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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

13.10.14

A saída de Xico Sá da Folha mostra uma nova fase na vida dos jornalistas

A saída de Xico Sá da Folha mostra uma nova fase na vida dos jornalistas



Postado em 13 out 2014
Ele disse chega

Ele disse chega

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A saída estrepitosa de Xico Sá da Folha é um marco numa nova era na vida dos jornalistas.

Xico deixou o jornal depois que foi proibido de expressar apoio a Dilma numa coluna.

Quanto isso o indignou pode ser visto numa série de tuítes que continham um desabafo irado e sem freios.

"Só Reinaldões" podem defender candidatos na "imprensa burguesa", disse ele.

Quer dizer: os candidatos que os donos das empresas apoiam, naturalmente.

Esse constrangimento – o jornalista saber que o limite de sua liberdade de expressão é a opinião de seu patrão – não é propriamente novo.

Novas são as circunstâncias trazidas pela Era Digital. Xico Sá tem, na internet, microfone para expor as suas razões e para criticar sem censura a Folha.

Terá também, na internet, maneiras de continuar sua carreira. É uma mídia florescente – ao contrário dos jornais – e ele construiu um nome capaz de atrair uma boa audiência.

Antes da mídia digital, pessoas incomodadas como Xico Sá engoliam seu desagrado pela falta de alternativas. Outros jornais e revistas eram a mesma coisa.

Agora, um jornalista não é obrigado a se contentar em repetir o que seu patrão quer que ele escreva.

A internet está aí. A autonomia é imensamente maior. Meu caso mesmo: em 25 meses de jornalismo digital expus muito mais minhas opiniões do que em 25 anos de carreira na Abril e na Globo.

Como é inexorável a migração – rápida — de publicidade para meios digitais, o jornalismo na internet logo atrairá os melhores jornalistas, como Xico Sá.

Mídias dominantes, ao longo da história, atraem os jornalistas mais talentosos. Nelas as oportunidades são maiores, o público é crescente – e as perspectivas na carreira parecem ilimitadas.

Para a Folha, a saída de Xico Sá é um golpe no marketing com que ela tenta convencer as pessoas de que não tem rabo preso com ninguém.

Tem sim.

Apenas, disfarça para enganar leitores menos argutos e mais crédulos.

Mas para quem trabalha lá a realidade não é muito diferente da que você tem em redações como a da Veja.

Você tem toda a liberdade de expressar suas opiniões – desde que elas coincidam com as dos donos.

(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira

Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-saida-de-xico-sa-da-folha-mostra-uma-nova-fase-na-vida-dos-jornalistas/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz