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30.5.11

PERU, VOTO A VOTO

"Matamos menos que nos anos 80″  (frase de Jorge Trelles, porta-voz informal de Keiko Fujimori, a candidata da direita nas eleições presidenciais do Peru, que acontecem no próximo domingo, dia 5 de junho)

 

O macabro cinismo de Trelles explodiu no colo da frente de direita como uma soberba admissão dos massacres registrados no governo do pai de Keiko, Alberto Fujimori --condenado a 25 anos de prisão como autor intelectual de crimes contra a humanidade cometidos em 1990 e 1991  pela grupo Colina, uma espécie de OBAN peruana engajada na repressão ao movimento maoísta Sendero Luminoso. O comentário insolente de Trelles, ao sugerir que atrocidades ainda piores ocorreram antes, trouxe mais tensão ao último debate presidencial deste domingo na tevê peruana.

 

O desempenho dos candidatos poderá decidir uma eleição que praticamente cindiu o país: Keiko e Humala estão virtualmente empatados, com uma ligeira vantagem para Keiko, que vem sofrendo rápida erosão de apoiadores e aumento da taxa de rejeição. Humala em contrapartida voltou a crescer na margem.

 

O desfecho do pleito terá desdobramentos para a integração latino-americana: um Peru nas mãos da direita reforçará a frente conservadora encabeçada pelo México e pela Colômbia que pretende instaurar  uma aliança comercial pró-EUA na região, afrontando o cinturão progressista constituído de governos soberanos sob a âncora do Brasil).

 

(Carta Maior; 2º feira, 30/05/ 2011)

 

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