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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

26.4.21

LENTIDÃO DA VACINAÇÃO INTEGRA PROJETO DE EXTERMÍNIO, APONTA PROFESSORA DA UFRJ

LENTIDÃO DA VACINAÇÃO INTEGRA PROJETO DE EXTERMÍNIO, APONTA PROFESSORA DA UFRJ

REMELEXO DA NOTÍCIA
26 DE ABRIL DE 2021
POR ELEONORA DE LUCENA E RODOLFO LUCENA


"A lentidão do processo de vacinação é uma face desse extermínio, é mais um elemento desse extermínio, desse genocídio que está em curso no Brasil. A pandemia se tornou numa crise sanitária de extermínio da classe trabalhadora brasileira, de parte importante da classe trabalhadora brasileira", aponta a professora Sara Granemann, da Faculdade de Serviço Social da UFRJ.

Ela participou no último sábado (24.4) de debate organizado pela Frente da Saúde pela Vacinação Pública, com apoio do TUTAMÉIA, que teve como centro da discussão a tentativa do governo de privatizar a compra e a distribuição de vacinas contra a covid 19. Também participaram os ex-ministros da Saúde Alexandre Padilha e Arthur Chioro, mais o médico Boris Vargaftig, que representou a Frente na mesa redonda virtual (clique no vídeo para acompanhar a íntegra e se inscreva no TUTAMÉIA TV).

Concordando com Granemann, o professor Chioro afirma: "Nós estamos pagando um preço altíssimo pela criminosa decisão do governo Bolsonaro de expor de maneira irresponsável a população brasileira, ainda que soubesse que morreria muita gente, porque não tem nenhum compromisso com isso".

Acompanhe a seguir trechos das participações dos debatedores:

SARA GRANEMANN: DEBATE POR VACINAÇÃO DEVE IR DE MÃOS DADAS COM A LUTA PELO IMPEACHMENT

A lentidão do processo de vacinação é uma face desse extermínio, é mais um elemento desse extermínio, desse genocídio que está em curso no Brasil. Isso é também parte do controle, é uma medida de contenção para a organização da classe trabalhadora. Há que dar um basta!

A vacinação não se resolverá só pela discussão da vacinação. Esse debate sobre o que mais é preciso junto com a vacinação –o debate do impeachment. Sem a luta por impeachment, a vacina não se resolverá de outro modo, a não ser com essa lentidão, que vai ainda potencializar muito mais o extermínio.

Essas duas medidas andam de mão dadas, têm de ser evidentemente postas num debate numa grande articulação de todos aqueles que não queremos mais a próxima morte.  Impeachment e luta pela vacinação rápida, ágil e não só para nichos da população brasileira

Entender que a pandemia se tornou numa crise sanitária de extermínio da classe trabalhadora brasileira, de parte importante da classe trabalhadora brasileira, é móvel para nossa campanha pela vacinação pública e é móvel para nossa necessária luta pelo impedimento de Bolsonaro, que é um genocida.

ARTHUR CHIORO: TESE DE BOLSONARO MOSTRA DESCASO COM A VIDA

Há uma tese que vem sendo perseguida pelo governo Bolsonaro, que é um descompromisso, um descaso com a vida, que colocou em prática a ideia de que quanto mais rápido a maior parte da população fosse submetida à exposição ao vírus, ainda que a mortandade, o genocídio fosse do tamanho que está sendo, se alcançaria a imunidade de rebanho. Nós pagamos um preço altíssimo pela criminosa decisão do governo Bolsonaro de expor, de maneira irresponsável a população brasileira, ainda que soubesse que morreria muita gente, porque não tem nenhum compromisso com isso.

É claro que há uma lógica econômica por trás disso, tem o dedo não apenas da lógica do regime fiscal, a ideia de que não se deve fazer gasto público. Há também uma modelagem técnica, produzida na gestão do ministro Mandetta, que ajudava a explicar isso: havia uma previsão do governo de que em setembro/outubro do ano passado a epidemia acabaria. Isso fez com que o governo Bolsonaro investisse em uma única vacina. Um erro crasso.

ALEXANDRE PADILHA: É PRECISO REPENSAR OS MECANISMOS DE GOVERNANÇA GLOBAL DA SAÚDE

A pandemia é um fenômeno global. A gente não consegue superá-la de forma isolada. O Brasil não vai dar conta de acelerar seu plano de vacinação, enfrentar o que nós precisamos enfrentar, sem pensar em formas de articulação internacional.

Há três aspectos da resposta global que são fundamentais. Primeiro: a centralidade da necessidade de sistemas de saúde públicos universais de saúde. Ou o mundo sai dessa pandemia com um pacto político, um novo ciclo de lutas populares, para que a gente volte a ter a saúde como um direito, com o fortalecimento de sistemas nacionais universais públicos de saúde onde existiram e construção onde eles não existem, ou nós teremos nos próximos anos outras pandemias com tanta força e tanto impacto como a covid 19.

Vai exigir da gente, no Brasil, para superar a pandemia e os seus efeitos sanitários, que vão durar os próximos dois, três, quatro, cinco anos, um novo ciclo de reconstrução do SUS, de resgate do SUS, que vai exigir da gente construir um novo movimento de reforma sanitária, com capacidade de articulação ainda mais ampla.

O segundo tema é o acesso às novas tecnologias, às vacinas. A questão não é nem a quebra de patentes, mas sim quebrar o monopólio de quem é dono das patentes. Não pode ele decidir sozinho quem pode produzir, quem pode comercializar, como pode distribuir, essa é uma questão decisiva para o mundo hoje.

E o terceiro ponto é que nós precisamos repensar os mecanismos de governança global da saúde. A Organização Mundial da Saúde tentou um mecanismo para acelerar a produção e o acesso dos países às vacinas, o Covax Facility. Mas é insuficiente para coordenar o conjunto das ações para a saúde global, como será insuficiente qualquer mecanismo que a OMS venha a propor. Ou a saúde passa a ser assumida como tema central dos chefes de governo, dos chefes de estado, ou nós vamos ter articulações insuficientes para enfrentar tanto a atual pandemia, por que não estão superados os impactos dela, econômicos e sociais e na saúde, como os outros problemas que vão surgir.

BORIS VARGAFTIG: SEM CONTROLE POPULAR, A COISA VAI MAL

A privatização é a essência da burguesia; burguesia é igual a privatização. É uma coisa normal que os burgueses procurem monopolizar tudo. Conseguem, dominando a ideologia que domina na sociedade, que as pessoas em geral considerem que a sociedade tem de se organizar de uma forma privatista.

A grande ideia hoje é transformar o Brasil num grande Portugal do passado: fazer o que foi o salazarismo, ou seja, desindustrializar e manter o agronegócio, e dar uma esperança aos pobres que é a da religião da prosperidade.

A ideia da privatização é errada. É o SUS que deve fazer o atendimento. O grande perigo da não estatização imediata é o subterfugio nos acordos, acordos que tenham coisas escondidas.

Precisamos de um acordo que permita que a vacina seja muito rapidamente estendida para toda a população do país.

A distribuição tem de ser pelo SUS. Não podemos permitir, por exemplo, que após qualquer acordo, que os vendedores venham a fazer preços diferentes. Vejam, por exemplo, a disparidade dos preços dos testes. Toda a tentativa atual de acordo [com fabricantes] ou de quebra de patentes devem ter um controle popular. Se não tiver controle popular, a coisa vai mal. Os preços vão variar, a distribuição vai variar, vai ter gente mais rica que vai ter tratamento antes e assim por diante. Portanto: controle popular, controle estatal e impedimento da distribuição e da venda pelo privado, tudo deve ser estatizado.

FRENTE DA SAÚDE CONCLAMA: VAMOS FAZER REUNIÕES VIRTUAIS NOS BAIRROS

Ao longo do debate, muitas pessoas que acompanhavam a discussão perguntavam o que deve ser feito, o que eles próprias poderiam fazer, como contribuir.

Marcela Pontes, da Frente da Saúde pela Vacinação Pública, informou que o movimento está aberto para debater com quaisquer interessados, disposto a participar, por exemplo, de reuniões virtuais com entidades, grupos de bairro ou outras associações.

A Frente, que é uma construção militante de trabalhadores da saúde que tem por objetivo alcançar uma cobertura vacinal contra a covid 19 em todo o território nacional, também produz folhetos, cartazes e materiais para debater a questão.

https://tutameia.jor.br/lentidao-da-vacinacao-integra-projeto-de-exterminio-aponta-professora-da-ufrj/



Oito mil pessoas não retornaram para a segunda dose da vacina contra a covid-19 na Serra

Número pode ser menor por causa de atraso na notificação oficial da aplicação

20/04/2021 - 10h23min

Conforme dados do Ministério do Saúde, 8.005 pessoas ainda não receberam a segunda dose da vacina contra a covid-19 na Serra, sendo 3.601 em Caxias do Sul. São casos em que o prazo expirou — 28 dias para quem recebeu a Coronavac e 12 semanas para quem fez a de Oxford/AstraZeneca. O grupo abrange idosos, profissionais da saúde, pessoas em instituições de longa permanência e indígenas que receberam a primeira aplicação e deveriam ter retornado para completar a imunização.

São diversos os motivos que podem ter provocado a ausência. Entre as possibilidades, esquecimento, perda da carteirinha de vacinação, dificuldade para deslocamento e adoecimento: a pessoa pode ter contraído covid-19 ou até mesmo outra doença. Titular da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, Claudia Daniel aponta também o receio que algumas pessoas podem ter tido por causa de eventual reação ao receber a primeira dose.

Além disso, de acordo com Claudia, pode haver atraso na notificação oficial da aplicação da segunda dose. Por isso, ela acredita que o número de faltosos é inferior aos 8.005 registrados.

— Uma consideração muito importante é o delay (atraso) de informação entre a aplicação da vacina, o registro pela unidade de saúde e a informação no Ministério. Então, a gente crê que esse número na Serra é muito menor — explicou Claudia em entrevista ao Gaúcha Hoje da Gaúcha Serra nesta terça-feira (20).

Os municípios podem acessar a lista com os nomes das pessoas que ainda não receberam a segunda dose. Conforme Claudia, eles já estão buscando cada delas uma para a aplicação.

— Estamos orientando que independente da pessoa perder o prazo, que entre em contato com a UBSs e realize a vacinação. Nós temos que completar o esquema vacinal, caso contrário, essa pessoa não fica imunizada cem por cento. Elas têm que se vacinar, porque senão não vão fazer a janela de imunização e a vacinação fica prejudicada — reforçou a coordenadora.  

Em Caxias, a segunda dose da vacina para idosos com mais de 70 anos, que receberam a primeira dose da Coronavac de 22 a 26 de março, ocorre nesta terça-feira e na quinta (22) e sexta (23). A campanha ocorre das 8h às 16h nos drive-thrus nos pavilhões da Festa da Uva e na Rua Plácido de Castro (junto à Maesa).

Na quinta e sexta também será aberta vacinação nas unidades básicas de saúde (UBSs) Cruzeiro, Esplanada, Vila Ipê, Reolon, Desvio Rizzo, Eldorado e  Cinquentenário, das 10h às 16h. Não haverá aplicação de segunda dose nesta quarta-feira (21), feriado de Tiradentes, em nenhum ponto.

Os idosos devem retornar ao mesmo local onde receberam a primeira dose, na data anotada na carteira de vacinação. A exceção é para os agendados para o dia 21, feriado, que poderão ir ao drive-thru no dia 19 ou 20.


https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/geral/noticia/2021/04/oito-mil-pessoas-nao-retornaram-para-a-segunda-dose-da-vacina-contra-a-covid-19-na-serra-cknq1i0zn0029016u3a4fs51t.html

""A pandemia é a tragédia de nosso tempo"

"A pandemia é a tragédia de nosso tempo, agravada pela conduta errática de governantes que não escutam o que o vírus tem a dizer sobre o modus vivendi em curso da humanidade". Artigo de Luiz Marques.
https://www.sul21.com.br/opiniaopublica/2021/04/o-inimigo-o-mensageiro-e-o-pedagogo-por-luiz-marques/

Covid longa em crianças
> Como identificar sintomas e sequelas da doença nos mais jovens
> Dos mais de 370 mil mortos por covid-19 no Brasil, cerca de 2 mil têm menos de nove anos, segundo pesquisadores brasileiros.
> E se os sintomas persistentes em adultos foram tema de centenas de estudos, por outro lado há até agora poucos estudos que investigam a covid longa em crianças e adolescentes, incluindo países como Suécia, Itália e Reino Unido. A maioria dos pacientes dessa faixa etária que participaram do estudo enfrentou por meses sintomas como insônia, congestão nasal, fadiga, dificuldade de concentração e dores.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-56857784

A Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com o laboratório farmacêutico chinês Sinovac, tem a previsão de intervalo de até 28 dias entre a aplicação da primeira e da segunda dose. O reforço é necessário para que se tenha a imunização completa contra o novo coronavírus. Mas o repasse do imunizante aos Estados, prometido pelo Ministério da Saúde, foi menor que o necessário para atender todo o público. (...) Em nenhum desses países (mais avançados nas pesquisas sobre as vacinas) tivemos esses problemas que estamos tendo aqui. As doses foram administradas no tempo certo. (...) O que a gente sabe pelas pesquisas é que a segunda dose deve ser administrada entre 14 dias e 28 dias.
https://www.agazeta.com.br/es/cotidiano/tomar-a-segunda-dose-da-coronavac-com-atraso-faz-perder-o-efeito-0421

Liberação de restrições é precoce e nova onda pode ocorrer em breve no RS, alerta cientista de dados
https://www.sul21.com.br/ultimas-noticias/coronavirus/2021/04/liberacao-de-restricoes-e-precoce-e-nova-onda-pode-ocorrer-em-breve-no-rs-alerta-cientista-de-dados/


13.4.21

Filme de Anna Muylaert sobre golpe contra Dilma estreia hoje; veja como assistir

Filme de Anna Muylaert sobre golpe contra Dilma estreia hoje; veja como assistir

No documentário 'Alvorada', diretora de 'Que horas ela volta?' se une a Lô Politi para mostrar resistência de Dilma Rousseff ao fraudulento processo de impeachment
 13/04/2021 11h09 - atualizado às 13h08
Roberto Stuckert Filho

Dilma Rousseff, primeira presidenta do Brasil

golpe de 2016 que retirou a presidenta Dilma Rousseff do poder é tema do documentário Alvorada, que estreia nesta terça-feira (13) no festival É tudo verdade, que este ano ocorre de maneira remota (veja abaixo como assistir).

