Páginas

29.5.18

Sem surpresa.

Sem surpresa. Começaram consultas ao STF quanto à possibilidade de se instalar no país um monstrengo jurídico, o semiparlamentarismo. Uma alternativa entre outras. .Essa é uma solução possível (a melhor) para os golpistas liberais conservadores, que utilizam a técnica da tesoura: encarceram Lula, hoje um prisioneiro político, e concertam via mídia a demonização de Bolsonaro nome preferido de franjas populares e setores de classe média. A paralisação dos caminhoneiros evidenciou a nostalgia da ordem frente a mundo que se desfaz. Apesar de defender um programa ultraliberal autoritário Bolsonaro é um incômodo e um risco para a vertente oligárquica do golpe. A vertente oligárquica civil tende a voltar ao leito natural desejado: o gozo sem freios da propriedade e a transformação do Brasil em mero campo de operações econômicas integrado passivamente ao imperialismo. Mas persistem dois problemas: o que fazer com Temer e sua entourage larápia (essa é aparentemente uma questão de fácil resolução) e o que fazer com o PT e os movimentos sociais organizados nacionalmente (questão mais árdua). A mídia nesses dias tenta construir a versão de um centro , por hora acossado pelo já em refluxo movimento dos caminhoneiros , além de defender a legitimidade das eleições em outubro. Por enquanto defende hipocritamente as eleições em outubro, sem Lula obviamente, um espectro a assombrar senhoritos locais. Mas já esboça, uma vez neutralizada a extrema direita, mas profundamente ressentida, voltar sua atenção à esquerda, que tem seus "infiltrados" que em algum momento esqueceram a necessária "racionalidade". Ainda mais em um momento em que aumentará nos próximos meses a reação aos efeitos absolutamente deletérios das reformas e politicas adotadas, sob a forma de greves e ocupações em inúmeros setores. Caso não dê certo a alternativa semiparlamentarista e na ausência de candidatura apresentável à direita (e tudo indica que não surgirá, basta ver a sucessão de nomes que naufragaram a meio caminho) não se hesitara em insuflar algum candidato mesmo no campo oposto, ambíguo quanto ao golpe, pois um único propósito move a oligarquia golpista: impedir a autonomia popular politicamente organizada. O simples esboço dessa possibilidade, em que pese inúmeros equívocos, resultou no golpe de 2016. O mesmo ocorreu em 54 e 64. No Brasil nunca houve uma ruptura efetiva, mesmo na ordem capitalista, onde os interesses populares politicamente organizados não precisassem estar à cabresto de senhoritos oligárquicos. O rompimento do pacto da Constituição de 1988 encerrou um ciclo. A mera repetição, dentro de marcos legais que a deformaram e com controle que tudo indica de um congresso de maioria conservadora, mesmo tacitamente proposta pelos golpistas , se ocorrer, com.outra máscara - e se tiverem capacidade de travestir-se - resultará em nova e gravíssima decepção. E não sera farsa e sim aprofundamento de uma tragedia, que já vivemos,As exigências e necessidades populares são de uma ordem que exige uma radicalidade desconhecida na história brasileira.#LulaLivre

Nenhum comentário:

Postar um comentário