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19.5.17

SENHOR ETERNIDADE - Ao Antônio Cândido

SENHOR ETERNIDADE

Ao Antônio Cândido



Por Ademar Bogo



Antonio, um vôo continuado

Por ter nas costas as asas do passado.

Elas sustentam a velha tradição

Das longas viagens da literatura

Sem ela não poderia haver cultura

E nem tampouco, civilização.


Antonio não é um escritor

Um crítico, poeta ou trovador.

É um recipiente guardador

Da memória literária nacional.

Se outro deve há com tal imensidade

Empata em grandeza e brilhantismo

Pois, não há luz com maior iluminismo

Que aquela elevada ao grau da universalidade.


Antonio é início e conclusão:

Dois pólos unidos em uma só vida

Em si a literatura é reunida

Como uma história de múltiplos autores.

Se a literatura hoje brilha com suas cores

Deve este feito à navalha de sua crítica

Que corta, mas não mata, fortifica

Gerando frutos com novos sabores.


Antônio é uma flor de nome masculino;

Florida nas margens do destino

Da literatura brasileira.

Mas a flor morre para virar semente

Para marcar o tempo no presente

E germinar pela vida inteira.


Por isso, Antonio, um nome universal

Deixa de ser individual

Para tornar-se consciência coletiva.

As gerações vindouras serão as comitivas

Que marcharão com literalidade.

Assim, Antônio, sempre será Antônio

Ou simplesmente, Senhor Eternidade.


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