Dirigido por Anna Muylaert (Que horas ela volta?) e Lô Politi, o filme foi rodado entre julho e setembro daquele ano e acompanha o dia a dia de Dilma enquanto ela resistia ao golpe, após a instalação do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados.

Trata-se do terceiro documentário sobre o tema, após O processo (2018), de Maria Augusta Ramos, e Democracia em vertigem (2019), de Petra Costa, indicado ao Oscar. É o terceiro também dirigido por mulheres, o que, na avaliação de Anna Muylaert, não aconteceu por acaso.

"Esse golpe tem um alto teor sexista, machista, misógino", diz a diretora em entrevista ao UOL, destacando como marco dessa característica a sessão na Câmara em que um dos deputados, Jair Bolsonaro, dedicou seu voto ao torturador de Dilma na época da ditadura. "Ele estava invocando ali a violência contra a mulher e esse homem virou presidente do Brasil. No processo do golpe, nós, mulheres, nos vimos muito na situação", completa Muylaert.

Alvorada (o título é uma referência ao palácio que serve de residência oficial dos presidentes da República) será exibido nesta terça-feira às 21h, com reprise na quarta-feira (14), às 15h. Para assistir, é necessário fazer o cadastro na plataforma Looke.

Como assistir ao documentário Alvorada:

  1. Faça seu cadastro no site www.looke.com.br.
    Um código SMS será enviado para o seu celular para concluir o cadastro
  2. Acesse o site www.etudoverdade.com.br e clique em PROGRAMAÇÃO
  3. Clique no filme escolhido e você será direcionado para a página do É Tudo Verdade / Looke
  4. Aperte o play e boa sessão!


11.4.21

CANNABIS MEDICINAL


Aula sobre a Revolução Canabinóide, com o Neurocientista Sidarta Ribeiro
https://www.youtube.com/watch?v=fcWRuPDoD8s&t=1626s


Dra. Eliane Nunes, da Sbec e da Mães Jardineiras fala um pouco sobre sistema endocanabinóide e patologias tratadas com Cannabis. https://www.youtube.com/watch?v=536-fQ3W6nQ




7.4.21

Desesperança

DESESPERANÇA 😞

Estudo da FGV comprova o que já é possível ver nas ruas: o pessimismo entre os brasileiros é cada vez maior. 

1.4.21

O FIM DO CAPITÃO ESTÁ MAIS PRÓXIMO, AVALIA FIORI

TUTAMÉIA entrevista José Luís Fiori

https://www.youtube.com/watch?v=PeDAwSasPb8&feature=emb_logo

Professor de economia política da UFRJ analisa as mudanças no governo Bolsonaro. Visite TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br
, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena


O FIM DO CAPITÃO ESTÁ MAIS PRÓXIMO, AVALIA FIORi

"Bolsonaro abriu seu jogo com relação às FFAA, e com isso deverá precipitar um processo de separação entre a turma da farda e a turma do pijama. Decidiu agredir o comandante em chefe do Exército e o mais provável é que provoque um fechamento de posição da oficialidade das três Armas em torno da posição defendida pelo General Pujol. Ou seja, uma vez mais, o senhor Bolsonaro ficou sem pão nem pedaço, e agora deverá ser colocado na cadeirinha de castigo simultaneamente pelas FFFA e pelo Centrão."

Essa é a avaliação que faz o professor José Luís Fiori ao comentar a TUTAMÉIA os movimentos de Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 30.3, quando demitiu os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica –a primeira vez na história que isso acontece, na maior crise militar no país desde 1977.

Professor de economia política internacional da UFRJ, Fiori concedeu entrevista por escrito, onde afirma: "Do jeito que as coisas estão e com a velocidade que está tomando a pandemia, a destruição econômica e a miséria da população, acho que muito mais cedo do que tarde o próprio Centrão abandonará o barco, e neste caso é muito provável que tomem o caminho do impeachment. Mas, se as coisas tomarem este caminho, acho que antes os próprios militares se encarregarão de retirar esse senhor da Presidência, obrigando-o a renunciar ou o levando para ser internado".

Acompanhe a seguir a entrevista (veja no vídeo acima a leitura e comentários dos jornalistas de TUTAMÉIA e se inscreva no TUTAMÉIA TV).

  1. TUTAMÉIA – O que significam as mudanças ministeriais do governo Bolsonaro?

Uma grande derrota do senhor Bolsonaro, seguida de um erro de cálculo clamoroso e passo em falso. O pano de fundo dessas mudanças é conhecido, e quase não precisa ser relembrado: a soma da catástrofe sanitária com o descalabro econômico, o isolamento internacional e a desintegração moral da sociedade brasileira. Mas, do meu ponto de vista, a mudança ministerial propriamente dita teve como objetivo encobrir a grande derrota do governo, que foi a demissão imposta do ministro de Relações Exteriores, o senhor Ernesto Araújo. As pessoas talvez não avaliem a importância deste senhor para o governo Bolsonaro, e por isso também não consigam avaliar o tamanho do tombo que a saída do chanceler representou para o governo.

Independentemente de tratar-se de um idiota quase inconcebível, o senhor Ernesto foi colocado onde estava para ter conexão direta com o governo de Donald Trump e como uma âncora capaz de assegurar o capitão contra as tempestades que ameaçariam seu governo, cuja ignorância e incompetência eram de pleno conhecimento do governo americano. Este contribuiu decisivamente para o golpe de Estado de 2016, e depois participou da operação de instalação do senhor Bolsonaro na Presidência do Brasil, mesmo sabendo que se tratava de uma pessoa inteiramente inepta e insana. Além disso, Ernesto era o membro mais "ilustrado" da extrema-direita bolsonarista. No meio desta militância, Ernesto fazia papel do sábio idiota capaz de formular as idiotices ideológicas da extrema-direita em linguagem de "clube literário". Sua importância nesse grupo era tão grande que mesmo depois da derrota de Donald Trump, a decisão era mantê-lo no governo. Já o Salles não passa de um lobista e pode ser escanteado a qualquer momento sem maior custo para o governo; e o próprio senhor Guedes deve ser desembarcado em breve, trocado por qualquer outro desses "gênios do mercado" que pululam pelas esquinas da Faria Lima e pelas páginas da imprensa conservadora.

A saída do "chanceler apocalíptico", no entanto, teve, tem e terá um peso muito diferente na história deste governo. Por isso foi necessária uma pressão gigantesca de vários grupos de interesse e um golpe final do Senado brasileiro para enxotá-lo do governo contra a vontade do senhor Bolsonaro. E foi essa grande derrota que colocou Bolsonaro de joelhos e o levou a essa mudança ministerial, que não passaria de mais uma pantomima ridícula do capitão ofendido se não fosse o fato de que desta vez cometeu vários erros de cálculo estratégico que poderão ser definitivos para o futuro do seu governo.

  1. TUTAMÉIA – Que erros foram estes, e como o senhor avalia os novos ministros?

O primeiro grande erro do senhor Bolsonaro foi ter "aberto o jogo" antes do tempo, deixando que todos vissem que não dispõe neste momento de mais do que um "par de setes'', como se diria no jogo de pôquer. Sofreu uma grande derrota e tentou ocultá-la com uma grande ofensiva e acabou parindo um rato, e al[em disto  todos viram que ele não dispõe de mais ninguém disposto a ir para seu governo que não sejam figuras inteiramente desconhecidas e despreparadas, saídas da roda íntima de sua família e de suas tertúlias e churrascos de quintal nos fins de semana tediosos de Brasília. O que ele fez foi um troca-troca com seus militares de pijama e de confiança, e trouxe três pessoas novas com quem pouco menos que tropeçou no corredor: um funcionário do cerimonial do palácio que foi alçado à condição de novo ministro de Relações Exteriores, sem nunca ter sido embaixador ou feito uma carreira diplomática. Numa escolha do tipo "se não tem outro, vai tu mesmo", de uma pessoa que não tem currículo, abandonou a carreira diplomática e dedica-se a ensinar "boas maneiras' ao pessoal do Palácio, além é óbvio de ser amigo de um dos "filhos presidenciais", e de ser um pouco mais "diplomático" que o Ernesto. Para o Ministério da Justiça, trouxe um delegado de polícia de Brasília mesmo, da "bancada da bala" e obviamente amigo de mais um de seus filhos. E para a Secretaria de Governo, indicou uma deputada que está no seu primeiro mandato, também por Brasília e que foi indicada pelo presidente da Câmara, tendo sido eleita na vaga do seu marido que estava preso ou sob julgamento por ocasião das eleições. E seu principal título, segundo dizem, é saber organizar a distribuição dos recursos do Orçamento entre os pedidos e favores dos membros do Centrão, isto é, sem demérito de uma pessoa que não conheço, ser a secretária do presidente da Câmara junto ao Gabinete da Presidência e junto ao caixa do Orçamento da República.

Como se pode ver, um grupo inteiramente mambembe, mas que deixa claro que neste momento a capacidade de convocação do senhor Bolsonaro é próxima de zero, no meio das elites políticas e econômicas da própria direita brasileira. Além disso, ao precipitar-se no seu movimento reativo e vingativo, acabou atingindo um grande amigo e velho seguidor, o ministro da Defesa, que foi defenestrado sem maior complacência exatamente por ser militar e ter que obedecer em silêncio. Mas com isto o senhor capitão deixou claro que não tem lealdade nem com seus amigos mais fiéis e leais, o que o deixa completamente só, uma vez que não tem partido político nem qualquer grupo de apoio que não sejam seus filhos e apaniguados de quintal.

Por fim, Bolsonaro abriu seu jogo com relação às FFAA, e com isso deverá precipitar um processo de separação entre a turma da farda e a turma do pijama. Decidiu agredir o comandante em chefe do Exército e o mais provável é que provoque um fechamento de posição da oficialidade das três Armas em torno da posição defendida pelo General Pujol. Ou seja, uma vez mais, o senhor Bolsonaro ficou sem pão nem pedaço, e agora deverá ser colocado na cadeirinha de castigo simultaneamente pelas FFFA e pelo Centrão.

  1. TUTAMÉIA – Os novos ministros: o que significam, que força têm e trazem?

Como já disse: não têm força nenhuma e não trazem nada de novo. Pelo contrário, sinalizam um ponto de inflexão negativo e o início de uma ladeira por onde deverão rolar daqui para frente, o capitão e seus poucos apaniguados, em meio à catástrofe sanitária, econômica e moral do país.

  1. TUTAMÉIA – E o Centrão, como fica nessa história e no futuro que o senhor está anunciando?

A primeira questão é saber em que consiste exatamente esse grupo parlamentar que a imprensa apelidou de "Centrão"? E todo mundo sabe que se trata de um aglomerado de pessoas e siglas que ocupam em geral o submundo fisiológico do Congresso Nacional, representando interesses e demandas individuais ou grupais localizadas e heterogêneas. O grupo de onde saiu o senhor Bolsonaro depois de permanecer ali durante 28 anos sem dizer ou fazer coisa alguma. Este grupo parlamentar, ou a maior parte de seus membros atuais, já fez parte da "base de apoio" do governo de FHC, do governo Lula, do governo Dilma, do golpe do Temer e agora estão embarcando e tomando conta do governo do senhor Bolsonaro, que eles sabem que é uma "canoa furada"' mas de onde desembarcarão correndo logo que percebam que está afundando definitivamente.

Em síntese, esse grupo parlamentar sempre esteve e estará pendurado em qualquer governo que suas reivindicações locais e corporativas. O problema é que esse grupo não tem a menor condição, interesse ou capacidade autônoma de constituir ou sustentar um governo por sua própria conta, nem muito menos definir algum projeto coerente e nacional para o país. Sua mais completa heterogeneidade de interesses impede que dali nasça qualquer tipo de ideia mais inteligente e unitária, ou qualquer objetivo que envolva todo o país, para além de suas causas individuais ou corporativas.

  1. TUTAMÉIA – Qual o papel dos militares, como fica sua imagem e qual o futuro da relação do governo com as FFAA?

Aqui é onde o erro do capitão trará consequências mais difíceis de serem administradas, porque, na prática, seu governo é um governo militar – ou pelo menos é um governo dos militares que tomaram conta da maioria de seus ministérios e cargos comissionados – que agora está procurando estabelecer uma aliança com o "Centrão", que, como já vimos, é um amontoado de siglas que compõem um bloco parlamentar unificado pelo seu denominador comum, o "fisiologismo" que sempre foi objeto das críticas políticas e morais dos militares.

A participação dos militares neste governo, e mais recentemente, a catastrófica gestão do general da ativa Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, vem atingindo pesadamente o prestigio das FFAA e sua fama de "salvadores da pátria". Esse despreparo e incompetência vêm sendo demonstrados pelo capitão que ocupa a Presidência, pelo inominável ministro da Saúde que acaba de sair e por uma lista sem fim de personalidades que vão do hilário – como é o caso do ministro de Ciência e Tecnologia – ao absolutamente desastroso – como é o caso dos responsáveis pela segurança institucional do presidente, incapazes de localizar um pacote de 39 kg de cocaína dentro do avião presidencial. Imagina se fosse uma bomba, provavelmente atribuiriam a culpa aos comunistas…

Mas, afinal, esta experiência governamental lamentável dos militares talvez possa ter alguma consequência positiva, porque está cada vez mais forte dentro da oficialidade brasileira a convicção de que cabe aos militares uma função de Estado e de defesa da nação, e não a função de governar ou sustentar um governo que carece inteiramente de quadros que não sejam os amigos dos filhos e da família em geral do senhor Bolsonaro. E na própria sociedade cresce cada vez a consciência de que os militares até podem ser homens de boa vontade e boas intenções, mas que foram treinados para tratar de canhões, navios, cavalos ou aviões de guerra, muito mais do que de ciência, educação, saúde, arte, infraestrutura, ou mesmo de tecnologias de ponta, para não falar do seu mais absoluto despreparo com relação à vida política dos partidos e dos demais poderes da República, com seus respectivos deveres e obrigações.

Neste ponto é que muitos podem estar se equivocando, ao pensar que Bolsonaro tomou conta das FFAA ao deslocar seu amigo para o Ministério da Defesa e ejetar os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Do meu ponto de vista, ao contrário, o que ele conseguirá com sua desastrada movida é separar definitivamente as FFAA do seu governo, criando um fosso que deverá aumentar, deixando-o cada vez mais isolado. Mas, ao mesmo tempo, permitirá que talvez as FFAA aprendam de uma vez por todas que o melhor mesmo é manter-se nos quartéis e não voltar a se meter numa aventura como esta em que se envolveu o General Villas-Boas, levando atrás de si a maior parte do oficialato brasileiro. Esse deslocamento geológico que está em pleno curso talvez explique a distinta receptividade que tiveram o famoso tweet de Villas-Boas em 2018 e a nota apagada, antiquada e inteiramente deslocada que seu amigo de longa data e de larga tradição familiar golpista postou no dia 29 de março no site do Clube Militar. As coisas estão mudando, e talvez esteja chegando a hora da turma de pijama desfrutar as suas aposentadorias e deixar de escrever notas iradas nas redes sociais ou corporativas.

  1. TUTAMÉIA – Qual o cenário futuro que o senhor vê para a crise sanitária e econômica? E para o próprio presidente Bolsonaro, o senhor acredita na possibilidade de sua reeleição?

Eu acho que discutir a eleição do ano de 2022 neste momento é uma completa insensatez. O país está inteiramente desgovernado em meio à maior crise sanitária de sua história, e está assistindo a paralisia e destruição de sua economia, e da própria infraestrutura física, com o fechamento de milhares de empresas, saída de capitais cada vez mais acelerada e tudo isto sobre o cadáver de mais de 300 mil brasileiros e cerca de um milhão e meio de brasileiros atingidos pela perda de seus entes queridos e muitas vezes responsáveis pelo sustento de famílias inteiras.

Este é o grande desafio colocado hoje na frente dos brasileiros. Falar ou calcular a próxima eleição presidencial agora é no mínimo uma postura desumana, pouco solidária, pouco patriótica. E pior ainda, de um humor macabro é falar ou discutir a reeleição do grande responsável pelo morticínio que está acontecendo na frente de nossos olhos. Por isto me parece extraordinário que a imprensa e grande número de analistas gastem tempo com este tema; e pior, considerem que é possível reeleger esse senhor que está sentado em cima da própria tragédia do seu povo e e costuma debochar disto. Eu te diria, talvez na contramão de muito colegas, que não há a menor possibilidade de este senhor se reeleger depois dessa catástrofe. Deve se dar por satisfeito se conseguir chegar até o final do mandato, coisa que está ficando cada vez mais difícil, e por culpa dele próprio. As manifestações recentes de empresários, banqueiros, economistas e intelectuais do centro e da direita mais conservadora indicam que a velocidade da perda de apoio deste governo é cada vez maior.

  1. TUTAMÉIA – Bolsonaro pode sofrer impeachement ou ser forçado a renunciar?

Do jeito que as coisas estão e com a velocidade que está tomando a pandemia, a destruição econômica e a miséria da população, acho que muito mais cedo do que tarde o próprio Centrão abandonará o barco, e neste caso é muito provável que tomem o caminho do impeachment. Mas, se as coisas tomarem este caminho, acho que antes os próprios militares se encarregarão de retirar esse senhor da Presidência, obrigando-o a renunciar ou o levando para ser internado.

  1. TUTAMÉIA – Como explicar o apoio popular que o capitão ainda tem e terá no futuro?

Creio que Bolsonaro ou qualquer outra pessoa que encarne sua mensagem de ódio, ressentimento e destruição sempre haverá no Brasil e em outros países, algo em trono de 20% da população. Bolsonaro tinha algo em torno de 20% nas eleições de 2018, antes que tivesse início a operação nacional e internacional, política, jurídica, militar e midiática que o conduziu à Presidência. E hoje seu núcleo de apoiadores fiéis deve estar de novo na casa destes 15-20%. E não me parece provável que a velha direita conservadora possa voltar a apoiar esse senhor depois desta verdadeira tragédia que tem sido sua passagem pelo Palácio da Alvorada, onde ainda consegue debochar das vítimas da pandemia mesmo depois dos seus 320 mil mortos até o momento.

Uma outra coisa é saber como ele mantém o apoio fanático desses 15-20% de brasileiros. Acho que esta questão é complexa e remete a várias linhas possíveis de explicação. Porque explicar a necrofilia do capitão não é difícil; difícil é explicar a adesão necrofílica de seus seguidores. Na verdade, este caso sempre me faz relembrar o famoso suicídio coletivo dos fiéis do Pastor Jones, na Guiana, em 18 de novembro de 1978. Também naquela ocasião foi mais fácil para jornalistas e psicanalistas explicarem o suicídio individual do pastor Jones, muito mais do que o suicídio coletivo de centenas de seguidores fanatizados que se mataram junto com seu líder num ritual macabro, no qual as crianças que resistiram foram mortas por seus próprios pais ou pelos ajudantes do pastor, antes de estes também se suicidarem.

  1. TUTAMÉIA – Que peso o senhor atribui à volta de Lula ao cenário brasileiro, com a recuperação dos seus direitos políticos?

Enorme, por razões objetivas e também por razões psicológicas. Lembro de uma entrevista que fizemos há exatamente dois anos, na semana de posse do senhor Bolsonaro, e naquela ocasião eu disse para você que, do meu ponto de vista, Lula foi eliminado da vida política (e aqui cito a mim mesmo naquela entrevista de janeiro de 2019) "porque as forças que sustentaram o capitão, na fase final de sua campanha, sabiam que seria impossível elegê-lo se Lula estivesse livre. E agora, estas mesmas forças temem que o senhor Bolsonaro não consiga manter a compostura e interpretar o papel de governante, caso o ex-presidente apareça na sua frente livre, e de volta à liderança da oposição brasileira".

Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu dois anos depois, quando Lula fez seu discurso de reentrada na vida política legal do país. Tudo indica que o capitão perdeu inteiramente o que ainda lhe restava do pouco juízo que tem, e esta é uma das razões fundamentais por que demitiu seu amigo e ministro da Defesa, e resolveu demitir o General Pujol, porque estes decidiram não repetir o caminho do senhor Villas Boas, e não contestaram a recente decisão do STF que devolveu os direitos políticos aos ex-presidente Lula. Independentemente do que faça ou deixe de fazer no futuro imediato, a reentrada de Lula redefiniu os parâmetros da vida política nacional, e todas as forças em presença começaram a se manifestar e fazer suas opções. Por outro lado, a oposição voltou a ter uma referência comum e um vetor capaz de atingir em cheio o desgoverno do país. Lula é uma pessoa que tem uma inteligência estratégica, um carisma e uma relação afetuosa com a população brasileira, mesmo com seus opositores, que é uma coisa inalcançável para uma pessoa odiosa, odienta e inteiramente desprovida de empatia com seu próprio povo, como é o caso desse senhor Bolsonaro.

  1. TUTAMÉIA – Qual o peso da derrota de Trump no enfraquecimento do governo de Bolsonaro?

Muito grande, porque atingiu em cheio a articulação da extrema-direita internacional que se utilizava do capitão através de seus filhos. Muitos até imaginaram que o capitão Bolsonaro poderia substituir Trump e tornar-se o novo líder da extrema-direita mundial. Mas o próprio Steve Bannon sabe perfeitamente que o capitão não tem estatura intelectual e política indispensável para desempenhar esse papel. E não haveria como sustentar esta ficção oficializando seu papel de marionete de seus filhos, até porque eles também não conseguem falar abertamente e se escondem sempre atrás de seus robôs.

  1. TUTAMÉIA – Qual o papel futuro das FFAA?

Retomar e aceitar sua função constitucional e ajudar a encerrar esse episódio lamentável da história brasileira, antes de voltar definitivamente para os quartéis.

  1. TUTAMÉIA – Como irá a direita se relacionar com Bolsonaro nas próximas eleições?

Não é improvável que se desfaça dele antes das eleições, para poder ocupar este espaço da direita, e mesmo da extrema-direita, com um candidato mais próximo da racionalidade cartesiana e de suas convicções liberal-cosmopolitas.

  1. TUTAMÉIA – Quais as tarefas mais urgentes da oposição neste momento?

Ajudar o povo brasileiro a enfrentar e superar este momento terrível da sua história, propondo medidas parlamentares que possam atenuar o sofrimento da população, o desemprego e a morte de milhares de brasileiros ainda este ano e no próximo. Unir-se e fazer oposição ferrenha a esse governo, para impedir a desintegração completa das redes de sociabilidade que ainda mantém o Brasil unido, e somar forças para que nunca mais volte a acontecer no Brasil uma tragédia dessas proporções.

NR.: A foto do destaque mostra estudantes da UNE em manifestação simbólica no MASP; foto: Guilherme Gandolfi/Fotos Públicas


https://tutameia.jor.br/o-fim-do-capitao-esta-mais-proximo-avalia-fiori/?fbclid=IwAR0DNtvVD2IovljsNO5Nvdnf9EUJsWXWEyVNTRFgSE9glI4dUT7W9H04BgI






Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz