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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

13.10.14

A Luta Ecológica não se dá pela direita!

A Luta Ecológica não se dá pela direita! Militantes do Movimento Ecológico Gaúcho declaram voto em Dilma e Tarso

Mais uma vez enfrentamos um momento eleitoral de polarização de projetos de sociedade para o Brasil e para o RS.

Um ano após as manifestações que tomaram conta das ruas do Brasil e do RS, percebemos que o movimento que pautou avanços e reivindicações iniciado pela esquerda, foi tomado de assalto pela direita, desvirtuando-o, contando com o apoio fundamental dos partidos conservadores e da mídia tradicional, ainda que o façam de forma dissimulada. Sendo assim, uma onda reacionária fez com que a maior bancada conservadora, desde 1964 (início da ditadura militar), fosse eleita, fortalecendo múltiplas intolerâncias: a ecológica (com os ruralistas do agronegócio), a homofóbica e a da violência, intitulada "bancada da bala". Ao mesmo tempo, houve aumento das abstenções, votos nulos e em branco, expressando alguma insatisfação dos eleitores e eleitoras.

Passado o primeiro turno, e tendo em vista a tradicional polarização, agora também em curso, entre Direita e Esquerda, e que muitos insistem em anunciar sua já não mais existência, entendemos que não é moralmente possível ficarmos alheios a tal momento político crucial, como deve se dar de forma constante frente à política, especialmente para quem vislumbra um futuro com tolerância entre as diferenças e com preocupação ecológica. Quem não faz política, sofre política.

Claro, como a água não poluída, que dois modelos estão em disputa. Um que permite e que deve seguir na direção cada vez mais à esquerda e outro, no sentido contrário, à direita e neoliberal. Concepções muito distintas e até antagônicas, embutidas nos dois modelos em disputa no segundo turno, frente às políticas econômicas, sociais, culturais, agrícolas, de saúde e ambientais.

Não desconhecemos e mais, também não nos calamos diante às políticas públicas que se traduzem em retrocesso ambiental e agravam a crise ecológica, como a flexibilização do Código Florestal; como o incentivo e não enfrentamento do modelo de agronegócio, fundada no consumo de agrotóxicos, muitas vezes marcado pelo trabalho escravo, grilagem e desmatamento. Também reconhecemos que precisamos modificar os processos de licenciamentos de obras e/ou atividades de grandes e até de pequenos impactos ambientais, os quais são, vias de regra, legalmente formais, socialmente injustos e ecologicamente vazios. Mas atenção: pode piorar!! Porque o capital (do campo e da cidade) que gera tais impactos também não está satisfeito com esse modelo e vem tentando, com menos sucesso do que deseja, cada vez mais flexibilizá-lo. A vitória do neo-liberalismo, como nos anos 90, com privatizações e diminuição do Estado, certamente fará com que o Poder Público se afaste ainda mais do licenciamento ambiental, seja com a mudança do seu marco legal, seja pelo seu descumprimento, como já se dá hoje.

Também, não podemos deixar de registrar avanços já conquistados com políticas públicas voltadas para a Agroecologia; para a proteção do Bioma Pampa e a Mata Atlântica e de democratização do acesso à Cultura. É preciso aprofundar e ampliar políticas dessa ordem, mas isso só é possível com a presença do Estado e não com seu afastamento, como pretende o neoliberalismo, que defende a redução e até a extinção do uso dos recursos públicos em políticas sociais e, mais ainda, ambientais.

Avançar, nessa direção, só é possível pela Esquerda, pois essa, em essência, é compatível com a proposta ecológica. Já, a visão neo-liberal, de direita, que crê cegamente no crescimento econômico ilimitado, dependendo de uma natureza limitada, é essencialmente anti-ecológica.

Somos solidários com outras bandeiras políticas, como a garantia dos direitos das mulheres, LGBTs, quilombolas, indígenas, pescadores, pequenos agricultores/as. A Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político é condição fundamental para que o atual sistema político corrupto e submisso ao capital seja revertido em direção à proteção dos direitos humanos e sociais e não no aprofundamento desse verdadeiro cenário político reacionário, que ameaça não só o direito ambiental, mas os direitos trabalhistas e o direito das minorias, todos assegurados na Constituição Federal. Financiamento público de campanha, assim como o aprofundamento da democracia direta, com o fortalecimentos dos conselhos de políticas públicas devem ser base de um novo marco político legal

Este atual momento histórico não permite que titubeemos, gauchada!! Não queremos reviver o neoliberalismo privatizador e entreguista. Tampouco vamos nos calar frente ao momento, que nos convoca a tomarmos posição, o que faremos, como sempre fizemos.

Contra a ofensiva conservadora e neoliberal, estaremos pela esquerda, votando em Dilma Rousseff e Tarso Genro, para presidenta do Brasil e governador do RS, respectivamente.

A Luta Ecológica se faz pela esquerda … sempre pela esquerda, companheiros e companheiras!!


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz