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11.2.09

Ato ecumênico em homenagem a Adão Pretto é marcado pela emoção

 
Ato ecumênico em homenagem a Adão Pretto é marcado pela emoção

11/02/09 - 15:39
Dezenas de parlamentares, representantes de entidades ligadas à agricultura, assessores, amigos e familiares do deputado Adão Pretto (PT-RS) participaram nesta quarta-feira (11), na Câmara, do ato ecumênico em memória do petista, que faleceu no último dia 5 de fevereiro. A cerimônia foi marcada pela emoção, especialmente quando da fala do filho de Adão, Edgar Pretto, que veio a Brasília receber as homenagens. Em cada manifestação de carinho proferida no ato, o sentimento era de gratidão e respeito ao "militante dos camponeses", como foi aclamado Adão.

*Adão não representava a classe dos trabalhadores, ele era a própria

"Meu pai é motivo de orgulho para todos em nossa família. Ele nunca deixou de ser um plantador. Não me refiro somente ao cultivo de sementes no campo, meu pai, aos 63 anos, dedicou toda a sua vida ao plantio dos sonhos de seu povo. E hoje, muitos desses sonhos plantados já são realidade. Somos grato pelo carinho de todos, que desde o início nos apoiaram neste momento difícil. Para nós foi um grande orgulho a presença do presidente Lula no velório de meu pai, ele sempre falou com muito orgulho de todos os avanços do governo Lula, que pertence ao Partido dos Trabalhadores, sigla que ele ajudou a plantar", disse Edgar.

Edgar também relatou o lado humano de seu pai e as suas frustrações com as desigualdades sociais. "Já presenciei meu pai se emocionar ao ver uma criança pedindo esmola em um sinaleiro. A angústia dele era muito grande. Certo dia fomos chamados para ajudar na montagem de um acampamento às margens de uma rodovia para famílias de agricultores sem terra. Naquele dia choveu muito molhando todos os pertences daquelas pessoas. Voltamos para casa na madrugada do dia seguinte, e meu pai não conseguiu pregar os olhos de tanta preocupação com aquelas crianças que naquela noite, certamente não conseguiram dormir, já que todas as suas lonas, roupas e colchões estavam molhados", relembrou Edgar.

Homenagens – O deputado Fernando Ferro (PT-PE) lembrou que Adão nunca se limitou aos problemas somente do estado ao qual representava. "Adão sempre manteve a sua ação parlamentar sem fronteiras regionais. Ia do campo ao asfalto, de uma ponta a outra deste País, sempre com muita dignidade e garra. Era o Adão dos camponeses, dos sem terra, das donas de casa, dos mais pobres. Era o Adão do planeta terra", destacou.

A ex-deputada Luci Choinacki (PT-SC) emocionou a todos ao lembrar das lutas travadas em parceria com Adão em defesa da reforma agrária no parlamento. "Quando começamos nossa atuação parlamentar, existiam poucos deputados em favor da nossa luta pela terra. Travamos uma verdadeira batalha pela reforma agrária, pelas donas de casa e pela justiça social. Naquela época, comemorávamos cada conquista, cada família assentada, cada colheita farta de nosso povo", lembrou Luci.

Responsabilidade - A deputada Rita Camata (PMDB-ES) disse que o petista deixa um imenso vazio e uma grande responsabilidade para o parlamento brasileiro. "Ele deixou um grande legado para o País e para o Congresso. A reforma agrária proposta neste País se confunde com a imagem de Adão. Agora nos resta uma enorme responsabilidade de não permitir que a sua luta seja esquecida. Essa deve ser a nossa retribuição a toda a sua dedicação", afirmou.

O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP) também esteve no ato ecumênico e enfatizou o caráter e a garra com os quais Adão militou a sua vida inteira. "A ausência dele faz muita falta ao País e deixa um enorme vácuo na Câmara dos Deputados e certamente nas causas sociais deste País. Sua principal característica era a sua simplicidade e ao mesmo tempo a sua garra para lutar pela causa dos mais humildes", lembrou.


Edmilson Freitas
 
 

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