Páginas

27.2.09

respostas à governadora Yeda Crusius, sobre o fechamento das escolas itinerantes do MST-RS

 
Como já é de conhecimento público, o governo do estado, por meio do Ministério Público, proibiu as escolas itinerantes nos acampamentos do MST e agora (conforme a ZH não cansa de anunciar) tem como próximo alvo o Instituto Josué de Castro, Iterra, em Veranópolis, onde funcionam cursos técnicos em convênio com MST e também o curso de Pedagogia do Campo (convênio com a UNB).
Acusam a escola de formação ideológica. Ora, existe alguma escola que não faça formação ideológica? Qual conceito de ideologia se referem estes que usam o poder para coagir e proibir alternativas de educação que estão dando certo?
Repasso o texto escrito por uma companheira que assim como eu é educadora nesta escola.Convido vocês a conhecer de perto o trabalho do Iterra para tirar as próprias conclusões.
Por favor, leiam e repassem. Não acredito que publicarão este artigo no referido jornal local por motivos óbvios.
 
Abraços
 
Andréia Meinerz - educadora popular
 


Segue abaixo o comentário que acabei de  enviar para a ZH sobre a noticia .

----- Original Message -----
Sent: Friday, February 20, 2009 1:21 PM
Subject: indignação

 
Prezados jornalistas da redação!!!
 
Gostaria de registrar minha indignação com o comentário feito por Humberto Trezzi na ZH de 18 e ainda sobre reportagem sobre escolas Itinerantes e Iterra no dia 19/02, e as falas tendenciosas deste jornal.

Sou psicóloga, trabalho há 13 anos com politicas públicas de saúde e eventualmente sou convidada pelo Iterra para dar aula para as turmas de Magistério e  Saúde Comunitária. Quando conheci o Iterra há 4 anos atrás também tinha muitos preconceitos com relação ao MST, pois nunca concordei com nenhuma forma de violência. Para a minha surpresa o que eu experienciei e tenho experienciado todas as vezes que tenho estado naquela escola é na verdade um exemplo de vida coletiva e de democracia participativa, de respeito a vida humana, à natureza e de organização social. Eles nos dão aula de solidariedade, justiça, e acolhimento. Não entendo qual é o problema de sonhar e lutar por uma sociedade mais justa e solídária?
 
Eu como professora daquela escola não posso conceber que digam na mídia que lá os professores ensinam aos alunos táticas de guerrilha e estratégias de invasão de terras...isso é um absurdo!!!!! EU NÃO FAÇO ISSO!!! E jamais vi alguma ação que demonstrasse isso, durante minhas estadas na escola. Falo isso como profissional de saúde, educadora e cidadã.
 
Se acham que o que acontece no Iterra é "lavagem cerebral",  e que eles cantam "hinos de guerra" então passei por isso na minha juventude e nem era no MST, pois o que vejo hoje na escola, são jovens cantando musicas que falam de amor, de paz, de justiça, sonhos de um mundo novo...tudo isso me reporta a minha vivência em Grupos de Jovens, em minha juventude, ou o que se vê em acampamentos de escoteiros. Ou ainda em Centros de Recuperação para Dependentes Químicos. Então qual é o problema???? Acho que o problema é porque é o MST... e aprendemos culturalmente que sem terra e comunistas "comem criancinhas"...só que ninguém fala é que isso é mito, é lenda da época da ditadura no país.
 
Se o governo do estado e o MP se preocupassem mais em chamar a população para, de forma democrática e participante, construir uma política pública que dê conta dos problemas na saúde e na educação e de um projeto de educação preventiva e de promoção a saúde que produza sentido na vida de tantos jovens não teríamos tantos jovens com problemas dos mais diversos, inclusive buscando no mercado da droga uma forma de dar sentido a sua vida. Acho que a ZH deveria fazer o contraponto, mas pelo visto fica dificil, e assim cada vez mais a sociedade terá uma idéia completamente distorcida dos movimentos sociais.
 
Porque o MP e governadora Yeda não vão vasculhar a roubalheira do Detran???? Ou algumas ONGS que embolsam dinheiro público em beneficio de poucos????
 
Será que no RS estamos voltando à idade Média, onde os livros de Filosofia que eram contra o poder hegemonico da época eram escondidos a sete chaves???
 
Qualquer dia vão crucificar vários cientistas sociais, entre eles, Paulo Freire, que aliás é o grande inspirador das escolas itinerantes do MST que tem dado certo há 13 anos.
 
Eu não consigo entender um governo desse tipo!!!!! e Muito menos o MP que deveria defender os direitos humanos.... e a inclusão social.

Loiva Maria De Boni Santos
Psicóloga Social Comunitária
Professora Universitária
Consultora em Saúde Mental e Dependência Química
Tutora da Humanização do SUS
Conselheira do CRP
 

Companheiros,
 
Estamos assistindo um festival de besteirol protagonizado por um setor do Ministério Público e da "ainda" governadora Yeda Crusius.
 
Vira e mexe eles desenterram o assunto (Escola itinerante, ocupações, etc)
 
Até quando teremos que ouvir esta postura velha, carcomida, que não tem mais espaço no mundo.
 
Assistimos também o Sr.Gilmar Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal, opinando sobre decisões do Executivo, usurpando as funções do Congresso (este sim eleito para opinar e fiscalizar).
 
Este senhor nem sequer esconde a sua total falta de isenção ao opinar antes que qualquer pessoa ou entidade "pergunte" ao tribunal sobre a legalidade de tais atos do Executivo.
 
O que este senhor tem que explicar a população como é que um Juiz que roubou milhões e milhões como o Lalau recebe os seus vencimentos de juiz e está "preso" em sua casa onde recebe amigos e faz festinhas. Tem que explicar como um juiz que vende sentenças a traficantes será "rigorosamente" punido sendo obrigado a se aposentar com o salário integral de juiz. Donde vem o dinheiro Sr. Gilmar? Do bolso do contribuinte que luta durante 35 anos de trabalho e 65 anos de idade para poder se aposentar e ver sua minguada aposentadoria perder valor ano após ano.
 
Porque o Estado tem que encher as burras do judiciário que paga até bandido (e paga bem, decidido por quem?), e não pode fazer convênio com entidades que lutam pela reforma agrária e para melhorar a vida do povo?
 
Que se fiscalize estes convênios, as obras faraônicas do judiciário.
 
Quem teve chance de estudar e se tornar juiz, teria que receber penas mais rigorosas quando praticassem crimes e não prisão especial e outras "cositas" que nos comuns mortais não temos.
 
Que não seja esse senhor o fiscal porque já demonstrou que não tem sequer um pingo de isenção.
 
Portanto meus companheiros, vamos continuar enfrentando aqueles que criam crises e lucram com elas.
 
Vamos garantir escola aos filhos daqueles que arrancam da terra o alimento da nossa mesa.
 
Jairo Carneiro
Metalúrgico
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário