanência nas universidades, a imposição de reitores pelo MEC contra a escolha democrática de comunidade acadêmica e a perseguição ideológica à liberdade de ensino e pesquisa);
4) O sucateamento e a privatização da saúde pública (mediante o desfinanciamento do SUS, a regulação fraca das empresas privadas de saúde, a generalização das parcerias público-privadas como modelo de gestão e a substituição de concursos públicos pela contratação temporária via terceirização);
5) O favorecimento à indústria armamentista (nacional e estrangeira), mediante a liberação do porte de armas e a prioridade orçamentária às demandas das polícias e das forças armadas;
6) Um modelo de segurança pública ainda mais belicoso, menos responsável perante a sociedade e menos responsabilizável juridicamente;
7) O alinhamento externo do Brasil aos EUA e a Israel, colocando o país numa agenda militarista que contraria a sua tradição diplomática e põe em risco a paz na região.
Além disso tudo, ainda teríamos uma reforma da previdência (que cortaria direitos para os de baixo, mas manteria privilégios para a elite estatal e os militares), uma reforma tributária que reforçaria a concentração de renda e riqueza, a privatização de empresas e bancos públicos e a fragilização das instituições de controle e investigação contra a corrupção.
Para implantar uma agenda desse tipo (os capitalistas de cima vão apliar a "lei do cão" para os debaixo), só com intimidação, perseguição e violência.  Aquilo que a historia registrou como  métodos fascistas.


Empresário Ricardo Semler alerta "companheiros da elite" contra apoio a Bolsonaro
Semler, em artigo na Folha, exorta: "Colegas de elite, acordem. Não se vota com bílis. Precisamos de tempo, como nação, para espantar a ignorância e aprendermos a ser estáveis" -  02/10/2018

Ricardo Semler*

O empresário Ricardo Semler, sócio da Semco Style Institute e fundador das escolas Lumiar, assina artigo na Folha desta terça-feira (2), com o título "Alô, companheiros de elite", onde condena veementemente o apoio recorrente de empresários e colegas a qualquer candidatura que seja capaz de vencer o PT, inclusive agora ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

O ex-professor visitante da Harvard Law School e de liderança no MIT (EUA) se recorda que alertou colegas contra Collor e também contra "a ida das elites à Paulista para derrubar a Dilma equivalia a 'eleger' o Temer e seus 40 amigos".

Semler alerta que não compartilha "com os pressupostos ideológicos do PT e —até pouco— fui filiado a um partido só, o PSDB", mas reconhece "que as elites deste país sempre foram atrasadas, desde antes da ditadura, e nada fizeram de estrutural para evitar o sistema de castas que se instalou".

Diante do apoio a Bolsonaro, o empresário pergunta: "Quem terá coragem, num almoço da City de Londres, de defender a eleição de um capitão simplório, um vice general, um economista fraco e sedento de poder, e novos diretores de colégio militares, com perseguição de gays, submissão de mulheres e distribuição de fuzis à la Duterte?", alerta.

Ao final, exorta seus pares: "Colegas de elite, acordem. Não se vota com bílis.  Precisamos de tempo, como nação, para espantar a ignorância e aprendermos a ser estáveis" e encerra: "Não vamos deixar o pavor instruir nossas escolhas. O Brasil é maior do que isto, e as elites podem ficar, também. Confiem".

https://www.revistaforum.com.br/o-empresario-ricardo-semler-alerta-companheiros-da-elite-contra-apoio-a-bolsonaro/

* Ricardo Frank Semler (São Paulo, 1959) é um empresário brasileiro, presidente do Conselho e sócio majoritário da Semco Partners, sucessora do grupo Semco. Foi vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), é articulista do jornal Folha de S.Paulo e Sócio da Tarpon Investimentos em São Paulo, Brasil. A revista TIME o apontou entre os "100 Jovens Líderes Globais", em uma série de reportagens sobre perfis de executivos publicada em 1994. O Fórum Econômico Mundial também o apontou em trabalhos semelhantes. Também foi citado em publicações do Wall Street Journal America Economia e revista "Wall Street Journal Latin America" como "Empresário do Ano na América Latina", em 1990 e "Empresário do Ano no Brasil", em 1992. Semler escreveu livros que se tornaram sucesso em vendas no Brasil e exterior, destacando-se o primeiro, Virando a Própria Mesa (1988) e Seven-days Weekend (2003).  

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz